Propriedades:
É uma penicilina semissintética que pertence às carboxipenicilinas (carbenicilina) e, como todos esses antibióticos betalactâmicos, desenvolve uma atividade bactericida sobre numerosos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos destruindo a parede celular bacteriana ao interferir na biossíntese dos mucopeptídeos parietais. Possui um espectro antimicrobiano preferencial sobre as cepas Gram-negativas, incluídas especialmente Pseudomona aeruginosa e enterobactérias. Sua estrutura química é ácido-lábil, por isso não é ativa via oral, mas exclusivamente por via parenteral, IM ou IV, a partir da qual é facilmente absorvida e atinge concentrações inibitórias no plasma e tecidos. Sua meia-vida é de 70 minutos, sua ligação às proteínas é de 45% e sua potência antibacteriana é 2 a 4 vezes superiores à carbenicilina, por isso sua dose é menor. Elimina-se por filtração glomerular e tubular em altas concentrações. Seu perfil farmacocinético é similar à sua precursora, a carbenicilina.A ticarcilina é sensível à inativação pelas betalactamases bacterianas, por isso se associa com o clavulanato de potássio, que é um inibidor dessas enzimas hidrolíticas inativadoras.
Indicações:
Sepse por germes Gram-negativos (E. coli, P. aeruginosa, Proteus indol positivo), piocianose, infecções hospitalares ou pós-operatórias, sepse em queimaduras graves; infecções broncopulmonares, urinárias, ginecológicas e obstétricas; septicemias, endocardite, meningite.
Posologia:
A dose recomendada para sepsias severas é de 200-300 mg/kg/dia por perfusão intravenosa cada 4-6 horas. Em infecções urinárias causadas pelos elevados níveis atingidos na urina, a dose é menor: 1 grama cada 6 horas. Da associação (ticarcilina/clavulanato) usam-se 3,1 g (3 g de ticarcilina + 100 mg de clavulanato) cada 6 horas. Em pediatria a dose média é 200-300 mg/kg/dia; destaca-se que em recém-nascidos ou prematuros usam-se 50-75 mg/kg cada 8 horas. Sempre se aconselha seu emprego em associação com aminoglicosídeos. Na perfusão não devem ser utilizadas soluções com bicarbonato de sódio.
Reações adversas:
Foram observadas dor e inflamação na região de aplicação IM ou IV. Ocasionalmente cefaleias, artromialgias, febre, hiperirritabilidade neuromuscular, vômitos, náuseas, diarreias, colite pseudomembranosa, leucopenia, eosinofilia, prolongação do tempo de protrombina e de sangria. Elevação das enzimas hepáticas (TGO, TGP, FA) e da bilirrubina, da ureia e da creatinina sérica. Hipernatremia, hipopotassemia e hipouricemia. Alterações do sabor e do folato. Raramente, como ocorre com outras penicilinas, hepatite e icterícia colestática transitória. A ticarcilina pode ser removida do sangue por hemodiálise.
Precauções:
Os antibióticos carboxipenicilínicos aportam sódio em grau elevado (4-5mEq por grama), por isso que em indivíduos com retenção hidrossalina, hipertensos ou com insuficiência cardíaca deve-se realizar cuidadoso seguimento. Em presença de insuficiência renal as doses devem ser reduzidas.
Interações:
A adição de probenecida pode elevar os níveis do antibiótico. A adição de inibidores das betalactamases (ácido clavulânico) aumenta seu espectro antimicrobiano.
Contraindicações:
Pacientes com hipersensibilidade conhecida aos derivados betalactâmicos. Insuficiência renal grave.