Ações
terapêuticas.
Neurotônico.
Propriedades.
Trata-se
de moderno bloqueador seletivo da recaptura neuronal de noradrenalina, que atua
inibindo o transporte desta neuroamina adrenérgica no nível pré-sináptico. Sua
indicação clínica é para o tratamento de transtornos de conduta
(hiperatividade) e síndromes de deficiência de atenção. A atomoxetina é
facilmente absorvida após administração por via oral, sendo pouco afetada pelas
refeições. Sua biodisponibilidade é de cerca de 63%, sua meia-vida de 5 horas,
e sua ligação com proteínas plasmáticas é extensa (98%). Sofre um processo de
biotransformação metabólica pela CYP2D6, razão pela qual sua associação com
inibidores desta isoenzima, tais como paroxetina, fluoxetina e quinidona,
levariam a um aumento dos níveis séricos da atomoxetina, o que implicaria em
necessidade de ajuste posológico. O principal metabólito formado é o derivado
4-hidroxiatomoxetina O-glicuronídeo, que apresenta menor atividade que o
fármaco original e é eliminada em maior proporção por via urinária (> 80%),
sendo o restante eliminado por via fecal.
Indicações.
Atenção/concentração
deficientes. Transtornos devidos à hiperatividade em crianças, adolescentes e
adultos.
Posologia.
Crianças
e adolescentes (até 70 kg): o tratamento deverá ser iniciado com uma dose
diária de 0,5 mg/kg, a qual poderá ser progressivamente aumentada a cada 3 dias
até chegar a 1,2 mg/kg, administrada em dose única matinal ou em duas tomadas
ao dia (pela manhã e à tarde). Não se recomenda ir além de 1,4 mg/kg ou 100
mg/dia, visto que acima destes valores os resultados terapêuticos não foram
superiores. Adolescentes (> 70kg) e adultos: recomenda-se iniciar o
tratamento com 40 mg/dia e em seguida ir aumentando progressivamente a cada 3
dias até chegar a 80 mg administrados em dose única matinal ou em duas tomadas
ao dia (pela manhã e à tarde). Se após 2 a 4 semanas a resposta clínica não for
satisfatória, pode-se chegar até 100 mg/dia. A atomoxetina pode ser ingerida
antes ou após as refeições. Em pacientes que apresentam insuficiência hepática
recomenda-se ajustar a posologia utilizando 25% a 50% da dose conforme o grau
(leve ou grave) do dano hepático.
Reações
adversas.
Ocasionalmente
manifestaram-se reações alérgicas (urticária, rash cutâneo, edema
angioneurótico), fadiga, perda do apetite, enjoos, náuseas, dispepsia,
hipotensão ortostática.
Precauções.
O fármaco
deverá ser empregado com precaução em pacientes portadores de arritmias
(taquicardia), hipertensão arterial ou patologias cardiovasculares, pois a
atomoxetina pode causar aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial.
Em função deste efeito, a associação deste fármaco com aminas pressoras deverá
ser cuidadosamente avaliada. A segurança do emprego da atomoxetina em crianças
com idade inferior a 6 anos não está estabelecida.
Interações.
A
associação com fármacos que atuam de modo inibitório sobre a isoenzima CYP2D6
(paroxetina, fluoxetina e quinidina) pode aumentar as concentrações plasmáticas
de atomoxetina. O emprego concomitante com salbutamol pode aumentar a
frequência cardíaca e a pressão arterial que de por si tem o 2-adrenérgico
broncodilatador. A atomoxetina não deverá ser associada com fármacos inibidores
da monoaminoxidase (IMAO) e poderá ser indicada somente depois de transcorridos
15 dias da suspensão do uso desse tipo de antidepressivo.
Contraindicações.
Hipersensibilidade
ao fármaco. Glaucoma de ângulo fechado. Emprego associado com fármacos IMAO.