Ações terapêuticas.
Antienxaquecoso. Vasoconstritor.
Propriedades.
É um bloqueador -adrenérgico,
antisserotoninérgico, que atua sobre o SNC e estimula de modo direto a
musculatura lisa. Suprime as cefaleias de origem vascular provavelmente devido
a seu efeito direto sobre os vasos sanguíneos cerebrais; produz vasoconstrição
durante a fase de vasodilatação e reduz a pulsação considerada responsável pela
cefaleia. Por via oral, a ergotamina é absorvida em pequena extensão (60% da
dose) e lentamente. Seu metabolismo é hepático, com extenso fenômeno de
primeira passagem (eliminação pré-sistêmica). A meia-vida é de duas horas; 90%
dos metabólitos são eliminados por via biliar; traços do fármaco inalterado
aparecem nas fezes e na urina.
Indicações.
Cefaleias de origem vascular
(cefalalgia histamínica, neuralgia enxaquecosa, cefaleia de Horton).
Posologia.
No início da crise 2 mg; repetir a
cada 30 minutos até um máximo de 6 mg ao dia ou 10 mg por semana.
Reações adversas.
Estas em geral são dependentes da dose
e não melhoram com sua redução ou por suspensão da medicação. A sensibilidade
dos pacientes à ergotamina é muito variável e pode apresentar-se, inclusive com
as doses usuais, sinais de intoxicação: isquemia periférica, parestesia, dor de
cabeça, náuseas e vômitos. Os seguintes requerem atenção médica: edemas
localizados, entumescimento e sensação de formigamento, pés e mãos, fraqueza
nas pernas (vasoespasmo periférico), ansiedade, confusão. Sinais de superdose
crônica: cefaleia, depressão mental, náuseas ou vômitos, cansaço; dores graves
em braços, pernas e na região lombar. Pode ocorrer diarreia.
Precauções.
Recomenda-se evitar a ingestão de
álcool, pois este agrava a cefaleia. Evitar fumar, pois a nicotina é um
vasoconstritor. Evitar a exposição ao frio excessivo, em razão da possibilidade
de agravamento da vasoconstrição periférica. Não se recomenda seu uso durante a
gestação, visto que a ergotamina apresenta propriedades oxitócicas. Os
alcaloides do esporão do centeio (ergot) são eliminados no leite materno,
inibem a lactação e podem produzir ergotismo no lactente (vômitos, diarreia,
pulso fraco, pressão arterial instável, crises convulsivas). Os pacientes
idosos são mais propensos a desenvolver doença vascular periférica oclusiva;
nesta faixa etária o risco de hipotermia é maior.
Interações.
Os vasoconstritores sistêmicos e
outros alcaloides do esporão de centeio usados simultaneamente com a ergotamina
provocam isquemia vascular periférica e gangrena, razão pela qual sua
administração não é recomendada.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser
ponderada em presença de doença arterial coronária, disfunção hepática,
hipertensão grave, hipertireoidismo, doença vascular periférica oclusiva, sepse
e disfunção renal.