Ações terapêuticas.
Estimulante uterino.
Propriedades.
É uma droga antisserotoninérgica, atua
sobre o SNC e estimula diretamente o músculo liso. Não possui atividade bloqueadora
alfa-adrenérgica. O efeito clínico da ergometrina resulta do estímulo do
músculo liso; a contração da parede uterina em torno dos vasos sanguinolentos
da placenta produz homeostase. A sensibilidade do útero ao efeito oxitócico é
muito maior no final da gravidez. É rápida e completamente absorvida após a
administração oral ou IM. É metabolizada no fígado, inicia sua ação de forma
imediata quando administrada por via IV e de 6 a 15 minutos quando por via
oral. É eliminada por via renal.
Indicações.
Profilaxia e tratamento da hemorragia
pós-parto. Não é aconselhável antes da expulsão da placenta, pois pode produzir
a retenção desta. Em caso de aborto incompleto pode acelerar a expulsão do
conteúdo uterino.
Posologia.
Na forma farmacêutica oral é suficiente
um ciclo de 48 horas. A via IV é aconselhável para urgências em casos de
hemorragia uterina excessiva. A administração deve ser feita com lentidão no
lapso de 1 minuto. Dose habitual para adultos: 0,2 a 0,4 mg, de 2 a 4 vezes ao
dia, até que o período de atonia e hemorragia uterinas tenha passado.
Injetável: IM ou IV, 0,2 mg a cada 2 ou 4 horas, até 5 doses.
Reações adversas.
Como a administração da ergometrina
implica somente poucas doses em um curto período, não foram observadas muitas
reações adversas com outros alcalóides do esporão do centeio. Pode produzir um
efeito hipertensor grave e repentino associado a toxemia gravídica e
antecedentes de hipertensão. De incidência menos frequente: dores no peito,
cefaleia súbita e grave, prurido, cãibras, náuseas, vômitos, confusão.
Precauções.
É importante não utilizar maior
quantidade e tempo de medicação do que o prescrito, pois a superdosagem implica
risco de ergotismo e gangrena. As doses elevadas de ergometrina antes do parto
podem produzir tetania uterina e problemas no lactente (hipoxia, hemorragia
intracraniana). Por ser excretada no leite materno, pode produzir ergotismo
(vômitos, diarreia, pressão arterial instável, crise convulsiva) no lactente.
Interações.
Medicamentos vasoconstritores,
vasopressores e outros alcaloides do esporão do centeio; usados simultaneamente
com ergonmetrina podem potencializar a vasoconstrição, tornando-se necessário
ajustar a dose.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser
avaliada em pacientes com doença das artérias coronárias, disfunção hepática,
hipertensão grave, incluídas aqui toxemia gravídica, hipocalcemia, disfunção
renal ou sepse.