Sinônimos.
Vitamina D. Vitamina D2. Calciferol.
Oleovitamina D2. Ergosterol ativado. Viosterol.
Ações terapêuticas.
Vitaminoterapia D. Antirraquítico.
Propriedades.
O ergocalciferol é um análogo da
vitamina D. Pode ser considerado uma pró-droga, visto que são seus metabólitos
ativos que participam na regulação do cálcio sérico, aumentando a absorção de
cálcio e fósforo no intestino delgado, o que permite aumentar a concentração
sérica destes íons e promover a mineralização do osso. Também aumenta a
aposição e a reabsorção de minerais no osso, ao mesmo tempo que promove a
reabsorção de fosfatos nos túbulos renais. Os metabólitos da vitamina D também
influem no metabolismo do magnésio. O ergocalciferol é rapidamente absorvido no
intestino; para isso, é necessária a presença de secreções biliares. A absorção
está reduzida nos pacientes com problemas hepáticos e síndrome de má absorção.
O ergocalciferol é armazenado em vários tecidos (adiposo, rim, baço), porém
principalmente no fígado, onde é convertido em 25-hidroxiergocalciferol. O
metabólito biologicamente ativo, o 1,25-di-hidroxiergocalciferol (o
calcitriol), aparece após uma segunda hidroxilação nos rins.
Indicações.
Tratamento do raquitismo refratário
(raquitismo resistente à vitamina D), hipofosfatemia familiar,
hipoparatireoidismo, deficiência de vitamina D, osteodistrofia.
Posologia.
Raquitismo resistente à vitamina D:
50.000 a 500.000UI diárias. Hipoparatireoidismo: 50.000 a 200.000UI diárias,
mais 500 mg de cálcio 6 vezes ao dia. Hipofosfatemia familiar: 10.000 a
80.000UI diárias, mais 1 a 2 mg de fósforo elementar ao dia. Advertência: a
margem entre a dose terapêutica e a dose tóxica é estreita. Deve-se reajustar a
dose imediatamente após seja observada a melhora clínica. A administração deve
ser realizada sob estrita supervisão médica.
Superdosagem.
Os efeitos do ergocalciferol podem
durar mais de dois meses após suspensa a administração (acúmulo no tecido
adiposo): hipercalcemia acompanhada de anorexia, náuseas, fraqueza, perda de
peso, dores vagas, constipação, retardo mental, anemia e acidose moderada.
Também pode-se observar diminuição da função renal, com hipotensão, poliúria,
polidipsia, noctúria, azotemia reversível, calcificação vascular generalizada,
nefrocalcinose e, ocasionalmente, pode apresentar-se insuficiência renal
irreversível e morte. Em adultos pode-se observar que a calcificação dos
tecidos moles é frequentemente acompanhada de descalcificação do osso (osteoporose).
Crianças: nanismo. O tratamento consiste na imediata suspensão da vitamina,
dieta baixa em cálcio, ingestão de líquidos em abundância, acidificação da
urina durante a destoxificação e tratamento de suporte. Medidas terapêuticas
adicionais compreendem a administração de citratos, sulfatos, fosfatos,
corticosteroides, EDTA (ácido etilenodiaminotetra-acético) e mitramicina.
Reações adversas.
Imediatas: fraqueza, enjoos,
sonolência, vômitos, náuseas, boca seca, constipação, dores musculares, dores
ósseas e sabor metálico. Tardias: anorexia, irritabilidade, perda de peso,
acidose moderada, poliúria, polidipsia, noctúria, azotemia reversível,
calcificação vascular generalizada, nefrocalcinose, hipertensão, arritmias
cardíacas e, raramente, psicose.
Precauções.
A margem entre a dose terapêutica e a
dose tóxica é estreita. Deve-se reajustar a dose imediatamente após seja
observada a melhora clínica. A administração deve ser realizada sob estrita
supervisão médica. A administração crônica de ergocalciferol pode provocar
calcificação vascular generalizada, nefrocalcinose e calcificações de outros
tecidos moles. Deve-se promover reajuste do consumo dietético de alimentos
fortificados com vitamina D para evitar os graves transtornos da superdosagem
de ergocalciferol e vitamina D ou análogos. Durante a gravidez e a amamentação
recomenda-se não superar as 400 UI/dia para evitar o desenvolvimento de
hipercalcemia e seus potenciais riscos para a descendência (defeitos
congênitos, hipoparatireoidismo neonatal). Deve-se administrar com precaução a
lactentes devido à alta sensibilidade ao medicamento nesta faixa etária. O uso
pediátrico deve estar sob estrita vigilância médica.
Interações.
Os diuréticos tiazídicos nos pacientes
hipoparatireóideos podem levar a hipercalcemia se co-administrados com
ergocalciferol. Os óleos minerais interferem na absorção do ergocalciferol,
inclusive as preparações de vitamina D; administrar o ergocalciferol pela manhã
e o azeite mineral à noite.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à vitamina D,
hipercalcemia, síndrome de má absorção e função renal diminuída.