Ações terapêuticas.
Antipirético. Analgésico.
Propriedades.
A eficácia clínica do paracetamol como
analgésico e antipirético é similar à dos anti-inflamatórios não-esteroides
ácidos. O fármaco é ineficaz como anti-inflamatório e, geralmente, tem efeitos
periféricos escassos relacionados com a inibição da cicloxigenase, salvo,
talvez, a toxicidade ao nível da medula suprarrenal. Quanto ao mecanismo de
ação, postula-se que: a) o paracetamol teria maior afinidade pelas enzimas
centrais em comparação com as periféricas; e b) dado que na inflamação há
exsudação de plasma, os anti-inflamatórios não-esteroides ácidos (elevada união
às proteínas) exsudariam junto com a albumina e alcançariam, assim, altas
concentrações no foco inflamatório, que não seriam obtidas com o paracetamol
por sua escassa união à albumina. O paracetamol é absorvido com rapidez e quase
completamente no trato gastrintestinal. A concentração plasmática é alcançada
no máximo em 30 a 60 minutos e a meia-vida é de aproximadamente duas horas após
doses terapêuticas. A união às proteínas plasmáticas é variável.A eliminação é
produzida por biotransformação hepática através da conjugação com ácido
glicurônico (60%), com ácido sulfúrico (35%) ou cisteína (3%). As crianças têm
menor capacidade que os adultos para glicuronizar a droga. Uma pequena
proporção de paracetamol sofre N-hidroxilação mediada pelo citocromo
P-450 para formar um intermediário de alta reatividade, que reage de tal forma
com grupos sulfidrilos da glutationa.
Indicações.
Cefaleia, odontalgia e febre.
Posologia.
Adultos: 500 a 1.000 mg por vez, sem
ultrapassar os 4 g ao dia. Crianças: 30 mg/kg/dia.
Reações adversas.
O paracetamol geralmente é bem tolerado.
Não foi descrita produção de irritação gástrica nem capacidade ulcerogênica. Em
raras ocasiões, apresentaram-se erupções cutâneas e outras reações alérgicas.
Os pacientes que mostram hipersensibilidade aos salicilatos somente raras vezes
a exibem para o paracetamol. Outros efeitos que podem ser apresentados são a
necrose tubular renal e o coma hipoglicêmico. Alguns metabólitos do paracetamol
podem provocar metahemoglobinemia. O efeito adverso mais grave descrito com a
superdosagem aguda de paracetamol é uma necrose hepática, dosedependente,
potencialmente fatal. A necrose hepática (e a tubular renal) é o resultado de
um desequilíbrio entre a produção do metabólito altamente reativo e a
disponibilidade de glutationa. Com disponibilidade normal de glutationa, a dose
mortal de paracetamol é de aproximadamente 10 g; mas há várias causas que podem
diminuir estas doses (tratamento concomitante com doxorrubicina ou alcoolismo
crônico).O tratamento deve ser iniciado cqom N-acetilcisteína por via
intravenosa, sem esperar que apareçam os sintomas, pois a necrose é
irreversível.
Precauções.
Deve-se medicar com cuidado nos casos
de pacientes alcoólicos, nos tratados com indutores enzimáticos ou com drogas
consumidoras de glutationa (doxorrubicina). Em pacientes alérgicos ao ácido
acetilsalicílico, o paracetamol pode provocar reações alérgicas tipo
broncospasmo.
Interações.
A associação com outros fármacos
anti-inflamatórios não esteróides pode potencializar os efeitos terapêuticos,
bem como os tóxicos.
Contraindicações.
Hipersensibilidade reconhecida à
droga.