Ações terapêuticas.
Vasodilatador.
Propriedades.
As ações da papaverina são registradas
tanto sobre o músculo liso quanto o estriado cardíaco. Sobre o último provoca
uma depressão na condução e uma prolongação no período refratário. Sobre o
músculo liso exerce efeito espasmolítico que é mais notável se existe espasmo.
O efeito da papaverina não paralisa a célula muscular lisa, que mantém sua
capacidade de responder a fármacos e estímulos indutores da contração. Seu
efeito é direto sobre a célula muscular lisa (musculotrópico) e não envolve a
inervação. A ação é observada sobre o músculo liso dos grandes vasos
sanguíneos, especialmente coronários, periféricos sistêmicos e artérias
pulmonares. Acredita-se que a dilatação dos vasos sanguíneos cerebrais
provocada pela papaverina é a causa do incremento no fluxo sanguíneo cerebral e
da diminuição da resistência vascular registrados em indivíduos normais, uma
vez que não há alteração no oxigênio consumido pelo cérebro. Esses efeitos
mediariam o alívio que a papaverina produz nos pacientes com encefalopatia vascular
cerebral.Suas ligações cardíacas justificam seu uso para anular as sístoles
prematuras de origem ventricular e auricular e as arritmias ventriculares. O
efeito vasodilatador sobre os vasos coronários pode ser importante quando a
causa das arritmias é a falha na irrigação do músculo cardíaco devida a oclusão
ou insuficiência coronária. Na trombose coronária aguda a papaverina pode ser
superior à quinidina no tratamento dos ritmos ventriculares mediante a
diminuição da irritabilidade do miocárdio, visto que pode ser administrada por
via IV e não deprime a contração do miocárdio nem causa cinchonismo, produzindo
ao mesmo tempo vasodilatação coronária.
Indicações.
Isquemia cerebral e periférica
associada com espasmo arterial. Isquemia do miocárdio complicada com arritmias.
Tem sido utilizada isoladamente ou como coadjuvante no tratamento da impotência
de ereção.
Posologia.
Via oral: 60 mg cada 12 horas e, em
casos difíceis, 120 mg cada 12 horas ou 60 mg cada 8 horas.
Reações adversas.
Raramente se registram náuseas,
mal-estar abdominal, anorexia, constipação, tontura, vertigem, sudorese,
cefaleia, diarreia e erupção cutânea.
Precauções.
Usar com precaução em pacientes com
glaucoma. Caso apareçam sintomas de hipersensibilidade hepática, icterícia,
alteração das transaminases, deve-se suspender a administração de papaverina.