Ações
terapêuticas.
Antidepressivo
tricíclico.
Propriedades.
É um
antidepressivo do tipo II (estrutura química relacionada com a imipramina)
derivado da dibenzoxazepina, com atividade terapêutica similar à dos
antidepressivos tricíclicos tipo I (estrutura química similar à imipramina)
como a imipramina, desipramina, clomipramina, amitriptilina. Seu mecanismo de
ação se desenvolve a partir de um aumento da concentração de norepinefrina, na
sinapse neuronal, ou da 5-hidroxitriptamina (serotonina) no SNC, ao bloquear de
forma não-seletiva a recaptação neuroaminérgica destes neurotransmissores
cerebrais. Dado que o efeito farmacológico destes antidepressivos tricíclicos é
lento e retardado (2 a 4 semanas), atualmente se postula que o mecanismo de
ação antidepressiva se relacionaria mais com as alterações produzidas no nível
dos neurorreceptores de membrana ou intracelulares, que modulariam mediante
influências intracelulares a maior ou menor descarga de neurotransmissores. É
administrada por via oral e absorvida no trato digestivo de forma rápida. Logo
após uma dose de 50 mg, o pico plasmático é atingido aos 60 minutos.Sua
biodisponibilidade é de 18% a 54% devido a um importante fenômeno de primeiro
passo hepático. Como outros tricíclicos afins, apresenta alto grau de união a
proteínas (90%); uma ampla meia-vida de eliminação (8 horas) e uma liberação
hepática completa (100%) de seus metabólitos 7 e 8 hidroxiamoxapina, 25% da
concentração plasmática de amoxapina é eliminado pelo leite materno.
Indicações.
Síndrome
depressiva, depressão endógena. Síndrome maníaco-depressiva. Depressão reativa
ou patologias distímicas.
Posologia.
A dose
incial aconselhada é de 50 mg por dia. O intervalo terapêutico da dose oscila
entre 100 e 400 mg e não deve ultrapassar este último valor. Em indivíduos de
idade avançada ou debilitados, se administram doses de 50 a 100 mg/dia. Em
pacientes com psicopatias depressivas graves ou que se encontram internados, a
dosagem será adequada à resposta clínica.
Reações
adversas.
Enjoos,
sonolência, secura na boca, cefaleias, náuseas, cansaço ou debilidade, aumento
de peso, diarreia, sudoração excessiva. Visão turva, movimentos de sucção,
mastigação, instabilidade, movimentos lentos, hipotensão, ansiedade. São de
rara incidência: raquipneia, crises convulsivas, erupção cutânea, prurido,
irritabilidade, rigidez muscular grave, dor de garganta.
Precauções.
Deve ser
ingerida com alimentos para reduzir a irritação gastrintestinal. Podem ser
necessárias de 2 a 6 semanas de tratamento para obter os efeitos
antidepressivos. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; possível sonolência,
e portanto, deve-se ter cuidado ao dirigir, não suspender a medicação de forma
abrupta, e sim gradualmente. Não se recomenda seu uso em crianças com menos de
12 anos. Os pacientes de idade avançada, em geral, necessitam uma redução da
dose devido à lentidão do metabolismo ou da excreção.
Interações.
Os
corticoides, amantadina, anti-histamínicos ou anticolinérgicos intensificam os
efeitos antimuscarínicos, principalmente confusão mental, alucinações e
pesadelos. Pode bloquear a detoxificação da atropina, diminuir o limiar das
crises convulsivas e assim, reduzir os efeitos da medicação anticonvulsiva. A
cimetidina pode inibir o metabolismo da imipramina e aumentar sua concentração
plasmática. O uso simultâneo com guanetidina ou clonidina pode diminuir os
efeitos hipotensores destes fármacos. Os anticoncepcionais orais que contêm
estrogênios aumentam a biodisponibilidade da imipramina. O aloperidol, as
fenotiazinas ou os tioxantenos prolongam e intensificam o efeito dos
antidepressivos tricíclicos. O uso de metilfenidato aumenta as concentrações de
imipramina. Não se recomenda o uso simultâneo com inibidores da MAO, devido ao
aumento do risco de episódios hiperquinéticos, convulsões graves, crises
hipertensivas.Aumenta os requisitos da riboflavina e potencializa os efeitos
cardiovasculares das drogas simpaticomiméticas, o que dá lugar a arritmias,
taquicardia ou hipertensão acentuada.
Contraindicações.
Não deve
ser usada durante o período de recuperação imediato pós-infarto do miocárdio.
Deverá ser avaliada a relação risco-benefício na presença de alcoolismo, asma,
síndrome maníaco-depressiva, distúrbios sanguíneos, alterações cardiovasculares
(idosos e crianças), distúrbios gastrintestinais, doença geniturinária,
disfunção hepática ou renal, esquizofrenia e retenção urinária.