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AMINOGLUTETIMIDA


Ações terapêuticas.
Antiadrenal. Inibidor da biosíntese de esteroides. Antineoplásico.
Propriedades.
Inibe o citocromo P-450 presente em diversas células normais e nas de carcinoma de mama; deste modo bloqueia a aromatização necessária para a transformação de andrógenos em estrogênios, substâncias que atuam como estimulantes do crescimento dos tumores mamários hormônio-sensíveis. Também atua inibindo outros processos de hidroxilação nas sínteses corticossuprarrenais de glicocorticoides e mineralocorticoides. Diminui os níveis de andrógenos observando-se melhorias clínicas subjetivas e objetivas em pacientes com carcinoma prostático. É bem absorvida no trato gastrintestinal; sua união às proteínas é baixa (20% a 25%); metaboliza-se no fígado, sendo seu principal metabólito a N-acetilaminoglutetimida. A meia-vida é de 13 horas, reduzindo-se a 7 horas após um tratamento prolongado (2 a 32 semanas) dado que a aminoglutetimida é um indutor das enzimas hepáticas e acelera o próprio metabolismo. Elimina-se pelo rim, 50% sem metabolizar.
Indicações.
Carcinoma metastático de mama. Na pós-menopausa, em pacientes ovariectomizadas e sensíveis aos estrogênios. Como tratamento paliativo do carcinoma de próstata metastático. Síndrome de Cushing por hiperplasia, adenoma ou carcinoma corticossuprarrenal. Nestes casos se administra como medicação pré-operatória ou ante uma recorrência após uma suprarrenalectomia.
Posologia.
Carcinoma de mama metastático ou de próstata: pode se iniciar com 250 mg/dia. Esta dose poderá ser aumentada em 250 mg cada semana até a obtenção da máxima tolerada, sem ultrapassar, porém, os 1.000 mg/dia divididos em 4 doses. Terapêutica suplementar: dado que suprime a produção de glicocorticoides, em pacientes tratados com esta droga se deverá administrar de forma simultânea com eles, ou seja, com 20 mg de hidrocortisona ou 25 mg de acetato de cortisona 2 vezes ao dia. Síndrome de Cushing: 1 comprimido 4 vezes ao dia, a cada 6 horas. Em caso de respostas adversas pode ser necessário reduzir a dose ou suprimir temporariamente o tratamento. Dose máxima até 2 g/dia. Não foi estabelecida a dosagem em pediatria.
Reações adversas.
Os efeitos colaterais dependem da dose, exceto o exatema cutâneo associado ou não à síndrome febril que aparece na primeira e segunda semanas após o início do tratamento e dura de 7 a 10 dias. É frequente a observação de obnubilação, letargia, ataxia, náuseas, vômitos e diarreias. Com menor frequência, hirsutismo e sintomas de masculinização em mulheres. Cefaleias, enjoos, hipotensão ortostática, taquicardia e mialgias. Ocasionalmente, foram registrados distúrbios da função hepática (do tipo colestático com exantema pruriginoso). Leucopenia e agranulocitose. Com o uso a longo prazo, raramente se produz hipotireoidismo e bócio (a aminoglutetimida bloqueia a incorporação de iodo à tirosina). Devido à aceleração do metabolismo da droga, a maioria das reações adversas diminui em incidência a gravidade após as primeiras 2 a 6 semanas de tratamento.
Precauções.
A medicação requer um estreito controle médico. Deverá ser controlada a tensão arterial, o quadro hemático, o equilíbrio hidroeletrolítico e a função da tireoide. Ante a aparição de discrasias sanguíneas, o tratamento deverá ser suspenso. Se aparecer hipotireoidismo, deverá ser iniciada uma terapêutica substitutiva com tiroxina. Precaução especial deverá ser tomada quando administrada junto com diuréticos, já que pode haver um agravamento da hipotensão e da hiponatremia. Os idosos podem ser mais sensíveis aos efeitos sobre o SNC e mais propensos à letargia com esta medicação. Embora não tenham sido realizados estudos adequados e bem controlados na população pediátrica, há uma possibilidade de induzir o desenvolvimento sexual precoce em crianças e de masculinização e hirsutismo em meninas.
Interações.
Devido a ação indutora de enzimas hepáticas, a aminoglutetimida acelera a própria degradação e a de outras drogas (glicocorticoides sintéticos como a dexametasona), antidiabéticos orais e anticoagulantes cumarínicos. Se necessário, será elevada a dose destes fármacos.
Contraindicações.
Reações graves de hiper-sensibilidade à droga. Porfirias induzidas. Gravidez e lactação. Varicela existente ou recente ou herpes-zóster. Deverá ser avaliada a reação risco-benefício em hipotireoidismo e infecção. 

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