Ações
terapêuticas.
Citoprotetor.
Propriedades.
A
amifostina é uma substância capaz de proteger os tecidos sadios da toxicidade
severa associada com a quimioterapia intensiva com agentes alquilantes e
platina. Em ensaios in vivo determinou-se que incrementa a resistência às
radiações da pele e da medula óssea em fatores de 2,4 e 2,7 respectivamente;
além disso, observou-se um aumento de 1,5 vezes na resistência à
nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. A amifostina protege a maior parte
dos tecidos, exceto os da medula espinhal e do encéfalo. Os tecidos tumorais
não são protegidos pelos agentes alquilantes ou são protegidos em grau muito
baixo. Esse mecanismo de proteção seletiva parece ser devido a características
do microambiente tumoral que impedem a entrada do fármaco e do seu metabólito
ativo em quantidades adequadas às células transformadas.Alguns estudos sugerem
que essa ação poderia estar relacionada com um bloqueio da divisão das células
dos tecidos não-tumorais, mediante a inibição da enzima topoisomerase II
exercida por um metabólito da amifostina, com o qual a probabilidade de que
ocorram danos no DNA das células normais devido aos agentes alquilantes estaria
reduzida.
Indicações.
Em
pacientes com câncer que recebem quimioterapia intensiva com agentes
alquilantes e platina.
Posologia.
Dose recomendada:
910 mg/m 2 administrados por infusão em um período de 15 minutos. A
primeira dose é aplicada justamente antes da administração do antineoplásico e
repete-se 2 horas depois. Se a dose recomendada não é bem tolerada, deve-se
continuar com uma menor, ou partir de 740 mg/m 2, 600 mg/m 2
ou 450 mg/m 2, as mais elevadas que o paciente possa tolerar. É
desconhecido se as doses menores de 450 mg/m 2 são efetivas.
Reações
adversas.
É
frequente uma redução leve e transitória da pressão arterial sistólica, que
deveria voltar a seus valores normais 2 a 5 minutos após a finalização da
infusão. Uma queda excessiva da pressão arterial sistólica obriga a interromper
ou suspender de maneira definitiva a infusão; o paciente recupera-se igualmente
em 5 a 15 minutos. Podem ocorrer sintomas de hipotensão (tonturas, desmaios),
que são controlados com soluções parenterais e correção da postura do paciente.
Pode provocar náuseas e vômitos leves, que se potencializam pelo efeito
simultâneo dos antineoplásicos; por isso é recomendável administrar um agente
antiemético antes de iniciar o tratamento com amifostina. Também se têm
observado rubor, tonturas, sonolências, espirros, soluços e calafrios que foram
leves e obrigaram a suspender o tratamento.
Precauções.
Monitorar
a calcemia durante a infusão de doses múltiplas dentro de um período de 24
horas; se for necessário administrar suplementos de cálcio. A pressão arterial
deve ser registrada a cada 5 minutos durante a administração, que deve ser
realizada com o paciente adequadamente hidratado e em posição supina durante a
infusão. Por não existirem provas conclusivas do efeito da amifostina sobre a
gravidez, recomenda-se não utilizá-la em mulheres grávidas a não ser que o
benefício para a mãe supere o risco potencial para o feto. A lactação deverá
ser suspensa se a mãe tiver que tomar o fármaco.
Interações.
Anti-hipertensivos:
potencialização da hipotensão.
Contraindicações.
Pacientes
desidratados, hipotensos ou que recebam medicação anti-hipertensiva que não
possa ser suspensa durante 24 horas.