Ações terapêuticas.
Anti-hipertensivo.
Propriedades.
É o primeiro derivado de uma nova
geração de medicamentos denominados antagonistas da angiotensina II (ATII), que
desenvolve um efeito gradual e prolongado sobre os valores sisto-diastólicos de
indivíduos hipertensos. Trata-se de uma substância sintética de estrutura
química original befeniltetrazol, de natureza não-peptídica, que pela sua
semelhança estrutural compete com o receptor específico da angiotensina II,
inibindo, dessa forma, sua ligação com esse agonista endógeno. Sua elevada
afinidade e especificidade in vitro e in vivo sobre os receptores
AT 1 da angiotensina II, localizados preferentemente no músculo liso
vascular e em outras estruturas (miocárdio, rim, cérebro, suprarrenal), e seu
comportamento com agonista puro sem efeito agonista parcial, o destacam como um
agente anti-hipertensivo seguro e eficaz. diferença do seu antecessor, a
saralasina (somente para uso intravenoso em infusão contínua), a losartana é
ativa por via oral, em doses de 50 mg diários em uma tomada única (tendo a
mesma potência que 10 mg de enalapril).Após a sua administração oral, esse
derivado imidazólico benzil-substituído sofre uma biotransformação hepática
(efeito de primeira passagem) que reduz significativamente sua absorção
sistêmica a 33% e produz um metabólito ativo, o ácido 5-carboxílico, de
meia-vida prolongada, que contribui para prolongar a ação anti-hipertensiva
durante 24 horas com uma única tomada diária, graças à ação aditiva ou de
somação entre o fármaco e seu metabólito ativo. A meia-vida plasmática é de 2,3
horas para a losartana e de 6,7 horas para o metabólito ativo (E-3174), enquanto
que a proporção que se liga às proteínas é elevada (> 99%). A absorção
digestiva do fármaco não é afetada pela presença de alimentos no estômago;
depois da administração de uma dose única oral de 50 mg, atinge o pico
plasmático máximo em 60 minutos, com um volume de distribuição de 34 litros,
aproximadamente, sem que seja observado fenômeno de acumulação com a
administração contínua e prolongada, inclusive de doses elevadas (100 mg).A
excreção seguida com losartana marcado com 14C mostrou 35% de eliminação pela
urina e 58% pelas fezes. Os estudos clínicos duplo-cegos com losartan em
pacientes com hipertensão essencial leve ou moderada mostraram uma boa resposta
anti-hipertensiva sisto-diastólica em comparação com betabloqueadores
(atenolol), diuréticos (hidroclorotiazida) e antagonistas de cálcio. A
tolerância medicamentosa da losartana, assim como sua inocuidade e segurança
foram confirmadas pelo uso crônico; destaca-se a menor incidência de tosse (3%)
em comparação com a registrada com os inibidores da ECA (10%). Não se registrou
efeito rebote nos valores tensionais de pacientes hipertensos que reduziram ou
suspenderam a losartana.
Indicações.
Hipertensão arterial essencial leve a
moderada. Insuficiência cardíaca congestiva.
Posologia.
A dose média aconselhada é de 50 mg em
uma tomada diária. Em indivíduos idosos (> 75 anos) ou com deterioração das
funções hepática ou renal aconselha-se iniciar o tratamento com 25 mg. Em
indivíduos hipertensos refratários ou que não respondem à dose habitual pode-se
chegar a 100 mg diários, mas não se obtiveram melhorias com doses maiores.
Efeitos secundários.
Geralmente apresenta uma ótima
tolerância, mas alguns pacientes apresentaram ocasionalmente (< 1%)
tonturas, exantema cutâneo, hipotensão ortostática, valores elevados de TGP que
se normalizam ao suspender o tratamento. diferença dos inibidores da enzima
conversora da angiotensina, a incidência de tosse seca é menor (3% vs. 10%) e
equiparável ao placebo.
Precauções.
Aconselha-se empregar com precaução em
pacientes com insuficiências renal ou hepática grave, estenose da artéria renal
e antecedentes de alergia ou hipersensibilidade. Deve-se ter especial precaução
ao iniciar a terapia em pacientes com insuficiência cardíaca, indivíduos
desidratados ou com depleção hidrossalina (uso de diuréticos, dietas
hipossódicas estritas) pois a losartana pode produzir maior hipotensão
arterial. Aconselha-se controlar periodicamente a potassemia em indivíduos
idosos ou com transtornos da função renal. Em indivíduos submetidos a cirurgia
maior ou durante a anestesia com medicamentos anti-hipertensivos, pode bloquear
a ATII formada como consequência da liberação compensadora de renina e a
hipotensão resultante deve ser corrigida com expansores de volume.
Interações.
O emprego de diuréticos poupadores de
potássio pode incrementar a potassemia. Não foram registradas interações
significativas com o emprego simultâneo de antagonistas de cálcio,
betabloqueadores e diuréticos tiazídicos. A combinação com hidroclorotiazida
pode potencializar a resposta hipotensiva. A hemodiálise não serve para
eliminar a losartana e seu metabólito ativo.
Contraindicações.
Crianças. Gravidez e lactação.
Hipersensibilidade a losartana.