Ações terapêuticas.
Anti-inflamatório não-esteroidal.
Propriedades.
O lornoxicam é um novo derivado das
oxicanas (piroxicam, meloxicam, tenoxicam) que apresenta, como os demais, ações
analgésica e antiinflamatória, inibindo a enzima cicloxigenase (COX) e portanto
atuando sobre a biossíntese das prostaglandinas (PG), provavelmente sem aumento
da formação de leucotrienos. Esta oxicana pode ser empregada por via parenteral
(IM ou IV) e também por via oral. Após sua aplicação por via IM o pico sérico
máximo é alcançado em 0,4 hora, sendo a biodisponibilidade estimada de
aproximadamente 97%. Sua meia-vida de eliminação é de 3 a 4 horas. No plasma
detectam-se o fármaco e seu metabólito hidroxilado, que é desprovido de
atividade farmacológica. O lornoxicam apresenta elevada ligação com proteínas
plasmáticas (99%), especialmente com a fração albumina. Sua biotransformação
metabólica é realizada no nível hepático sobre o sistema do citocromo P-450 2C9
(o mesmo do diclofenaco e do piroxicam), não induzindo indução enzimática nem
fenômenos de acumulação.O metabolismo hepático é de 2/3 e o renal de 1/3, razão
pela qual não se requerem alterações no ritmo posológico em pacientes com
alterações renais ou hepáticas leves.
Indicações.
Patologias inflamatórias ou dolorosas
de etiologia reumática ou não-reumática. Artrite. Artroses. Discopatias.
Lombociatalgias. Ombro doloroso. Entorses, fraturas, luxações, distensões,
espondilartrose, coxartrose, gonartrose.
Posologia.
Por via IM ou IV recomenda-se aplicar
8 mg em dose diária única, podendo em casos graves ou refratários chegar a 16
mg/dia.
Superdosagem.
Até o momento não há experiência
clínica a respeito. Não obstante, após doses excessivas pode-se esperar
manifestação dos seguintes sintomas: náuseas e vômitos, sintomas centrais
(enjoos, ataxia e cãibras), alterações da função hepática e renal e alterações
da coagulação. Devido a sua curta meia-vida, o lornoxicam é rapidamente
eliminado. O lornoxicam não é dialisável. Na atualidade não se conhece nenhum
antídoto específico. Em caso de acidente deverão ser instauradas medidas gerais
de emergência. As alterações gastrintestinais podem ser tratadas com análogos
de prostaglandinas ou antagonistas H 2.
Reações adversas.
Gerais. Raras. Alterações do apetite,
alterações do peso corporal, mal-estar, fraqueza, dor no local da injeção.
Cardiovasculares. Raras: hipertensão, palpitações, taquicardia. Digestivas.
Ocasionais: dores abdominais, diarreia, dispepsia, náuseas e vômitos. Raras:
constipação, disfagia, secura de boca, flatulência, gastrite, refluxo
gastresofágico, úlcera péptica, hemorragia gastrintestinal, estomatite,
hemorragia hemorroidal, distúrbios da função hepática. Hemolinfáticas: Raras:
edemas, anemia, equimoses, trombocitopenia. Musculoesqueléticos: Raras:
mialgias, cãibras em membros inferiores. Neurológicas: Ocasionais: cefaleias e
enjoos. Raras: parestesias, tremores. Psiquiátricas. Raras: depressão, insônia,
agitação. Dermatológicas. Raras: alopecia, dermatite, aumento da sudação,
prurido. Urogenitais. Raras: distúrbios de micção. Sensoriais. Raras:
distúrbios do paladar, tinito. Oftálmicas. Raras: distúrbios da acuidade
visual, conjutivite. Hipersensibilidade.Raras: reações alérgicas (rubores
faciais, urticária, rash, prurido, dispneia, rinite, broncospasmo,
hipotensão, taquicardia). Laboratório. Raras: aumento do tempo de sangramento.
Precauções.
É importante vigiar a função renal em
pacientes que venham a ser submetidos a uma grande cirurgia, em pacientes que
possuam função renal forçada, por exemplo como resultado de perda significativa
de sangue ou por desidratação grave em pacientes com insuficiência cardíaca, em
pacientes que recebam tratamento concomitantemente com diurético e em pacientes
que recebam tratamento concomitante com fármacos sobre os quais haja suspeita
de nefrotoxicidade. Não se aconselha seu emprego em pacientes com mais de 65
anos. Advertências: deve-se empregar com precaução, considerando a
relação risco/benefício em pacientes com antecedentes de úlcera e hemorragia
gastrintestinal; recomenda-se praticar a monitoração clínica a intervalos
regulares. Deve-se suspender a administração a pacientes que desenvolvam úlcera
péptica ou hemorragia gastrintestinal, instaurando-se terapêuticas adequadas.
Disfunção renal: os pacientes com insuficiência renal leve (creatinina sérica
entre 150 a 300 mmol/l) devem ser monitorados trimestralmente.Os pacientes com
disfunção renal moderada (creatinina sérica entre 300 e 700 mmol/l) devem ser
monitorados a intervalos de 1 a 2 meses. Se a disfunção renal se agrava durante
o tratamento, a administração de lornoxicam deve ser interrompida. Pacientes
com alterações da coagulação sanguínea: recomenda-se vigilância clínica e por
meio de exames laboratoriais. Doenças hepáticas (por exemplo: cirrose).
Tratamentos de longo prazo (superiores a 3 meses): recomendam-se avaliações de
laboratório periódicas hematológicas (hemoglobina), da função renal
(creatinina) e das enzimas hepáticas. Pacientes com idade avançada (a partir
dos 65 anos): recomenda-se monitorar as funções renal e hepática.
Interações.
Com anticoagulantes ou antiagregantes
plaquetários: pode haver aumento do risco de sangramentos. Com sulfonilureias:
pode haver aumento do efeito hipoglicemiante. Com outros anti-inflamatórios
não-esteroidais: aumento do risco de reações adversas. Com diuréticos:
diminuição da eficácia dos diuréticos de alça. Com inibidores da enzima
conversora de angiotensina (ECA): antagonismo do efeito anti-hipertensivo. Com
lítio: aumento da concentração plasmática do lítio, podendo assim aumentar a
toxicidade deste último. Com metotrexato: aumento da concentração sérica do
metotrexato. Com cimetidina: elevação das concentrações plasmáticas do
lornoxicam (não foi demonstrada ocorrência desta interação com ranitidina ou
antiácidos). Com digoxina: diminuição da eliminação da digoxina. De modo
semelhante ao que ocorre com outros antinflamatórios não-esteroidais
metabolizados pelo citocromo P-450 2C9 (CYP2C9), o lornoxicam pode ser afetado
por indutores e inibidores enzimáticos do CYP2C9 tais como a tranilcipromina e
a rifampicina.
Contraindicações.
Pacientes alérgicos ao lornoxicam ou a
algum de seus excipientes. Pacientes que tenham apresentado reações de
hipersensibilidade (broncospasmo, rinite, urticária) a outros
anti-inflamatórios não-esteroidais. Pacientes com úlcera péptica ativa ou com
antecedentes de úlcera péptica recidivante. Pacientes com hipovolemia ou
desidratação. Pacientes com idade inferior a 18 anos ou maiores de 65 anos, pois
não há experiência clínica disponível nestes grupos etários. Pacientes com
disfunção renal moderada ou grave (creatinina sérica >300 mmol/L). Pacientes
com disfunção hepática ou cardíaca grave. Gravidez e lactação. Pacientes com
diátese hemorrágica ou distúrbios da coagulação sanguínea e em casos de
intervenções cirúrgicas com risco de hemorragia ou hemostasia incompleta.