Ações terapêuticas.
Antiepiléptico.
Propriedades.
O levetiracetam é um novo agente
antiepiléptico que corresponde quimicamente ao derivado 5-enantiomérico da
pirrolidona ou da etiracetam - (5)-a-etil-2-oxo-pirrolidina acetamida. Seu
mecanismo de ação não está totalmente elucidado. Contudo, tem demonstrado
excelente resposta terapêutica em diferentes modelos experimentais e como
terapia complementar para crises parciais com ou sem generalização secundária,
empregado como monoterapia. Foi sugerido que o levetiracetam liga-se
seletivamente a membranas celulares do encéfalo de modo reversível e
estereosseletivo. Diferentemente de outros agentes anticonvulsivantes, este
fármaco não interage com o complexo benzodiazepina-ácido g-aminobutírico nem
com os receptores para aminoácidos excitatórios. Além disto, apresenta um
grande índice terapêutico, havendo ampla margem entre as doses requeridas para
controlar as crises epileptogênicas e aquelas que chegam a produzir
toxicidade.Também demonstrou eficácia nas epilepsias generalizadas com redução
na frequência semanal das crises, especialmente naqueles pacientes que recebiam
doses mais elevadas (2.000 a 3.000 mg/dia). O levetiracetam demonstrou ser
eficaz em pacientes com mioclonia juvenil refratária à lamotrigina ou ao valproato.
Após sua administração por via oral, o levetiracetam é rapidamente absorvido no
trato digestivo, alcançando seu pico plasmático 1 a 2 horas após a ingestão.
Não se observou interferência dos alimentos em sua elevada biodisponibilidade
(100%). Não se detectou ligação com proteínas plasmáticas, e sua
biotransformação metabólica é realizada por hidrólise do grupo acetamida, sem
que o sistema enzimático citocromo P-450 seja afetado. Estabeleceu-se que sua
meia-vida oscila entre 6 e 8 horas, independentemente das doses que se situem
dentro da faixa posológica habitual. O principal metabólito é inativo e é
eliminado juntamente com o fármaco original por via renal; ambos os compostos
podem também ser eliminados do plasma por meio de hemodiálise.Nas primeiras 48
horas cerca de 66% da dose administrada é eliminada na forma inalterada e 24%
na forma de metabólito inativo.
Indicações.
Terapêutica coadjuvante nas crises
parciais, com ou sem generalização secundária.
Posologia.
A dose inicial recomendada é de 500 mg
a cada 12 horas por via oral, com incrementos semanais da ordem de 500 a 1.000
mg por dia, não ultrapassando os 3.000 mg. Dose para crianças: 20 mg/kg por
dia.
Superdosagem.
Não foi assinalada. O fármaco pode ser
eliminado do sangue por processo de hemodiálise.
Reações adversas.
São raras e leves, destacando-se
anemia, cefaleia, enjoos e sonolência, especialmente em pacientes que
necessitam doses elevadas (3.000 mg/dia).
Precauções.
Em pacientes idosos a meia-vida de
eliminação aumenta, razão pela qual a dose deverá ser ajustada individualmente;
o mesmo ocorre com pacientes portadores de insuficiência renal. Em pacientes
com insuficência hepática leve ou moderada não foram observadas alterações
significativas na farmacocinética do levetiracetam, pois não é metabolizado no
fígado.
Interações.
Como este antiepiléptico não sofre
biotransformação hepática nem se liga a proteínas plasmáticas, não há
interações medicamentosas de significação clínica.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco. Gravidez
e amamentação.