Ações terapêuticas.
Vasodilatador periférico.
Propriedades.
Trata-se do éster di-isobutírico da
N-metildopamina, que é ativo por via oral. A ibopamina é um profármaco, que
sofre rápida absorção no trato gastrintestinal, sendo hidrolisado pelas esterases
intestinais, hepáticas e plasmáticas, dando origem à epinina. A ação
farmacológica da ibopamina deve-se à ativação dos receptores dopaminérgicos (DA
1 e DA 2), a posterior vasodilatação periférica e renal, o que
causa redução da sobrecarga e melhora a perfusão periférica. Estas ações
farmacodinâmicas melhoram a função hemodinâmica cardíaca, efeito este que é
acompanhado por uma modulação neuro-hormonal devida a uma diminuição dos níveis
plasmáticos de noradrenalina, renina e aldosterona. A idopamina também produz
ligeiro aumento no fluxo sanguíneo renal no volume urinário e na eliminação de
sódio. Com doses superiores às doses terapêuticas, a ibopamina causa ativação
dos receptores e -adrenérgicos. Todas estas ações são produzidas pela
ibopomina sem que a frequência cardíaca e a pressão arterial sejam alteradas.A
melhora hemodiâmica é observada dentro de 30 minutos após sua administração
oral; efeito máximo é observado em cerca de 1 a 2 horas e mantém-se durante até
6 horas. Em alguns casos observou-se, após a administração, um aumento inicial,
fugaz e transitório da pressão capilar pulmonar capilar. A biodisponibilidade
da ibopamina é dose-dependente e o fármaco não se acumula se for administrado
durante períodos prolongados. Apesar de causar retardo na absorção, a presença
de alimentos não interfere em seu efeito terapêutico global. A epinina sofre
intensa metabolização, e uma quantidade inferior a 1% da dose é recuperada na
forma de epinina inalterada. A epinina é conjugada com sulfato e oxidada, dando
origem a ácido homovanílico e ácido diidroxifenil-acético. Os metabólitos
resultantes são eliminados através da urina e representam entre 50% a 85% da
dose recuperada na urina de 24 horas.
Indicações.
Insuficiência cardíaca crônica
discreta em pacientes tratados com diuréticos, nos quais esteja contraindicados
ou não toleram fármacos inibidores da enzima de conversão (IECA).
Posologia.
Adultos: via oral, 100 mg a 200 mg,
três vezes ao dia. Recomenda-se sua administração antes das refeições. Não há
necessidade de reajuste de doses em pacientes que apresentam insuficiência
renal.
Superdosagem.
Caso ocorra ingestão excessiva e
recente de ibopamina, recomenda-se lavagem gástrica. Se houver transcorrido
mais tempo desde a ingestão, o tratamento deve ser sintomático, podendo ser
necessário um tratamento inicial com -bloqueadores, eventualmente seguido por
-bloqueadores.
Reações adversas.
As reações adversas mais
frequentemente observadas são gastrite, ansiedade, cefaleias, enjoos, astenia,
poliúria, rash cutâneo, asma e tremores. Estas reações em geral sofrem
remissão espontânea e não requerem a suspensão do tratamento.
Precauções.
A administração de ibopamina deve ser
suspensa caso ocorra fadiga e/ou dispnéia durante atividade leve ou em repouso.
A ibopamina deve ser administrada com precaução ou em doses reduzidas em
pacientes com infarto de miocárdio recente, angina pectoris, ou que apresentem
arritmias ventriculares. Em razão de sua administração poder causar aumento
transitório da pressão capilar pulmonar, recomenda-se usar com precaução em
pacientes com antecedentes recentes de edema agudo de pulmão. Apesar de não
haver informação suficiente sobre seus efeitos potenciais durante a gravidez e
a amamentação, recomenda-se não administrá-la nestas circunstâncias.
Interações.
Deve ser administrada com precaução em
pacientes sob tratamento com -bloqueadores, nifedipino ou inibidores da
monoaminoxidase (IMAO). Não utilizar ibopamina em terapia conjunta com
amiodarona.
Contraindicações.
Insuficiência cardíaca grave,
feocromocitoma, hipertensão maligna, hipersensibilidade ao fármaco e pacientes
em tratamento com amiodarona.