Ações terapêuticas.
Estrogenoterapia. Antineoplásicos.
Propriedades.
Os estrógenos aumentam a síntese
celular de cromatina (DNA), de RNA e de diversas proteínas nos tecidos
sensíveis. Diminuem a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina no
hipotálamo, pelo qual fica reduzida, e de FSH e de LH na hipófise. As proteínas
receptoras específicas dos tecidos (receptores estrogênicos) formam complexos
com os estrógenos nos tecidos sensíveis aos mesmos. Seu metabolismo é
principalmente hepático e sua via de excreção é renal.
Indicações.
Deficiência estrogênica, vaginite
atrófica, hipogonadismo feminino, insuficiência ovárica primária, menopausa,
hemorragia uterina induzida por desequilíbrio hormonal. Carcinoma da mama
metastático em mulheres pós-menopáusicas. Carcinoma de próstata avançado,
osteoporose pós-menopáusica.
Posologia.
Estradiol: estrogenoterapia
substitutiva (insuficiência ováriana primária): administração por via oral, 1
mg a 2 mg/dia durante 21 dias; repetir a posologia ciclicamente após 7 dias de
descanso. Antineoplásico: carcinoma de mama (inoperável e progressivo): 1 mg,
três vezes por dia, durante pelo menos três meses; carcinona de próstata
(inoperável e progressivo): 1 mg a 2 mg 3 vezes por dia. Ampolas de cipionato
de estradiol, adultos (terapia de substituição), para o tratamento do
hipogonadismo feminino: IM, 1,5 mg a 2 mg administrados em intervalos mensais;
sintomas menopáusicos: IM, 1 mg a 5 mg cada 2 a 4 semanas. Valerato de
estradiol (terapia de substituição): IM, 10 mg a 20 mg cada 4 semanas;
antineoplásico: carcinoma de próstata (inoperável e progressivo): IM, 30 mg
cada 1 a 2 semanas; ajustar a dose segundo a necessidade.Sistema de
administração transdérmica de estradiol (terapia de substituição) (cada sistema
transdérmico libera aproximadamente de 0,05 a 0,10 mg/dia): 1 sistema duas
vezes por semana durante 3 semanas; a dose deve ser repetida em forma cíclica
após uma semana de descanso. O tratamento é iniciado com 0,05 mg e a dose é
ajustada segundo a necessidade para controlar os sintomas. Etinilestradiol:
administrado por via oral. Tratamento das manifestações associadas à menopausa:
0,01 a 0,05 mg diários, em ciclos de três semanas com uma semana de descanso,
durante 3 a 6 meses; depois é novamente avaliado o estado da paciente.
Hipogonadismo feminino: 0,05 mg, uma a três vezes por dia, durante as primeiras
duas semanas do ciclo menstrual teórico. Câncer de próstata inoperável
progressivo: 0,15 a 2,0 mg diários como paliativo. Câncer de mama inoperável
progressivo em mulheres pós-menopáusicas: 1,0 mg diários como paliativo.
Estrogênios conjugados: administram-se em forma tópica, oral ou injetável (IM
ou IV).Tratamento das manifestações associadas à menopausa: 1,25 mg diários que
podem ser administrados em qualquer momento se a paciente não menstruar em dois
meses; se a paciente menstruar, administrar no dia 5 de sangramento; deve-se
tentar a suspensão depois de 3 a 6 meses. Hipogonadismo feminino: 2,5 a 7,5 mg
diários durante 20 dias, seguidos de 10 dias de descanso. Osteoporose: 0,625 mg
diários, em ciclos de 3 semanas com fármaco e uma de descanso. Tratamento paliativo
do carcinoma de próstata andrógeno-dependente avançado: 1,25 a 2,5 mg três
vezes por dia. Tratamento paliativo de carcinoma de mama metastático: 10 mg,
três vezes por dia durante um mínimo de 3 meses. Dietilestilbestrol: tratamento
paliativo de carcinoma de próstata progressivo inoperável: começar com 1 a 15
mg diários, via oral, que podem ser posteriormente reduzidos a uma dose média
de 1 mg por dia. O sal fosfato de dietilestilbestrol administra-se diariamente
por via oral, em doses de 50 a 150 mg diários ou mais, se o paciente tolerar.O
sal difosfato de dietilestilbestrol administra-se por via IV, em doses de 0,5 a
2,0 g, por meio dia; quando se observar melhora, o tratamento pode ser
continuado com difosfato de dietilestilbestrol por via oral. Tratamento
paliativo do carcinoma de mama metastástico: 15 mg de dietilestilbestrol
diários. No tratamento da atrofia vaginal devida à deficiência estrogênica,
deve-se realizar uma aplicação tópica, por dia, de creme a 0,1%, durante
algumas semanas, até que melhorem os sintomas. Depois, pode-se reduzir
gradualmente a dose para 2 aplicações por semana. Via oral: administrar 4 a 8
mg/dia durante algumas semanas até regredirem os sintomas. Depois pode-se
reduzir gradualmente a dose para 1-2 mg/dia. No tratamento pré e pós-operatório
em mulheres na pós-menopausa submetidas a cirurgia vaginal. Via tópica: 1
aplicação diária de creme a 0,1% durante 2 semanas anteriores à cirurgia e 2
aplicações semanais nas duas semanas posteriores à intervenção; via oral: 4 a 8
mg/dia durante as 2 semanas anteriores à cirurgia e 1 a 2 mg/dia nas 2 semanas
posteriores à intervenção.Tratamento da menopausa. Via oral: 4 a 8 mg/dia
durante as primeiras semanas até a redução dos sintomas. Depois, reduzir a dose
gradualmente até a menor dose compatível com o efeito terapêutico. Auxiliar
diagnóstico em caso de estiramento muscular atrófico duvidoso: 2 a 4 mg/dia via
oral ou 1 aplicação de creme a 0,1% em dias alternados, durante a semana
anterior à tomada de amostra.
Reações adversas.
Em homens, a dose elevada de
estrogênios tem sido associada com risco aumentado de aparição de infarto do
miocárdio, embolia pulmar e tromboflebite. Pode ocorrer hipercalcemia grave em
pacientes com câncer de mama ou metástases ósseas tratadas com estrógenos. Edema
(por retenção hidrossalina). Incidência menos frequente ou rara: cefaleias,
perda repentina de coordenação, sensação de falta de ar, anorexia, náuseas,
alterações do ciclo menstrual: hemorragia prolongada ou amenorréia.
Precauções.
Via oral com ou imediatamente após as
refeições para reduzir as náuseas. Interromper o tratamento imediatamente se
houver suspeita de gravidez e consultar um médico. O risco de câncer de
endométrio em mulheres pré-menopáusicas aumenta com o uso prolongado.
Recomenda-se não se utilizarem estrogênios durante a gravidez, pois existem
antecedentes de malformações congênitas. São excretados no leite materno,
tendem a inibir a lactação e a diminuir a qualidade do leite (recomenda-se não
administrar em mães em lactação). Devido aos efeitos sobre o fechamento
epifisário os estrogênios devem ser utilizados com precaução em crianças que
ainda não completaram o crescimento dos ossos; podem predispor a hemorragias
gengivais.
Interações.
Administrados juntamente com
glicocorticoides, podem alterar o metabolismo dos mesmos por aumentar sua
meia-vida de eliminação, e com isso seus efeitos terapêuticos e tóxicos. Os
estrógenos podem produzir amenorreia e interferir nos efeitos de bromocriptina.
Os efeitos anti-inflamatórios da cortisona endógena podem ser potenciados se
forem associados com ACTH. Administrados com medicamentos hepatotóxicos,
aumentam o risco de hepatotoxicidade. Se utilizados simultaneamente com
somatropina, acelera-se a maturação da epífise. Podem interferir no efeito
terapêutico do tamoxifeno.
Contraindicações.
Câncer de mama (exceto em pacientes
tratados por doença metastática), hemorragia vaginal anormal ou
não-diagnosticada. A relação risco-benefício deve ser avaliada em presença de
asma brônquica, insuficiência cardíaca, epilepsia, cefaleia, insuficiência
renal, tromboflebite em homens, antecedentes de icterícia colestática,
antecedentes de hipertensão, hipercalcemia associada com doença metastática de
mama, miomas uterinos e porfiria hepática.