Ações terapêuticas.
Antibiótico.
Propriedades.
A espectinomicina é um antibiótico
bacteriostático de espectro reduzido. Seu mecanismo de ação é a inibição da
síntese de proteínas bacterianas; o local da ação é a subunidade ribossômica 30
S. Estudos in vitro mostraram a atividade da espectinomicina diante a
maioria das cepas de Neisseria gonorrhoeae (concentração inibitória
mínima < 7,5 a 20 g/ml). Estudos definitivos in vitro não mostram
resistência cruzada de N. gonorrhoeae entre a penicilina e a
espectinomicina. Esta não é absorvida logo após a administração por via oral,
não se une significativamente às proteínas plasmáticas e é eliminada ativa por
via urinária.
Indicações.
Tratamento da uretrite gonorreica
aguda e da prostatite no homem; da cervicite gonorreica na mulher, sempre em
pacientes alérgicos aos antibióticos betalactâmicos.
Posologia.
Adultos de ambos os sexos: dose única,
2 a 4 g por via intramuscular; a aplicação deve ser feita profundamente no
quadrante superoexterno do glúteo.
Reações adversas.
Durante os ensaios clínicos realizados
com uma única dose foram observadas as seguintes reações: dor no local da
injeção, urticária, enjoos, náuseas, tremores, febre e insônia. Após doses
múltiplas subcrônicas em voluntários sãos, estudos de tolerância mostraram:
diminuição da hemoglobina, do hematrócito e da liberação de creatinina;
elevação transitória da fosfatase alcalina e da TGP(AST). Foram informados
poucos casos de anafilaxia ou de reações anafilactoides.
Precauções.
A espectinomicina não é eficaz no
tratamento da sífilis. O uso de antibióticos em doses altas por períodos curtos
para tratar a gonorreia pode mascarar ou retardar a aparição dos sintomas de
sífilis no período de incubação. Como o tratamento desta patologia demanda uma
terapêutica prolongada com um antibiótico efetivo, os pacientes tratados por
gonorreia devem ser observados cuidadosamente do ponto de vista clínico. Em
todos os pacientes com gonorréia deve ser efetuado um teste serológico para a
sífilis no momento do diagnóstico da doença. Nos pacientes tratados com
espectinomicina deve ser feito um acompanhamento serológico para sífilis aos 3
meses do tratamento. A segurança da espectinomicina na gravidez e na lactação
não foi definitivamente estabelecida. Deve ser administrada com cuidado aos
pacientes com insuficiência renal ou hepática.
Interações.
A espectinomicina aumenta o efeito e a
toxicidade do carbonato de lítio, porque diminui sua depuração plasmática.
Contraindicações.
Hipersensibilidade conhecida à droga.