Ações terapêuticas.
Anticoagulante.
Propriedades.
Trata-se de uma prostaglandina
sintética que apresenta ação vasodilatadora e antiagregante plaquetária. O
epoprostenol é pouco estável em solução de pH fisiológico e possui um duração
de ação muito curta, pois in vivo, é rapidamente hidrolisado, dando origem
a um derivado mais estável, porém inativo, a 6-oxo-prostaglandina F 1.
O epoprostenol não é inativado na circulação pulmonar e deve ser administrado
em infusão venosa contínua. É utilizado para prevenir a agregação plaquetária,
quando o sangue entra em contato com superfícies não biológicas, como durante a
circulação extracorpórea.
Indicações.
Este fármaco constitui alternativa
para a heparina durante a diálise renal, quando existe risco de hemorragias.
Hipertensão pulmonar primária (HPP classes III e IV).
Posologia.
Diálise renal: antes da diálise: 4
ng/kg por minuto por via intravenosa, durante 15 minutos. Durante a diálise: 4
ng/kg por minuto na entrada arterial do dialisador. Hipertensão pulmonar
primária: intervalo de doses de curta duração (aguda): a velocidade de infusão
deve ser iniciada com 2 ng/kg por minuto, podendo ser aumentada de 2 ng/kg por
minuto a cada 15 minutos ou mais, até que se produza o máximo benefício
hemodinâmico. Infusão contínua de longo prazo: a administração deve ser feita através
de um cateter venoso central, iniciando com 4 ng/kg por minuto. Reajuste de
doses: deve-se considerar a necessidade de um aumento da dose se os sintomas da
HPP persistirem ou recorrerem após um período de melhora. A velocidade de
infusão deve ser incrementada em 1 a 2 ng/kg por minuto, em intervalos
suficientes de modo a permitir a avaliação clínica; estes intervalos devem ser
de 15 minutos, no mínimo. As diminuições das doses devem ser feitas
gradualmente com decrementos de 2 ng/kg por minuto a cada 15 minutos ou mais,
até que se resolvam os efeitos limitantes da dose.Deve-se evitar a interrupção
brusca do epoprostenol ou a redução repentina na velocidade de infusão.
Superdosagem.
Em caso de superdose, recomenda-se
reduzir a dose ou interromper a infusão, e instaurar as medidas necessárias,
apropriadas, tais como expansão do volume de plasma e/ou adaptação ao fluxo da
bomba.
Reações adversas.
As principais reações adversas
compreendem rubor facial, cefaleias, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, dores
na mandíbula, secura de boca, lassidão, eritema no ponto de aplicação, algias
precordiais.
Precauções.
Recomenda-se não administrar a
crianças com hipertensão pulmonar primária (HPP), nem durante a gestação ou a
amamentação. Em pacientes com idade superior a 65 anos, a seleção da dose deve
ser realizada cuidadosamente, levando em conta a maior frequência, nesta faixa
etária, de diminuição das funções hepática, renal ou cardíaca, de doença
concomitante ou de outro tratamento farmacológico. Os efeitos cardiovasculares
observados durante a infusão desaparecem 30 minutos após a suspensão da
infusão. Recomenda-se controle da pressão arterial e do ritmo cardíaco durante
a administração de epoprostenol, pois os pacientes podem apresentar
taquicardia, bradicardia ou hipotensão. Durante a diálise renal na vigência de
epoprostenol deve-se vigiar o aumento do rendimento cardíaco de tal modo que
não haja diminuição da liberação de oxigênio para os tecidos periféricos.
Interações.
Os efeitos do epoprostenol sobre o
ritmo cardíaco podem ser mascarados pelo uso de outros medicamentos que afetem
os reflexos cardiovasculares. O uso de simultâneo deste fármaco com
anti-inflamatórios não-esteroidais (AINE) ou outros fármacos que interfiram com
a agregação plaquetária pode aumentar o risco de hemorragias. O epoprostenol
pode potencializar a ação da heparina, razão pela qual recomenda-se realizar um
controle humoral. A ação vasodilatadora do epoprostenol pode ser incrementada
pela associação com outros fármacos vasodilatadores.
Contraindicações.
Hipersensibilidade conhecida ao
fármaco. Insuficiência cardíaca congestiva devida a insuficiência grave do
ventrículo esquerdo. Não deve ser utilizado de modo crônico naqueles pacientes
que desenvolvam edema pulmonar durante a fase de acerto de dose.