Ações terapêuticas.
Broncodilatador, vasoconstritor,
estimulante cardíaco, coadjuvante de anestésico local, anti-hemorrágico tópico.
Propriedades.
Broncodilatador adrenérgico que
estimula os receptores adrenérgicos 2 nos pulmões, para relaxar o
músculo liso bronquial e aumentar a capacidade vital. Diminui o volume residual
e reduz a resistência das vias aéreas. Esta ação é consequência do aumento de
AMP3'-5' cíclico produzido pela ativação da enzima adenilatociclase. Atua
também, sobre os receptores alfa-adrenérgicos para contrair as arteríolas
bronquiais. Atua sobre os receptores adrenérgicos 1 no coração e
produz aumento da força da contração por um efeito inotrópico positivo no
miocárdio. Produz vasoconstrição e aumento da resistência periférica,
contribuindo, assim, para os efeitos da pressão. Em doses baixas, produz uma
elevação moderada da pressão arterial sistólica. Em doses mais altas, atua
sobre os receptores alfa-adrenérgicos dos vasos do músculo esquelético, o que
causa vasoconstrição e uma elevação das pressões arteriais sistólica e
diastólica.Coadjuvante de anestesia local: atua sobre os receptores
alfa-adrenérgicos da pele, membranas mucosas e vísceras; produz vasoconstrição
e assim diminui a velocidade de absorção vascular do anestésico local
utilizado, o que faz com que a anestesia se localize; prolonga a duração da
ação e diminui o risco de toxicidade devido ao anestésico. Também produz
vasoconstrição da conjuntiva e hemostasia nas hemorragias de pequenos vasos;
diminui a congestão conjuntival. Contrai o músculo dilatador da pupila e produz
midríase. Atua como descongestionante nasal por vasoconstrição ao atuar sobre
os receptores alfa-adrenérgicos da mucosa nasal. Metaboliza-se no fígado e é
excretada por via renal.
Indicações.
Asma brônquica, bronquite, enfisema
pulmonar, bronquiectasia, doença pulmonar obstrutiva crônica. Em reações
alérgicas graves, por combater a hipotensão produzida pela anestesia
raquidiana. Parada cardíaca, bloqueio A-V transitório, síndrome de Adams-Stokes;
como coadjuvante da anestesia local, congestão conjuntival, hemorragia
superficial em cirurgia ocular, congestão nasal.
Posologia.
Adultos como broncodilatador: por
via subcutânea, 0,2 a 0,5 mg cada 20 minutos a 4 horas, conforme a necessidade.
Reações anafiláticas: IM ou subcutânea, 0,2 a 0,5 mg cada 10 a 15 minutos,
conforme a necessidade. Como vasoconstritor (choque anafilático): IM ou
subcutânea, 0,5 mg seguidas de 0,025 a 0,05 mg via IV cada 5 a 15 minutos,
conforme a necessidade. Como estimulante cardíaco: intracardíaco ou IV, 0,1 a 1
mg cada 5 minutos, se for necessário. Como coadjuvante da anestesia, para o uso
com anestésicos locais: 0,1 a 0,2 mg em uma solução de 1:200.000 a 1:20.000.
Como anti-hemorrágico, midriástico ou descongestionante: solução de 0,01 a
0,1%.
Reações adversas.
Moléstias ou dor no peito, calafrios,
febre, taquicardia, cefaleias contínuas ou graves, náuseas ou vômitos,
dispneia, bradicardia, ansiedade, visão turva ou dilatação das pupilas
não-habitual; debilidade grave, nervosismo ou inquietude.
Precauções.
O médico deverá ser consultado se
persistir a dificuldade de respirar após a utilização da medicação. Em
diabéticos pode aumentar a concentração de glicose no sangue. Pode aparecer
secura na boca e garganta. Evitar a administração simultânea de corticoides ou
ipratrópio em aerossol para inalação. A utilização de epinefrina durante a
gravidez pode produzir anoxia no feto. Não se recomenda sua utilização durante
o parto, porque sua ação relaxante dos músculos do útero pode retardar o
segundo estágio. Por ser excretada no leite materno, seu uso em mães pode
produzir reações adversas importantes no lactente.
Interações.
Outros medicamentos com ação
bloqueadora alfa-adrenérgica (haloperidol, loxaprina, fenotiazinas, tioxantenos,
nitritos) podem bloquear os efeitos alfa-adrenérgicos da epinefrina, com
produção de hipotensão grave e taquicardia. Os anestésicos orgânicos
hidrocarbonados inaláveis (clorofórmio, enflurano, halonato, isoflurano) podem
aumentar o risco de arritmias ventriculares graves e diminuir os efeitos de
hipoglicemiantes orais ou insulina, dado que a epinefrina aumenta a glicemia.
Os efeitos dos anti-hipertensivos e diuréticos podem resultar diminuídos e,
quando se administra simultaneamente com bloqueadores beta-adrenérgicos, pode
haver inibição mútua dos efeitos terapêuticos. O uso de estimulantes do SNC
pode originar uma estimulação aditiva deste, o que pode produzir efeitos
não-desejados. Os glicosídeos podem aumentar o risco de arritmias cardíacas. A
ergometrina, ergotamina ou oxitocina podem potencializar o efeito constritivo
da epinefrina e diminuir os efeitos antiaginosos dos nitratos.
Contraindicações.
Deve ser avaliada a relação
risco-benefício na presença de lesão cerebral orgânica, doença cardiovascular,
arritmias cardíacas, dilatação cardíaca, arteriosclerose cerebral,
insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão, diabetes mellitus, glaucoma de
ângulo fechado, hipertireoidismo, feocromocitoma e choque cardiogênico.