Ações terapêuticas.
Anticoagulante.
Propriedades.
O drotrecogin alfa (ativado) é uma
glicoproteína com peso molecular de aproximadamente 55 quilodáltons, que
consiste em uma cadeia pesada e uma cadeia leve unidas por uma ligação
dissulfeto, com sítios de glicosilação idênticos aos da proteína C humana (é a
forma recombinante da proteína-C humana ativada). Em virtude de sua atividade
inibidora sobre os fatores de coagulação Va e VIIIa, a proteína C ativada
possui efeito antitrombótico. Estudos in vitro indicaram que tem ação
profibrinolítica indireta devido a sua capacidade de inibir o inibidor-1 do
ativador de plasminogênio (PAI-1) e diminuir a produção do inibidor da
fibrinólise ativável por trombina ativada. Além disto, observou-se que a
proteína C ativada possui ação anti-inflamatória em função de inibir a produção
do fator de necrose tumoral (TNF) por parte dos monócitos, bloqueando a adesão
dos leucócitos às selectinas, e limitando as respostas inflamatórias dentro do
endotélio microvascular induzidas pela geração de trombina.Em comparação com os
pacientes que receberam placebo, os pacientes tratados com drotrecogina alfa
experimentaram diminuções mais rápidas nos níveis do dímero D, PAI-1,
trombina-antitrombina, protrombina F1.2, interleucina 6 (IL-6), e aumentos mais
rápidos nos níveis de proteína C e antitrombina, além de normalização do
plasminogênio. A drotrecogina alfa, assim como a proteína C ativada endógena,
são inativadas no plasma pelos inibidores endógenos de proteases.
Indicações.
Sepses graves associadas a estados de
disfunção orgânica (falência múltipla de órgãos).
Posologia.
Dose usual: via intravenosa por
flebóclise, 24 mg/kg/h durante 96 horas. Não se recomenda sua aplicação em
bolo.
Superdosagem.
Até o presente não se conhece um
antídoto para a drotrecogina alfa.
Reações adversas.
As principais reações adversas são
hemorragias de localização diversa (intracraniais, gastrintestinais,
intra-abdominais, intratorácicas, retroperitoneais, geniturinárias e cutâneas)
durante a flebóclise.
Precauções.
Recomenda-se não administrar a
pacientes com idade inferior a 18 anos com sepse grave nem a pacientes adultos
com sepse grave e sob risco de morte. A maioria dos pacientes com sepse grave
tem uma coagulopatia que está associada com o prologamento do tempo de
tromboplastina parcial ativado (TTPA) e o tempo de protrombina (TP). Como a
drotrecogina alfa pode modificar de modo variável o TTPA, recomenda-se não
utilizar o TTPA para avaliar o estado da coagulopatia durante a infusão desta
droga. Pelo contrário, como o efeito da drotrecogina alfa sobre o TP é mínimo,
recomenda-se utilizar esta prova nos pacientes. De modo semelhante ao que
ocorre com todas as proteínas terapêuticas, existe a possibilidade de
imunogenicidade. Não é aconselhável administrar a drotrecogina alfa a mulheres
grávidas ou durante o período de amamentação.Recomenda-se avaliar o risco de
hemorragia grave pela administração de drotrecogina alfa nas seguintes
situações clínicas: tratamento concomitante com heparina 15 Unidades/kg/h;
contagens de plaquetas < 30.000 x 10 6/l, mesmo que a contagem de plaquetas
se eleve após as transfusões; tempo de protrombina-INR (International
Normalized Ratio) > 3,0; hemorragia gastrintestinal recente (dentro das
6 semanas anteriores); tratamento trombolítico recente (dentro dos 3 dias
anteriores); administração recente de anticoagulantes orais ou inibidores da
glicoproteína IIb/IIIa (dentro dos 7 dias anteriores); administração recente
(dentro dos 7 dias precedentes) de ácido acetilsalicílico > 650mg/dia ou de
outros antiagregantes plaquetários; acidente vascular cerebral recente (dentro
dos 3 meses anteriores); má-formação arteriovenosa intracraneal ou aneurisma;
diátese hemorrágica; insuficiência hepática grave. O uso da drotrecogina alfa 2
deverá ser suspenso horas antes de um procedimento cirúrgico invasivo ou com
algum risco potencial de hemorragia.
Interações.
Não são conhecidas. Administrar com
precaução concomitantemente com outras substâncias que afetam a hemostasia.
Contraindicações.
Hemorragia interna, acidente vascular
cerebral recente (dentro dos 3 meses), cirurgia intracranial ou intraespinal,
ou traumatismo craniano grave recente (dentro dos 2 meses), trauma com risco
elevado de hemorragia que traga risco de morte, presença de cateter epidural e
neoplasia intracranial ou lesão com efeito de massa ou evidência de hérnia
cerebral. Hipersensibilidade conhecida à droga.