Ações terapêuticas.
Diurético.
Propriedades.
A ciclotiazida é um diurético da família
das tiazidas. Age sobre o mecanismo tubular renal de absorção de eletrólitos,
aumenta a excreção urinária de sódio e água (por inibição da reabsorção de
sódio e água), como também a excreção urinária de potássio com incremento da
secreção do mesmo no túbulo contornado distal e em tubos/coletores. Em terapias
crônicas alguns pacientes desenvolvem hipopotassemia, hiperuricemia e
hiperglicemia; em pacientes edematosos pode observar-se ocasionalmente
hiponatremia e hipocloremia. A excreção de bicarbonato é levemente
incrementada, mas não o suficiente como para provocar uma mudança no pH
urinário. É absorvida com relativa rapidez após administração oral. Sua
meia-vida é de 15 horas, o efeito diurético começa após 2 horas, atinge o
efeito máximo após 4 horas e dura de 18 a 24 horas.
Indicações.
Edemas associados com insuficiência
cardíaca congestiva, cirrose hepática ascitógena, síndrome nefrótica,
glomerulonefrite aguda e insuficiência renal crônica. Hipertensão arterial.
Estados de retenção hidrossalina.
Posologia.
A dose deve se individualizada em
função da resposta do paciente. Como diurético, 1 a 2 mg em dias alternados, ou
2 ou 3 vezes por semana. Como anti-hipertensivo: 2 a 6 mg/dia em 1 a 3 tomadas
diárias. Como a ciclotiazida potencializa o efeito dos anti-hipertensivos, a
dose dos mesmos deve ser reduzida em 50%.
Reações adversas.
Arritmias, tonturas, vertigem,
constipação, hipotensão ortostática (agravada pelo álcool, barbitúricos ou
narcóticos), náuseas, vômitos, icterícia (intra-hepática colestática), cansaço
ou debilidade não-habituais. Raramente observam-se: artralgias, dor de garganta
e febre, leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia, hemorragia ou hematomas
não-habituais, anorexia.
Precauções.
É possível que ocorra hipopotassemia,
por isso pode ser necessário suplementar a dieta com potássio. Podem ser
observados outros sinais de desequilíbrio eletrolítico. Pode aumentar a
glicemia nos diabéticos e aparecer fotossensibilidade. A hipotensão e a
hipopotassemia são mais frequentes em indivíduos idosos. A ciclotiazida
atravessa a placenta e pode produzir efeitos adversos não teratogênicos
(icterícia fetal ou neonatal, trombocitopenia e outros similares aos observados
em adultos), razão pela qual se deve avaliar a relação risco-benefício em
mulheres grávidas. Por não existirem provas conclusivas de teratogênese
recomenda-se não administrar o medicamento em gestantes a menos que o benefício
para a mãe supere o risco potencial para o feto. A lactação deve ser suspensa.
A segurança e a eficácia em crianças não foram estabelecidas.
Interações.
Os corticoides, ACTH e a anfotericina
B podem diminuir os efeitos natriuréticos e diuréticos e intensificar o
desequilíbrio. A hipopotassemia pode produzir um aumento da sensibilidade aos
digitálicos, tanto em seus efeitos farmacológicos como tóxicos. Lítio: redução
da eliminação renal. A clorotiazida pode incrementar a resposta à tubocurarina.
Os requerimentos de insulina podem ser incrementados nos diabéticos. A
ciclotiazida potencializa os efeitos dos fármacos bloqueadores adrenérgicos
ganglionares e periféricos.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à ciclotiazida e a
fármacos derivados das sulfonamidas. Deve ser avaliada a relação
risco-benefício em presença de anúria ou disfunção renal severa, diabetes
mellitus, gota, antecedentes de hiperuricemia, antecedentes de lúpus
eritematoso, pancreatite, hipercalcemia.