Ações terapêuticas.
Melhora a oxigenação do sangue em
recém-nascidos pré-termo (RNP). Atua como tensoativo pulmonar.
Propriedades.
O beractanto é extraído de pulmão
bovino mais fosfolipídios, ácidos graxos, lipídios neutros e algumas proteínas
associadas com o tensoativo; a essa mistura adicionam-se palmitato de
colfoscerila, ácido palmítico e tripalmitina em quantidade suficiente para
reproduzir as propriedades do tensoativo pulmonar natural.
Indicações.
No tratamento (resgate) da síndrome de
dificuldade respiratória (SDR) (enfermidade de membrana hialina) e na sua
prevenção, nos RNP. O beractanto reduz de maneira significativa a incidência de
SDR e a mortalidade devida a essa síndrome. Para prevenir a SDR em RNP com peso
inferior a 1.250 gramas ao nascer, ou nos que evidenciem sintomas de
deficiência de tensoativo, deve-se administrar beractanto preferentemente antes
de transcorridos quinze minutos após o nascimento. Para tratar recém-nascidos
com SDR confirmado por radiografia e que requeiram assistência respiratória
deve-se administrar beractanto o quanto antes possível.
Posologia.
A dose de beractanto é de 100 mg de
fosfolipídios por quilograma de peso ao nascer (4 ml de solução comercial por
kg de peso no nascimento). Nas primeiras 48 horas o RNP poderia receber até 4
doses de beractanto. Passado esse tempo, entre cada aplicação não devem transcorrer
menos de seis horas.
Superdosagem.
Os efeitos de superdose com beractanto
em seres humanos não foram descritos. Em animais observa-se em ocasiões um
bloqueio agudo das vias respiratórias. O tratamento deve ser sintomático e de
suporte. A administração de beractanto não deve ser interrompida nem deve ser
realizada a aspiração endotraqueal, a não ser que apareçam sinais claros de
obstrução das vias aéreas.
Modo de usar.
O beractanto é apresentado como uma
dispersão de cor marrom claro. Se for observada descoloração ou sedimentação, o
recipiente deve ser submetido a um movimento rotatório suave para
ressuspendê-lo, nunca agitar. A aparição de uma pequena quantidade de espuma é
normal durante a manipulação do recipiente. Conservar refrigerado (2-8C), levar
à temperatura ambiente antes de administrar. O beractanto administra-se somente
por via intratraqueal, sob supervisão de médicos experientes na assistência a
RNP e em técnicas de intubação. A rápida melhora na oxigenação em questão de
minutos pode levar a hiperóxia, por essa razão deve-se realizar um
monitoramento sistêmico contínuo para evitá-la.
Reações adversas.
Durante a administração podem ocorrer
bradicardia e dessaturação de oxigênio como efeitos mais comuns. Em menor
proporção foram detectados refluxo pelo tubo endotraqueal, vasoconstrição,
palidez, hipertensão, bloqueio do tubo endotraqueal, hipocapnia, hipercapnia e
apneia.
Precauções.
Somente para uso endotraqueal. A
oxigenação pode ser rapidamente afetada. A administração de beractanto deve ser
realizada sob estrito monitoramento e supervisão profissional experta. Durante
a administração de beractanto podem ocorrer episódios transitórios de
bradicardia e diminuição da saturação de oxigênio; se isso ocorrer deve-se
deter a aplicação até que sejam instrumentadas as medidas adequadas para
controlar a condição anormal; após conseguir a estabilização do paciente
pode-se continuar com a administração de beractanto.
Contraindicações.
Não são conhecidas.