Ações terapêuticas.
Antidepressivo.
Propriedades.
É um inibidor altamente seletivo da
recaptura da noradrenalina, aumentando a disponibilidade desta última no espaço
sináptico, modificando deste modo a transmissão adrenérgica. Os estudos
demonstraram que a reboxetina não apresenta grande afinidade sobre receptores
adrenérgicos (a-1, a-2, b), receptores muscarínicos, receptores histaminérgicos
ou dopaminérgicos. O início do efeito é observado 14 dias após o início do
tratamento. A biodisponibilidade situa-se em torno de 90%. Sua meia-vida é de
13 horas. O fármaco parece distribuir-se na água total do organismo, ligando-se
em cerca de 97% às proteínas plasmáticas (com uma afinidade definidamente maior
pela glicoproteína ácida do que pela albumina); não há dependência
significativa da concentração do fármaco.A quantidade de radioatividade
eliminada pela urina é de 78% da dose, porém somente 10% dela é eliminada na
urina na forma de fármaco inalterado. É amplamente metabolizado após
administração por via oral por reação de hidroxilação do anel etoxifenoxi ou de
desalquilação e oxidação do anel morfolino. O CYP3A4 é a principal isoenzima do
citocromo P-450, responsável pelo metabolismo da reboxetina, não afetando
outras isoenzimas do mesmo citocromo (CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2E1). A
reboxetina é um inibidor muito fraco da isoenzima CYP3A4, tendo-se observado
aumento de sua meia-vida em pacientes de idade avançada ou portadores de insuficiência
renal ou hepática.
Indicações.
Síndromes depressivas. Depressão.
Distúrbios de conduta obsessivo-compulsivos. Distúrbios de conduta alimentar
(anorexia e bulimia nervosa).
Posologia.
Adultos: 4 mg duas vezes ao dia (8
mg/dia) por via oral. Após 3 semanas pode-se aumentar até 10 mg/dia. Maiores de
65 anos: 2 mg duas vezes por dia (4 mg/dia) por via oral; pode ser aumentada
até 6 mg/dia caso haja resposta clínica incompleta após 3 semanas. Uso em
crianças: não há experiência clínica. Os alimentos não afetam a absorção do
fármaco.
Superdosagem.
Observou-se hipotensão, hipertensão e
ansiedade. Recomenda-se tratamento sintomático.
Reações adversas.
Os efeitos adversos aparecem
precocemente, tendendo a diminuir com o tempo; são de severidade baixa a moderada.
Os efeitos adversos que ocorreram com maior frequência foram: secura de boca,
constipação, insônia, aumento da sudorese, taquicardia, vertigem, incontinência
e retenção urinária e impotência (com doses superiores a 8 mg/dia).
Precauções.
Deverá evitar-se administração de
reboxetina com inibidores da monoaminoxidase (IMAO) até que estejam disponíveis
dados suficientes sobre suas interações medicamentosas. Diante da possibilidade
de produzir sonolência, recomenda-se evitar conduzir veículos ou operar
máquinas durante o tratamento. Foram realizados estudos sobre o potencial da
reboxetina para produzir abuso, tolerância e dependência; os resultados
permitiram demonstrar fenômenos de dependência. Gravidez: o fármaco deverá ser
usado durante a gravidez somente se o benefício potencial justificar o possível
risco sobre o feto. Amamentação: não se recomenda seu emprego em mulheres em
período de amamentação.
Interações.
Demonstrou-se que a reboxetina não é
metabolizada pelo citocromo P-4502D6, portanto não são necessárias precauções
especiais nos pacientes deficientes desta enzima. De fato, os inibidores desta
enzima como fluoxetina e paroxetina não têm efeito sobre a farmacocinética da
reboxetina. Estudos in vitro sobre seu metabolismo demonstraram que a reboxetina
é metabolizada pela CYP3A4, uma isoenzima do citocromo P-450; assim, os
compostos que modulam a atividade desta isoenzima podem aumentar suas
concentrações plasmáticas. Não se demonstraram interações farmacocinéticas com
o lorazepam. A reboxetina não parece potencializar os efeitos do álcool sobre
as funções cognitivas em voluntários sadios. O uso simultâneo com outros
antidepressivos (tricíclicos, IMAO, inibidores seletivos da recaptação de
serotoninas e lítio) não foi avaliado.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à reboxetina.