Ações terapêuticas.
Analgésico.
Propriedades.
Trata-se de uma pró-droga do
valdecoxibe, um inibidor específico da cicloxigenase-2 (Cox-2). Após sua
administração intravenosa, o parecoxibe se distribui amplamente para todos os
tecidos; a aparição da analgesia ocorre dentro de 7 a 14 minutos e alcança um
efeito máximo em 2 horas. O parecoxibe transforma-se rapidamente em valdecoxibe
e ácido propiônico, o qual em pH fisiológico encontra-se na forma de
propionato, um precursor da gliconeogênese. Sua atividade farmacológica é
devida fundamentalmente ao valdecoxibe, e em menor grau a um metabólito ativo
do valdecoxibe, denominado MI. A união a proteínas plasmáticas é elevada para
parecoxib, valdecoxibe e MI. O metabolismo é realizado no fígado através das
enzimas CYP3A4, CYP2C9, e em seguida os metabólitos formados são conjugados com
ácido glicurônico. Tanto o parecoxibe como o valdecoxibe são eliminados por
vias urinária e fecal. O parecoxibe, de modo semelhante ao que ocorre com o
valdecoxibe, pode diminuir as necessidades de opiáceos quando utilizados de forma
concomitante para o controle da dor aguda.Devido à ausência de efeitos sobre a
função plaquetária, o parecoxibe pode ser administrado por via intramuscular ou
intravenosa durante os 45 minutos prévios à incisão cirúrgica para controlar a
dor no período pós-operatório.
Indicações.
Prevenção e tratamento da dor aguda.
Posologia.
Dose usual: via intravenosa ou
intramuscular, 40 mg como dose única ou seguida por outra dose de 40 mg a cada
12 horas durante 7 dias, conforme as necessidades. Dose máxima: 80 mg/dia.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem, os pacientes
devem ser tratados com medidas sintomáticas e de suporte. Considera-se que a
diurese forçada ou a alcalinização da urina podem não ser de utilidade, devido
à alta união de valdecoxibe às proteínas plasmáticas.
Reações adversas.
Citam-se: hipertensão ou hipotensão,
edemas periféricos, dispepsia, flatulência, incremento dos níveis circulantes
de creatinina, hipopotassemia, agitação, insônia e oligúria. Menos
frequentemente observaram-se agravamento da hipertensão, bradicardia,
trombocitopenia. Ademais, foram relatadas reações anafiláticas, angioedema,
eritema multiforme, dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson e
necrose epidérmica tóxica.
Precauções.
Em idosos com peso corporal inferior a
50 kg, o tratamento deve ser iniciado com a metade da dose e reduzir a dose
diária máxima a 40 mg. Não é necessário reajustar a dose em pacientes com
insuficiência hepática leve (5-6 na escala Child-Pugh), ao passo que é
recomendável administrar a metade da dose em pacientes com insuficiência
hepática moderada (7-9 na escala Child-Pugh), reduzindo a dose diária máxima a
40 mg. Não administrar a pacientes com insuficiência hepática grave (escala
Child-Pugh > 9). O edema observado é devido à inibição da síntese de
prostaglandinas. Em função desta ação, o parecoxib deve ser administrado com
precaução em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, disfunção
ventricular esquerda, hipertensão, edemas preexistentes e naqueles pacientes
com desidratação importante. Deve-se administrar com precaução para o
tratamento da dor pós-operatória da cirurgia de revascularização do miocárdio,
visto que estes pacientes podem apresentar risco aumentado de ocorrências
adversas, especialmente aqueles com antecedentes de distúrbios vasculares
cerebrais.A segurança do uso deste fármaco em pacientes com enfermidade
inflamatória intestinal ainda não está estabelecida. Não administrar a
pacientes com idade inferior a 18 anos.
Interações.
Como o parecoxibe se transforma
rapidamente em valdecoxibe, considera-se que a extrapolação dos estudos de
interação deste fármaco com outras drogas é válida para o parecoxibe. A
administração concomitante com ácido acetilsalicílico exacerba o risco de
aparição de úlceras e outras complicações gastrintestinais. O valdecoxibe
diminui os efeitos anti-hipertensivos dos inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECA). O valdecoxibe reduz o efeito natriurético da furosemida e
das tiazidas, em virtude de seu efeito inibidor da síntese de prostaglandinas
renais. Posto que alguns fármacos anticonvulsivantes são metabolizados pela
mesma via que o valdecoxibe, recomenda-se realizar de rotina a monitoração da
concentração plasmática dos anticonvulsivantes quando se inicia ou se
interrompe o tratamento com valdecoxibe. A administração conjunta com
dextrometorfano induz aumento dos níveis plasmáticos deste último, porque o
valdecoxibe inibe a enzima CYP2D6, a qual intervém no metabolismo do
dextrometorfano.A concentração plasmática de lítio deve ser monitorada quando
se inicia ou quando se interrompe o tratamento com valdecoxibe, pois este
fármaco diminui a excreção renal do lítio. O cetoconazol e o fluconazol
aumentam a concentração plasmática de valdecoxibe; o cetoconazol inibe a enzima
CYP3A4 e o fluconazol a CYP2C9, ambas as enzimas envolvidas no metabolismo do
valdecoxibe. O grau de anticoagulação (INR-International Normalized Ratio)
aumenta levemente quando o valdecoxibe é administrado concomitantemente com
varfarina. Em função disto, recomenda-se realizar a monitoração dos níveis
plasmáticos de varfarina, especialmente durante as primeiras semanas do
tratamento com valdecoxibe.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à droga e naqueles
pacientes que tenham manifestado broncospasmo, rinite aguda, pólipos nasais,
edema angioneurótico, urticária ou reações de tipo alérgico após administração
de ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) ou outros
inibidores específicos de Cox-2 e sulfonamidas. Não administrar a mulheres
durante o terceiro trimestre da gravidez e em período de amamentação. Não
administrar a pacientes com insuficiência hepática grave (escala Child-Pugh
> 9), úlcera péptica ativa ou hemorragia gastrintestinal.