Ações terapêuticas.
Antibiótico.
Propriedades.
Trata-se de um antibiótico
semissintético da família dos macrolídeos (claritromicina, roxitromicina,
azitromicina), ativo por via oral. Seu mecanismo de ação está fundamentado na
inibição da síntese protéica bacteriana; é ativo diante de microrganismos
aeróbicos e anaeróbicos Gram-positivos (Streptococcus sp., Staphylococcus
sp., Pneumococcus sp., Clostridium sp., Corynebacterium
sp., Peptostreptococcus sp.) e alguns Gram-negativos (Bordetella
pertussis, Haemophillus influenzae, Neisseria gonorrhoeae, Bacteroides sp.,
Chlamydia sp., Legionella pneumophila), com também produtores de
-lactamases. Além disto, a miocamicina é ativa sobre Ureaplasma e
outras bactérias antípicas como Mycoplasma pneumoniae e formas L, não
sendo entretanto ativa diante de Enterobacteriaceae Gram-negativas e
cepas de Gram-positivas resistentes à eritromicina.É absorvida de modo rápido e
completo através do trato gastrintestinal e, após sua absorção oral, é
detectada no plasma e na urina na forma de seus metabólitos (Mb 12, MB 6, Mb
9a), responsáveis pela atividade antimicrobiana. A absorção da miocamicina não
é reduzida em presença de alimentos. O fármaco liga-se a proteínas plasmáticas
(47%), do mesmo modo que seus metabólitos o fazem, porém de maneira menos
intensa (de 3% a 29%). Em função de sua lipossolubilidade, atravessa com
facilidade as membranas celulares; concentrações elevadas do fármaco são
detectadas em nível tecidual (amígdalas, tecido pulmonar, mucosa nasal, mucosa
laríngea, tecidos urogenitais), em líquidos biológicos (secreção brônquica,
escarro) e no leite materno. O metabolismo é efetuado principalmente no fígado
e a eliminação ocorre, na forma de metabólitos ativos, essencialmente por via
biliar e, em menor quantidade, atráves de urina (menos de 5% da dose
administrada). Embora não seja necessário ajustar a dose, observa-se que a
velocidade de eliminação sofre certa diminuição em idosos.
Indicações.
Infecções do trato respiratório
superior: amigdalite, faringite, rinofaringite, sinusite, otite, escarlatima;
infecções do trato respiratório inferior: bronquite, pneumonia; infecções
cutâneas: piodermites, abscessos, furunculose; infecções odontoestomatológicas;
infecções urogenitais.
Posologia.
Adultos e crianças com peso superior a
35 kg: 1.200 mg ao dia administrados em três tomadas. Em infecções mais graves,
recomendam-se 1.800 mg ao dia, administrados em duas ou três tomadas. Crianças
com peso inferior a 35 kg: de 35 mg/kg a 50 mg/kg ao dia, divididos em 2 ou 3
tomadas. Dose máxima: 1.800 mg ao dia.
Superdosagem.
Não há registro de casos de superdose.
Caso esta venha a ocorrer, recomenda-se tratamento sintomático.
Reações adversas.
A maioria das reações adversas
observadas é de caráter leve e transitórias e compreende dores abdominais,
náuseas, vômitos, diarreia, anorexia, erupções cutâneas e urticária. Com menor
frequência podem ser observados cefaleias e discreto aumento das transaminases.
Precauções.
Como com outros antibióticos, a
miocamicina pode proporcionar o desenvolvimento de superinfecções bacterianas
ou micóticas. Em pacientes com insuficiência hepatobiliar recomenda-se realizar
controles da função hepática e reajustar as doses. Não se recomenda sua
administração a neonatos. Não se aconselha o uso de miocamicina durante a
gravidez e a lactação.
Interações.
Não administrar simultaneamente com
antibióticos -lactâmicos, pois pode causar diminuição da eficácia destes
últimos devido a antagonismo em nível de mecanismo de ação. Em razão de a
miocamicina poder aumentar as concentrações plasmáticas de carbamazepina e de
ciclosporina, recomenda-se monitorar os níveis plasmáticos destes fármacos durante
o tratamento concomitante com miocamicina.
Contraindicações.
Hipersensibilidade conhecida a
antibióticos macrolídeos e na insuficiência hepatobiliar grave.