Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
Trata-se de um agente alquilante
bifuncional. Não é específico em nenhuma fase da divisão celular. Sua atividade
é produzida como resultado da formação de um íon etilenimônio instável que
produz a alquilação ou liga-se a diversas estruturas moleculares
intracelulares, incluindo os ácidos nucléicos e as proteínas. O fármaco também
apresenta atividade imunossupressora. Sua absorção através do trato
gastrintestinal é variável e incompleta; seu metabolismo é realizado nos
líquidos e tecidos corporais. Sua duração de ação é de 6 horas. A eliminação é
principalmente renal e fecal.
Indicações.
Tratamento de carcinomas, mieloma
múltiplo.
Posologia.
Dose usual para adulto. Mieloma
múltiplo. Esquema 1: via oral, 0,15 mg por kg de peso corporal ao dia durante 7
dias, seguido de um período de descanso de pelo menos 3 semanas, durante o qual
deverá ser realizada a contagem de leucócitos. Quando as contagens de plaquetas
e leucócitos aumentam, pode-se iniciar uma dose de manutenção de 0,05 mg/kg de
peso corporal ao dia. Esquema 2: via oral, de 0,1 a 0,15 mg/kg de peso corporal
ao dia durante 2 a 3 semanas, ou 0,25 mg/kg de peso corporal ao dia durante 4
dias, seguido de um período de descanso de 2 a 4 semanas. Quando as contagens
de plaquetas e leucócitos aumentam, pode-se iniciar uma dose de manutenção de 2
a 4 mg ao dia. Esquema 3: via oral, 7 mg por metro quadrado de superfície
corporal ao dia durante 5 dias, repetidos a intervalos de 4 a 6 semanas caso as
contagens sanguíneas retornem aos valores normais. Carcinoma ovárico: oral, 0,2
mg/kg de peso corporal ao dia, durante 5 dias, repetido a intervalos de 4 a 6
semanas caso as contagens sanguíneas retornem aos valores normais. Dose
pediátrica usual.Crianças até 12 anos: a dose neste grupo etário ainda não está
estabelecida.
Reações adversas.
Fezes em "borra de café",
hemorragias ou hematomas não-habituais, febre, epigastralgias, calafrios ou dor
de garganta, artralgias, edemas periféricos, rash cutâneo ou prurido
súbito, úlceras bucolabiais.
Precauções.
Em seres humanos o melfalano
mostrou-se associado com risco aumentado de aparição de carcinomas secundários,
especialmente leucemia. O tratamento com melfalano na mãe pode aumentar o risco
de desenvolvimento de leucemia nos filhos. Também pode haver produção de
aberrações cromossômicas em células humanas, tanto in vitro como in
vivo, supressão gonadal com amenorréia ou azoospermia. Estes efeitos estão
relacionados com a dose e a duração da terapia, e podem ser irreversíveis.
Recomenda-se evitar seu uso durante o primeiro trimestre da gravidez dados os
possíveis efeitos teratogênicos, mutagênicos, carcinogênicos e, além disto, o
feto pode sofrer efeitos adversos observados no adulto. O fármaco não é
recomendado durante a lactação em função dos riscos para o lactente (efeitos
adversos, mutagenicidade, carcinogenicidade), apesar de se desconhecer se o
fármaco é eliminado através do leite materno. Os efeitos depressores sobre a
medula óssea podem propiciar maior incidência de infecções bacterianas, retardo
na cicatrização e hemorragias gengivais.
Interações.
Alopurinol, conchicina, probenecida,
sufimpirazona, medicamentos que causem discrasias sanguíneas, depressores da
medula óssea, radioterapia, vacina com vírus vivos.
Contraindicações.
Não deve ser utilizado em varicela
(catapora) atual ou recente, herpes-zóster. A relação risco/benefício deve ser
ponderada nos seguintes problemas clínicos: depressão da medula óssea, gota,
cálculos renais de urato, infecção, disfunção renal, infiltração de células
tumorais na medula óssea.