Ações terapêuticas: Antineoplásico.
Propriedades:
A dactinomicina é um derivado de uma mescla de actinomicinas produzidas pelo Streptomyces parvullus. Não atua de forma específica em nenhuma fase do ciclo celular e sua ação antineoplásica pode implicar em união ao DNA por intercalação entre os pares de bases e inibição da síntese de RNA dependente de DNA. Tem certa atividade bacteriostática em bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e em alguns fungos. Tem também alguma atividade imunodepressora. Não atravessa a barreira hematoencefálica. Seu metabolismo é mínimo e elimina-se por via biliar (fecal): 50% inalterado; por via renal: 10% inalterado.
Indicações:
Tumor de Wilms, carcinoma testicular, carcinoma endometrial. As indicações encontram-se em constante revisão, como também a dose e os protocolos nos quais se inclui.
Posologia:
Adultos: IV, de 10 g/kg/dia durante 5 dias, cada 4 a 6 semanas. Doses pediátricas: IV, de 10 a 15 g/kg/dia durante 5 dias, ou dose total de 2,4 mg/m 2 dividida em 2 ou 3 aplicações diárias durante um período de 7 dias. Pode ser administrado um segundo ciclo após 4 a 6 semanas, sempre que os sinais de toxicidade tiverem desaparecido.
Reações adversas:
Muitos dos efeitos colaterais são inevitáveis e representam a ação farmacológica do medicamento. Alguns deles (leucopenia e trombocitopenia) são utilizados como indicadores da eficácia da medicação. Os seguintes são de incidência mais frequente e requerem atenção médica: melena, diarreia contínua, pirose, febre, calafrios, dor de garganta, hemorragia e hematomas não-habituais. São de incidência rara: artralgias, edemas, náuseas e vômitos. A alopecia tem incidência frequente, porém não requer atenção médica.
Precauções:
Evitar as imunizações. Deve ser administrada em ciclos curtos intermitentes para evitar a toxicidade grave, que pode não aparecer até 2 a 4 dias após a última dose, e que pode não ser máxima durante 1 ou 2 semanas. Atravessa a placenta, razão pela qual se recomenda evitar sua indicação durante a gravidez, sobretudo durante o primeiro trimestre e no período de lactação. Pode originar um aumento da incidência de infecções microbianas, retardamento na cicatrização e hemorragia gengival. Estomatite e faringite ulcerosas.
Interações:
A dactinomicina pode elevar a concentração do ácido úrico, pelo que se faz necessária a administração de antigotosos (alopurinol, colchicina, probenecida). O uso simultâneo de doxorrubicina aumenta a cardiotoxicidade. Pode diminuir os efeitos da vitamina K.
Contraindicações:
Catapora existente ou recente, herpes-zóster, gravidez, lactação. A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com depressão da medula óssea, antecedentes de gota ou cálculos renais de urato, disfunção hepática e infecção.