Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
A lomustina é uma molécula que
pertence à classe das nitrosoureias, e cujo mecanismo de ação reside na
capacidade de alquilação de DNA e RNA. Além disso, tem um efeito inibidor de
processos enzimáticos mediante a carbamilação de aminoácidos de proteínas. A
lomustina é administrada em forma oral e sua meia-vida oscila entre 16 e 48
horas. É bastante lipossolúvel, razão pela qual atravessa rápida e
eficientemente a barreira hematoencefálica, e no líquido cefalorraquidiano
atinge uma concentração 50% maior que a plasmática.
Indicações.
Isolada ou em combinação com outros
quimioterápicos é utilizada no tratamento de tumores cerebrais primários e
metastásicos, em pacientes que receberam tratamento cirúrgico ou radioterapia
adequados (ou ambos). Na doença de Hodgkin, como agente secundário, em
combinação com outros fármacos aprovados, em pacientes que sofreram uma recaída
enquanto recebiam a terapia primária ou naqueles que não responderam a essa
última.
Posologia.
Em pacientes não-tratados previamente
(adultos e crianças), a dose recomendada como agente único por via oral é de
130 mg/m 2, repetida a cada seis semanas. Em indivíduos com função
da medula óssea deteriorada, a dose deve ser reduzida a 100 mg/m 2.
As doses posteriores devem ser ajustadas de acordo com a resposta hematológica
do paciente à dose anterior; se a menor recontagem de leucócitos após uma dose
superar os 3.000/mm 3 e as plaquetas não forem inferiores a
75.000/mm 3, as doses iniciais podem ser repetidas; se a menor
recontagem de leucócitos atingida estiver entre 2.000 e 3.000/mm 3 e
as plaquetas entre 25.000 e 75.000/mm 3, a dose deve ser reduzida a
70% da inicial; se os leucócitos forem menos de 2.000/mm 3 e as
plaquetas menos de 25.000/mm 3, as doses seguintes devem ser
reduzidas a 50% da anterior.
Superdosagem.
Desconhecem-se antídotos.
Reações adversas.
Mielossupressão que habitualmente
aparece 4 a 6 semanas depois da administração do medicamento. Toxicidade
pulmonar: infrequente, mas pode aparecer meses ou anos depois da administração
do medicamento, caracterizada por infiltração pulmonar e fibrose.
Ocasionalmente, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, letargia, ataxia,
disartria, hepatotoxicidade reversível, nefrotoxicidade. Alopecia, estomatite.
Precauções.
Realizar recontagens sanguíneas a cada
semana, durante as seis semanas posteriores à administração de lomustina
(mielossupressão retardada). A toxicidade medular do fármaco tem efeito
cumulativo (cada novo episódio é mais grave que o anterior). O uso prolongado
das nitrosouréias tem sido associado com o desenvolvimento de processos malignos
secundários. Deve ser realizado um monitoramento periódico das funções hepática
e renal. A lomustina é teratogênica; as mulheres jovens devem ser advertidas
para evitar a gravidez. Se uma mulher engravidar enquanto recebe o medicamento,
deve ser advertida sobre os riscos para o feto. Suspender a lactação ao receber
lomustina.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à lomustina.