Ações terapêuticas.
Inibidor do crescimento corporal.
Propriedades.
Trata-se de um peptídeo análogo da
somatostatina endógena com a propriedade de inibir grande número de mecanismos
endócrinos, neuroendócrinos, exócrinos e parácrinos. Liga-se com alta afinidade
aos receptores periféricos da somatostatina, hipofisários e pancreáticos, e
inibe do modo específico a secreção do hormônio do crescimento e dos hormônios
digestivos. A lanreotida é mais ativa do que a somatostatina natural,
apresentando ação mais prolongada que esta. A atividade inibitória da lanreotida
sobre a secreção exócrina intestinal e sobre os hormônios digestivos permite
seu uso para o tratamento sintomático de tumores neuroendócrinos, especialmente
os carcinoides. A cinética da absorção da lanreotida, administrada por via
intramuscular em formulação de liberação prolongada é caracterizada por uma
fase inicial de liberação rápida, devida à liberação do peptídeo, seguida por
uma fase secundária de liberação e finalmente uma fase de eliminação muito
lenta.Os valores do hormônio de crescimento e do fator de inibição do
crescimento-1 (IGF-1) diminuem de modo significativo dentro de 14 dias após uma
única dose de lanreotida.
Indicações.
Acromegalia, naqueles casos em que a
secreção do hormônio do crescimento não se normaliza após intervenção cirúrgica
e/ou radioterapia. Tratamento dos sintomas clínicos associados aos tumores
neuroendócrinos (tumores carcinoides, vipomas, gastrinomas, glucagonomas,
insulinomas).
Posologia.
Tratamento da acromegalia: via
intramuscular, em formulação de liberação prolongada, 0,03 g a cada 14 dias.
Caso a resposta se mostre insuficiente, avaliada em função dos valores do
hormônio do crescimento e do IGF-1, a frequência de administração pode ser
aumentada para 0,03 g a cada 10 dias. Tratamento dos sintomas clínicos
associados aos tumores neuroendócrinos: via intramuscular, em formulação de
liberação prolongada, 0,03 g a cada 14 dias. As administrações seguintes podem
ser realizadas a cada 7 até 14 dias, conforme a resposta sintomática do
paciente.
Superdosagem.
Caso ocorra superdose, recomenda-se
instaurar tratamento sintomático das alterações observadas.
Reações adversas.
As principais reações adversas são dor
moderada e transitória no ponto de injeção, ocasionalmente acompanhada do rubor
local, diarreias, dores abdominais, flatulência, anorexia, náuseas, vômitos,
alterações na regulação da glicemia, litíase vesicular.
Precauções.
Em pacientes diabéticos
não-insulinodependentes, deve-se realizar monitoração escrupulosa da glicemia.
No diabético insulinodependente, as doses de insulina deverão inicialmente ser
reduzidas a cerca de 25% e em seguida deverão ser adaptadas às glicemias
observadas, cujo controle deverá ser feito rigorosamente. Em alguns pacientes
não-diabéticos observa-se um aumento transitório da glicemia, o qual não requer
tratamento. Durante tratamento prolongado recomenda-se realizar, antes do
início da terapia e depois a cada 6 meses, uma ecografia da vesícula biliar.
Caso ocorra esteatorreia, recomenda-se administrar extratos pancreáticos suplementares.
Em casos de insuficiênica hepática ou renal, estas funções devem ser
controladas regularmente. A lanreotida não deverá ser administrada durante a
gravidez ou no período de amamentação.
Interações.
Nos pacientes diabéticos
insulinodependentes, recomenda-se diminuir e controlar as doses de insulina.
Contraindicações.
Gravidez e amamentação.