Ações terapêuticas.
Antiacneico. Antirrosáceo sistêmico.
Propriedades.
A isotretinoína é o ácido
13-cis-retinoico, um isômero sintético da tretinoína, administrado por via
sistêmica. Diminui a queratinização e exerce um efeito antissecretor sobre as
glândulas sebáceas, o que leva a uma diminuição de seu tamanho e a uma inibição
da produção de gordura. A isotretinoína é absorvida rapidamente no trato
gastrintestinal, facilitada pela presença de alimentos. Atinge a concentração
plasmática máxima de 3 horas. Permanece na circulação unida quase que
exclusivamente à albumina (99,9%), e tem meia-vida de 7 a 39 horas. A
biotransformação hepática dá origem a vários metabólitos, dos quais o mais
importante é a 4-oxi-isotretinoína (meia-vida de eliminação de 17 a 50 horas),
encontrando-se também tretinoína e 4-oxi-tretinoína. O metabólito principal
atinge seu máximo após uma dose única entre 6 a 20 horas. A concentração
plasmática máxima, após uma dose de 80 mg, é de 98 a 535ng/mg para a
isotretinoína e de 87 a 399 ng/ml para a 4-oxi-isotretinoína. O estado de
equilíbrio é atingido com as doses recomendadas 160 19 ng/ml.Excreta-se pela
bílis e pela urina, sofrendo circulação êntero-hepática. Atravessa a placenta e
exerce efeitos teratogênicos.
Posologia.
Adultos: inicialmente 0,5 mg/kg/dia,
por via oral, manutenção de 0,1 a 1,0 mg/kg/dia. O tratamento não deve ser
prolongado por mais de 16 semanas.
Superdosagem.
Manifesta-se com sintomas de hipervitaminose
A. Esses efeitos são irreversíveis; entretanto, se o consumo de uma superdose
for notada poucas horas depois da ingestão, pode-se recorrer à lavagem gástrica
para diminuir a quantidade de isotretinoína absorvida.
Reações adversas.
No início do tratamento pode-se
observar uma piora dos sintomas da enfermidade, além de sangramento e de
inflamação das gengivas. O tratamento pode estar associado à síndrome de
hipervitaminose A, incluindo secura e fissura dos lábios, secura das mucosas e
dos epitélios de transição, conjuntivite, queratite, ulceração da córnea. Pode
ser observada alteração dos triglicerídeos plasmáticos, diminuição dos níveis
de lipoproteínas de alta intensidade e aumento no colesterol total; hepatite,
emagrecimento, sudorese, sede, descamação das unhas, dores musculares e nas
articulações, calcificação dos tecidos moles, osteoporose, fechamento prematuro
das epífises. No nível central pode ser observado o aparecimento de confusão,
depressão, amnésia, ansiedade. Tem sido registrado aumento da pressão
intracraniana (pseudotumor cerebral).
Precauções.
Deve ser usada sob vigilância médica
constante. Não doar sangue, se tiver recebido isotretinoína há menos de um ano.
Evitar a exposição ao sol. A função hepática deve ser verificada um mês antes e
um mês depois do tratamento. Os lipídios sanguíneos devem ser verificados a
cada três meses, e nos pacientes diabéticos devem ser verificados os níveis de
glicose. Não se deve administrar em crianças, devido ao risco de alterações
ósseas. Devem ser evitados os tratamentos muito prolongados no adulto (mais de
16 semanas) devido ao risco de alterações ósseas. A isotretinoína é mutagênica
e teratogênica, como a vitamina A e outros compostos relacionados, por isso não
deve ser utilizada em mulheres grávidas. Além disso, deve-se advertir às
mulheres que o utilizam para evitar a gravidez com um método seguro e eficaz. A
amamentação deve ser interrompida se a mãe receber a droga.
Interações.
Preparados tópicos que contenham ácido
salicílico, peróxido de benzoílo, resorcinol, enxofre, álcool, etretinato,
tretinoína, vitamina A (toxicidade aditiva). Metotrexato (hepatotoxicidade
aditiva). Tetraciclinas (aumentam o risco de pseudotumor cerebral).
Contraindicações.
Hipersensibilidade à isotretinoína.
Pode ocorrer intolerância em pacientes que não suportam o etretinato, a
tretinoína e os derivados da vitamina A.