Ações terapêuticas.
Antineoplásico. Imunomodulador.
Propriedades.
A interleucina-2 é normalmente
produzida pelos linfócitos T. As formas comerciais podem ser recombinantes
(não-glicosiladas quando são elaboradas em bactérias) ou extraídas do
sobrenadante do cultivo. A forma recombinante parece possuir as mesmas
propriedades da forma nativa. Favorece a mitogênese linfocitária e estimula o
crescimento das linhas celulares dependentes de interleucina-2. Também
potencializa a citotoxicidade linfocitária, a dos natural killer (NK) e a das
células assassinas ativadas por linfocinas (LAK). Em alguns casos os pacientes
que recebem interleucina-2 desenvolvem anticorpos contra a mesma; no entanto,
desconhece-se seu impacto clínico.
Indicações.
Carcinoma renal metastático em maiores
de 18 anos. Melanoma.
Posologia.
A dose habitual é de 600.000UI de
interleucina-2 recombinante/kg (0,0 37mg/kg). Cada dose é administrada por
infusão IV de 15 minutos, cada 8 horas, durante cinco dias. O tratamento é
repetido após um período de descanso. Um novo tratamento é decidido após a
observação da evolução do paciente durante quatro semanas. As doses podem ser
modificadas em função do aparecimento de efeitos adversos; no entanto, é
preferível interromper a administração se tais efeitos ocorrerem. O tratamento
deve ser suspenso de forma definitiva se houver manifestação de taquicardia
ventricular mantida, distúrbios do ritmo cardíaco que não respondem ao tratamento,
requerimento de intubação superior a 72 horas, disfunção renal que requer
diálise por mais de 72 horas, coma ou psicose tóxica de mais de 48 horas de
duração, convulsões repetidas ou de díficil controle, isquemia ou perfuração
intestinal, sangramento gastrintestinal que requer cirurgia.
Superdosagem.
Produz efeitos adversos em uma relação
dependente da dose. Em caso de superdose, podem administrar-se corticoides
intravenosos (dexametasona), o que também evita a eficácia do tratamento
antineoplásico.
Reações adversas.
Em 255 pacientes observaram-se 4% de
mortes relacionadas com os efeitos adversos do fármaco, os quais são
dependentes da dose. A maior parte das reações é autolimitada e desaparece após
2 ou 3 dias de suspensão do tratamento. Reações que deixam sequela permanente:
infarto do miocárdio, perfuração intestinal, infarto intestinal, gangrena. As
reações adversas mais frequentes são hipotensão, disfunção renal, congestão
pulmonar, taquicardia sinusal, arritmias, dispneia, edema pulmonar, insuficiência
pulmonar.
Precauções.
A administração de interleucina-2 foi
associada com a síndrome de perda capilar, cujo resultado pode ser
hipoperfuração orgânica e morte. Por isso seu uso deve ser limitado a pacientes
com funções pulmonar e cardíaca normais. A interleucina-2 deve ser suspensa
caso o paciente desenvolva letargia e sonolência, pois essas condições podem
derivar em coma. Por não existirem provas conclusivas recomenda-se não usar em
mulheres grávidas a menos que o benefício para a mãe supere o risco potencial
para o feto. A amamentação deve ser suspensa quando a mãe receber o fármaco. A
segurança e a eficácia em menores de 18 anos não foram estabelecidas.
Interações.
Interage com todo fármaco que afete o
SNC. A administração conjunta de fármacos mielotóxicos, nefrotóxicos,
cardiotóxicos ou hepatotóxicos precipita o desenvolvimento e aumenta a
severidade dos efeitos adversos relacionados à interleucina-2. Os corticoides
podem reduzir a incidência e severidade dos efeitos adversos da interleucina-2;
no entanto, também diminuem sua eficácia, razão pela qual deve evitar-se a
administração conjunta. Os betabloqueadores potencializam a hipotensão induzida
pela interleucina-2.
Contraindicações.
Hipersensibilidade demonstrada à
interleucina-2. Pacientes com transplante de órgãos, com função pulmonar
alterada ou com resposta anormal ao ensaio de estresse à base de tálio.