Ações terapêuticas.
Antiviral.
Propriedades.
É um novo agente antiviral inibidor da
protease (ganciclovir, ritonavir, indinavir, valaciclovir, sanguinavir,
fanciclovir), com atividade específica e seletiva contra o vírus da
imunodeficiência humana tipo I (HIV 1). Seu mecanismo de ação desenvolve-se sobre
a síntese da DNA-polimerase viral interferindo na replicação do vírus. O
indinavir liga-se diretamente ao local de ação da protease, razão pela qual é
um inibidor competitivo da enzima. Essa inibição enzimática impede o
fracionamento da poliproteína precursora viral que serve durante a maturação
das partículas virais recém-formadas e as partículas imaturas resultantes não
são infectantes e não podem iniciar novos ciclos infecciosos.Depois da sua
administração por via oral em jejum absorve-se parcialmente conseguindo seu
pico sérico máximo após 0,8 hora. Devido a sua curta meia-vida (1,8 hora) sua
posologia é a cada 8 horas. Sua ligação com as proteínas plasmáticos é baixa
(39%). Sua biotransformação metabólica é hepática; identificaram-se sete
metabólitos principais e a CYP3A4 é a única isoenzima P450 que possui um papel
importante no metabolismo oxidativo. O indinavir é eliminado em menos de 20%
sem alteração por via renal.
Indicações.
Pacientes com síndrome de
imunodeficiência humana do tipo I que tenham ou não recebido terapia
antirretroviral.
Posologia.
A dose média aconselhada é de 800 mg
cada 8 horas (2.400 mg/dia). Essa dose é similar para pacientes que recebem
outros agentes antirretrovirais. Aconselha-se a administração do fármaco 1 hora
antes ou 2 horas depois da ingestão de alimentos.
Reações adversas.
A maioria dos efeitos relatados foi
leve e não obrigou a suspender o tratamento. Entre eles astenia, diarreia,
náuseas, vômitos, tonturas, cefaleias, hipoestesia, secura da pele e mucosas,
insônia, disgeusia, rash cutâneo, prurido, pirose. Administrado
isoladamente ou em associação com outros fármacos antirretrovirais foram
informadas lombalgia, litíase renal com ou sem hematúria. Podem-se observar
hiperbilirrubinemia, aumento das transaminases séricas, fosfatase alcalina. A
maior parte dessas mudanças foi normalizada sem modificar o esquema posológico.
Precauções.
Para evitar a fenomenologia renal
anteriormente mencionada aconselha-se administrar uma abundante ingestão
hídrica (1.500 ml/dia). Em indivíduos com insuficiência hepática grave
(cirrose) deve-se ajudar a dose individualmente; aconselham-se 600 mg cada 8
horas. Em pacientes com litíase renal aconselham-se empregar 600 mg cada 8
horas (1.800 mg/dia) e uma importante hidratação oral. Não se conhece se o
indinavir é excretado pelo leite materno e por isso aconselha-se às mães que
recebem tratamento deixar de amamentar. Lembrar que o emprego de indinavir não
evita a trasmissão do HIV.
Interações.
Com rifabutina ou cetoconazol aumentam
suas concentrações plasmáticas; aconselha-se diminuir sua dose durante a
administração simultânea com indinavir. Com rifampicina pode diminuir os níveis
séricos de indinavir. Não é aconselhado o emprego simultâneo com
anti-histamínicos H 1 (astemizol, terfenadina), gastrocinéticos
(cisaprida). Com didanosina (ddl) devem-se administrar pelo menos com 1-2 horas
de intervalo e com o estômago vazio.
Contraindicações.
Hipersensibilidade conhecida ao
fármaco. Não é aconselhado durante a gravidez a menos que o benefício potencial
supere o risco fetal. A segurança em crianças não foi determinada.