Ações terapêuticas.
Antidepressivo.
Propriedades.
Este fármaco é o S-enantiômero do
citalopram, que inibe seletivamente a recaptura de serotonina, apresentando, ao
mesmo tempo, um mínimo efeito sobre a recaptação de noradrenalina e dopamina,
desenvolvendo um efeito antidepressivo. Após sua administração por via oral,
sua absorção é quase completa, com uma biodisponibilidade de aproximadamente
80%; a união a proteínas plasmáticas é da ordem de 56%. O escitalopram
transforma-se no fígado, por atividade das enzimas CYP2D6, 2C19 e 3A4, no
metabólito ativo S-desmetilcitaloprima, o qual é novamente metabolizado pela
enzima CYP2D6 em um novo metabólito ainda ativo farmacologicamente. A
eliminação do escitalopram e seus metabólitos é feita principalmente por via
urinária.
Indicações.
Depressão de vários tipos e
intensidades, e na forma de tratamento de manutenção, para prevenir recaídas.
Transtornos de pânico com ou sem agorafobia.
Posologia.
Tratamento da depressão: dose usual em
adultos: via oral, 10 mg uma vez ao dia. Conforme a resposta individual do
paciente, a dose pode ser aumentada até um máximo de 20 mg diários. Tratamento
de trastornos de pânico: dose usual em adultos: via oral, 5mg por dia durante a
primeira semana, depois aumentar a dose a 10 mg diários. Conforme a resposta
individual do paciente, a dose diária pode ser aumentada até um máximo de 20
mg.
Superdosagem.
Instituir tratamento geral de suporte
(oxigenoterapia, hidratação). Caso a ingestão do medicamento tenha sido
recente, pode-se realizar lavagem gástrica.
Reações adversas.
Compreendem náuseas, hipertensão,
palpitações, insônia, sonolência, enjoo, fadiga, falta de concentração, febre,
irritabilidade, vertigem, aturdimento, rash cutâneo, diminuição da
libido, diarreia, xerostomia, aumento ou diminuição do apetite, constipação,
indigestão, dor abdominal, gastrenterite, refluxo gastresofágico, ardor ou
acidez gástricos.
Precauções.
Em pacientes idosos (> 65 anos de
idade) recomenda-se iniciar o tratamento com a metade da dose usual. Não se
recomenda sua administração em menores de 18 anos. Não é necessário realizar
reajuste da dose em pacientes com insuficiência renal de grau leve ou moderado.
Recomenda-se administrar com precaução em pacientes com função renal
severamente diminuída (clearance de creatinina < 30 ml/min). Em pacientes
com insuficiência hepática, recomenda-se administrar uma dose inicial de 5 mg
durante as 2 primeiras semanas de tratamento; conforme a resposta individual do
paciente, pode-se aumentar a dose até 10 mg. Em pacientes com antecedentes que
os caracterizem como metabolizadores lentos com relação à enzima CYP2C19,
recomenda-se administrar uma dose inicial de 5 mg durante as primeiras duas
semanas; conforme a resposta individual do paciente, pode-se incrementar a dose
até 10 mg. Não realizar a suspensão brusca do tratamento; recomenda-se que a
dose seja diminuída de modo gradual durante um período de uma a duas semanas,
com a finalidade de evitar possíveis reações de abstinência.
Interações.
Não é recomendável o uso deste fármaco
simultaneamente com buspirona, moclobemida, linezolida, nefazodona, selegilina,
sibutramina, outros inibidores da recaptura de serotonina (SSRI), tramadol,
trazodona e inibidores da monoaminoxidase (IMAO), já que estas associações
causam síndrome serotoninérgica (hiperpirexia, hipertensão, taquicardia,
confusão, crise epiléptica, morte). A administração conjunta com meperidina ou
venlafaxina pode aumentar o risco de aparição de efeitos de síndrome
serotoninérgica. A cimetidina produz aumento na concentração plasmática de
escitalopram por inibição de seu metabolismo. Recomenda-se administrar este
fármaco com precaução em associação a antidepressivos tricíclicos, em vista
destes últimos serem substratos para a enzima CYP2D6, que intervém no
metabolismo do escitalopram. O escitalopram aumenta a concentração plasmática
de desipramina e metoprolol; administrar com precaução.A administração conjunta
com sumatriptana, naratriptana, rizatriptana e zolmitriptana induz a aparição
de sintomas de toxicidade, os quais compreendem fraqueza, hiperreflexia,
descoordenação e aumento do risco de ocorrência de síndrome serotoninérgica.
Evitar a administração conjunta com álcool, em vista de aumento da depressão do
sistema nervoso central (SNC).
Contraindicações.
Hipersensibilidade à droga, gravidez,
amamentação e naqueles pacientes sob tratamento concomitante com inibidores da
monoaminoxidase (IMAO).