Ações terapêuticas.
Anestésico local.
Propriedades.
É um derivado tipo éster do PABA. Os
anestésicos locais bloqueiam a iniciação e a condução dos impulsos nervosos
mediante a diminuição da permeabilidade da membrana neuronal aos íons de sódio,
estabilizando-a de forma reversível. Esta ação inibe a fase de despolarização
da membrana neuronal, o que gera um potencial de ação de propagação
insuficiente e consequente bloqueio da condução. Se forem absorvidas
quantidades importantes de anestésicos locais através da mucosa, as ações no
nível de SNC podem produzir neste a estimulação ou a depressão. As ações sobre
o sistema cardiovascular produzem depressão da excitabilidade e condução
cardíaca. É absorvida rapidamente pelas mucosas. A velocidade de absorção
depende da vascularização ou da velocidade de fluxo sanguíneo no local da
aplicação e da dose total administrada. É hidrolizada pelas colinesterases
plasmáticas e, em menor grau, pelas colinesterases hepáticas, em metabólitos que
contêm PABA. O início da ação evidencia-se em 1 minuto e dura 15 a 20 minutos.É
eliminada principalmente pelo metabolismo, seguido pela excreção renal dos
metabólitos.
Indicações.
Anestesia local antes de um exame,
endoscopia ou manipulação com instrumentos ou outras explorações do esôfago,
laringe, cirurgias dentárias e cirurgias orais, cavidade nasal, faringe ou
garganta, reto, trato respiratório ou traqueia, trato urinário, vagina.
Posologia.
Benzocaína geleia: aplicações tópicas
a 10% ou 20% em cáries e ao redor das gengivas, conforme necessidade. Dose
pediátrica: dor na erupção dental, aplicações tópicas de geleia a 7,5% nas
gengivas afetadas. Pomada, gel, solução: aplicações tópicas a 20%, na área.
Reações adversas.
Devidas a doses excessivas, com maior
tendência a produzir sensibilização por contato. Inflamação, sensibilidade
anormal à dor.
Precauções.
Não utilizar maior quantidade ou com
mais frequência ou durante um período mais prolongado do que aquele prescrito.
Deve ser utilizado com cautela em crianças, posto que uma absorção aumentada
pode produzir meta-hemoglobinemia. Nos pacientes de idade avançada a benzocaína
tem maior tendência a produzir toxicidade, pelo que poderá ser necessária uma
redução da dose.
Interações.
Os inibidores da colinesterase podem
fazê-lo com o metabolismo da benzocaína e dar lugar a um maior risco de
toxicidade sistêmica. A benzocaína (seus metabólitos) pode antagonizar a
atividade antibacteriana das sulfamidas.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deve ser
avaliada na presença de: hemorroidas sangrentas, infecção local na zona de
tratamento e traumatismos graves da mucosa.