Ações terapêuticas.
Broncodilatador.
Propriedades.
A teofilina relaxa diretamente o
músculo liso dos brônquios e dos vasos sanguíneos pulmonares. Os mecanismos de
ação propostos são: a) aumento do AMP cíclico produzido pela ação inibitória da
droga sobre a fosfodiesterase, enzima que o degrada; b) bloqueio dos receptores
para adenosina. É administrada por via oral ou retal. A absorção por via oral
depende da forma farmacêutica utilizada. Os líquidos orais e comprimidos não
recobertos são absorvidos com rapidez e por completo no intestino, e alcançam
níveis séricos adequados em 30 ou 60 minutos. Os comprimidos com cobertura
entérica e os de liberação prolongada têm uma absorção mais lenta. A
administração retal também é mais lenta e irregular e menos aconselhável, salvo
naqueles casos em que as preparações orais não são toleradas. A teofilina
absorvida une-se reversivelmente às proteínas plasmáticas em 53% a 65%; esta
união é menor em lactentes prematuros e adultos com cirrose hepática. Seu
metabolismo é hepático e é metabolizada à cafeína em todos os grupos etários.
Cerca de 10% são excretados sem modificar a urina.Em concentrações inferiores a
20 mg/ml, a cinética de eliminação é de primeira ordem; em concentrações
superiores, a cinética é dependente da dose. A meia-vida é muito variável:
encontra-se prolongada em prematuros, obesos e pacientes com doenças hepáticas
e insuficiência cardíaca, e é encurtada em crianças e fumantes (depois de
deixar de fumar, a normalização da farmacocinética da teofilina pode não ser
produzida até um período de 3 meses a 2 anos). A concentração sérica
terapêutica está entre 10 e 20 mg/ml. Atravessa a placenta e é excretada no
leite materno. A aminofilina é o derivado etilendiamínico da teofilina.
Ministra-se por via oral, retal ou intravenosa. Sua biodisponibilidade é
aproximadamente 80% da biodisponibilidade da teofilina anidra. Metaboliza-se a
teofilina anidra e a vantagem principal é sua segurança quando administrada por
via intravenosa.
Indicações.
Profilaxia e tratamento da asma
brônquica; tratamento do enfisema pulmonar ou outra doença pulmonar obstrutiva
crônica.
Posologia.
A dose deve ser calculada nos termos
da teofilina anidra: a) dose oral: devido à grande variação de um indivíduo a
outro, a dose e frequência de administração devem ser calculadas para cada
pessoa, conforme a melhoria sintomática, o aparecimento de efeitos colaterais e
a necessidade de manter os níveis séricos da teofilina entre 10 e 20 mg/ml.
Adultos: a dose inicial habitual é de 50 a 200 mg a cada 6 horas, e a de
manutenção, de 100 a 400 mg a cada 6 horas. Crianças: é preferível iniciar com
16 mg/kg/dia em doses divididas a cada 6 horas, mas com freqüência se
necessitam doses superiores a 24 mg/kg/dia; b) dose retal: adultos, 250 a 500
mg a cada 8 a 12 horas; crianças: 7 mg/kg a cada 12 horas; c) dose intravenosa:
é objetivo principal conseguir rapidamente uma concentração plasmática
constante de teofilina de 10 a 20 mg/ml.Se o paciente não recebeu previamente
alguma dose de teofilina, a dose de carga intermédia é de 5 mg/kg (6 mg/kg de
aminofilina); a dose de manutenção para as segundas 12 horas é de 0,85
mg/kg/hora (1 mg/kg/hora de aminofilina) para crianças e de 0,5 mg/kg/hora (0,6
mg/kg/hora de aminofilina) para adultos, e para manutenção após as primeiras 12
horas, 0,8 mg/kg/hora (0,9 mg/kg/hora de aminofilina) em crianças, e 0,4
mg/kg/hora em adultos.
Reações adversas.
Náuseas, vômitos, diarreia, diurese
aumentada, cefaleia e nervosismo. Quando a concentração sérica está entre 25 e
35 mg/ml, podem aparecer taquicardia sinusal e extrassístoles ventriculares
isoladas; quando a dose supera 35 mg/ml há risco de extrassístole ventricular
frequente, taquicardia ventricular, hemorragia gastrintestinal e crises
convulsivas tipo grande mal.
Precauções.
Esta droga deve ser utilizada com
cuidado em pacientes com arritmias preexistentes (a situação pode ser exacerbada),
nos casos de insuficiência cardíaca (as xantinas são potencialmente
cardiotóxicas); em gastrite ativa ou úlcera péptica ativa, em lesão miocárdica
aguda, de hipertrofia prostática (pode aparecer retenção urinária); em doença
hepática e na presença de hipertireoidismo (pode aumentar o aclaramento
plasmático). Recomenda-se controlar as concentrações séricas de teofilina,
especialmente com o uso prolongado, ou em doses maiores que as habituais,
devido às variações entre os pacientes na dose requerida, para conseguir uma
concentração sérica terapêutica.
Interações.
Na administração simultânea com
betabloqueadores, pode originar uma mútua inibição dos efeitos terapêuticos; a
administração junto com cimetidina, eritromicina, clindamicina, lincomicina e troleandomicina
pode aumentar o nível sérico de teofilina; o uso simultâneo com carbonato de
lítio aumenta a excreção renal do lítio.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à teofilina.