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PIRARRUBICINA


Ações terapêuticas.

Antineoplásico.
Propriedades.
É um antineoplásico da classe dos antraciclínicos, derivado da doxorrubicina, com ação específica sobre a fase S do ciclo de divisão celular. A atividade antineoplásica teria origem ao se intercalar entre os pares de bases do DNA, fato que inibe a síntese de DNA e RNA por alteração do molde e impedimento estérico. Sua atividade antitumoral é semelhante ou maior à da doxorrubicina na leucemia, no carcinoma pulmonar de Lewin, no adenocarcinoma de colo, no melanoma e no carcinoma de ovário. Além disso, comprovou-se em animais que induz menores efeitos cardiotóxicos e alopecia do que a doxorrubicina. Não se conhece o grau de ação antitumoral da doxorrubicina, um dos metabólitos da pirarrubicina, embora haja sido observado seu acúmulo após doses diárias repetidas.Após sua administração intravenosa, distribui-se por todo o organismo com rapidez, é metabolizada no fígado dando origem à doxorrubicina e outros metabólitos que são eliminados pela urina. Apesar disso, a pirarrubicina em sua forma nativa é eliminada principalmente por via biliar.
Indicações.
Neoplasias de pulmão e de mama, linfoma maligno, leucemia aguda, mesotelioma pleural maligno.
Posologia.
Adultos: por via IV, de 10 a 70 mg/m 2 durante 1 a 10 dias sucessivos, com intervalos repetidos de 3 a 4 semanas, conforme a patologia em tratamento. Crianças: por via IV, 15 a 20 mg/m 2 por dia durante 3 a 5 dias consecutivos, conforme a patologia. Deve ser administrada em bolo intravenoso a uma velocidade de 5 mg/minuto ou por infusão IV de 30 a 60 minutos. Diversos protocolos e esquemas de dose são empregados usando pirarrubicina isolada ou em associação com outros antineoplásicos.
Reações adversas.
Os efeitos adversos mais frequentes são: leucopenia, trombocitopenia, anemia, náuseas, vômitos, anorexia, alopécia e cardiotoxicidade aguda, incluindo arritmias. Mais raramente foram registrados tromboflebite, dor vascular, cefaleia, mal-estar geral, úlceras gástricas e duodenais, estomatites, diarreia, disúria e poliaciúria quando se realizam instilações intravasculares, distúrbios hepáticos que se evidenciam por aumento das aminotransferases séricas e trombose da artéria hepática.
Precauções.
Como a pirarrubicina é metabolizada no fígado, é necessário ajustar a dose nos pacientes com insuficiência hepática. Recomenda-se não administrar novamente o fármaco antes que as contagens de glóbulos brancos e de plaquetas superem 3.000/ml e 75.000/ml, respectivamente. Durante o tratamento recomenda-se realizar monitorações mensais das funções hepática e renal. Do mesmo modo, é necessário realizar um eletrocardiograma antes da administração do medicamento e um ecocardiograma antes do segundo curso de tratamento.
Interações.
A administração simultânea com anfotericina B aumenta o risco de nefrotoxicidade, hipotensão e broncospasmo.
Contraindicações.
Hipersensibilidade conhecida à pirarrubicina ou à doxorrubicina, nas enfermidades cardíacas graves ou arritmias e em pacientes previamente tratados com doses completas de pirarrubicina, doxorrubicina ou daunorrubicina. A relação risco-benefício deve ser avaliada nos seguintes casos: pacientes com antecedentes de enfermidade coronária ou infarto do miocárdio, radioterapia prévia (pois pode predispor à hipersensibilidade cutânea, esofagite, pneumonite ou gastrite), terapia prévia com antraciclina, pois aumenta o risco de toxicidade (recomenda-se respeitar intervalo de 3 a 6 meses entre a administração de antraciclina e de pirarrubicina), enfermidade hepática, mielossupressão importante antes do tratamento quimioterápico, gravidez e lactação. 

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