Ações terapêuticas.
Anti-histamínico anti-H 1.
Antialérgico.
Propriedades.
Trata-se de um anti-histamínico
potente de ação prolongada, que atua bloqueando seletivamente os receptores
histaminérgicos H 1 periféricos. Além disto, a mizolastina inibe a
liberação de histamina de mastócitos com uma dose de 0,3 mg/kg, e inibe a
migração de neutrófilos com uma dose de 3 mg/kg. Seu efeito terapêutico
estabelece-se rapidamente e se mantém por longo tempo com uma única dose ao dia
de 10 mg por via oral. A inibição ou bloqueio histaminérgico é potente (80%),
não tendo sido detectado efeito taquifilático em tratamentos prolongados. Seu
efeito seletivo e específico se desenvolve unicamente sobre os receptores H
1 da histamina, sem afetar outros tipos de receptores (colinérgicos,
adrenérgicos). Após sua administração oral, este anti-histamínico é absorvido
pelo trato gastrintestinal, alcançando seu pico plasmático máximo em cerca de
90 minutos, com uma biodisponibilidade de 65%. Sua meia-vida de eliminação é de
13 horas, e sua ligação com proteínas plasmáticas é de 98,4%.Na insuficiência
hepática, a absorção da mizolastina é mais lenta e a fase de distribuição mais
dilatada, resultando em um aumento moderado da área sob a curva de concentração
x tempo (AUC), da ordem de 50%. A principal via metabólica é a glicuronidação
do fármaco original. O sistema enzimático citocromo P-450 3A4 está envolvido em
uma das vias metabólicas adicionais, com formação de metabólicos hidroxilados
da mizolastina. Nenhum dos metabólitos identificados contribui para atividade
farmacológica da mizolastina. Durante a administração sistêmica concomitante de
cetoconazol e eritromicina houve aumento dos níveis plasmáticos de mizolastina,
produzindo concentrações equivalentes às que seriam alcançadas após doses de 15
a 20 mg de mizolastina isoladamente. Em estudos realizados em voluntários
sadios, não foram registradas interações clinicamente significativas com
alimentos, varfarina, digoxina, teofilina, lorazepam ou diltiazem.
Indicações.
Patologias alérgicas agudas ou crônicas
de diferentes etiologias. Dermatites e dermatoses alérgicas. Rinites e
rinossinusites alérgicas. Prurido. Urticária. Picadas de insetos. Dermatites de
contato.
Posologia.
A partir de 12 anos, recomenda-se 1
comprimido ao dia. Dose diária máxima: 10 mg.
Superdosagem.
Caso haja superdose, recomenda-se
vigilância dos sintomas gerais, com monitoramento cardíaco, incluindo intervalo
QT e ritmo cardíaco durante pelo menos 24 horas, juntamente com medidas padrão
para eliminar qualquer traço do fármaco não-absorvido.
Reações adversas.
Foram informadas as seguintes reações
adversas: sonolência e astenia, normalmente de natureza transitória, e aumento
do apetite associado com aumento de peso em alguns pacientes. Podem ocorrer
secura de boca, diarreia, dispepsia ou dores de cabeça. Raramente houve relatos
isolados de hipotensão, ansiedade e depressão, baixas contagens de
neurotrófilos e aumento de enzimas hepáticas. Houve casos de broncospasmo e
agravamento de asma, porém, devido à alta frequência de asma na população dos
pacientes tratados, a relação entre os efeitos e o medicamento é incerta. O
tratamento com alguns anti-histamínicos tem sido correlacionado com o
prolongamento do intervalo QT, aumentando o risco de arritmias cardíacas
graves em pacientes propensos. Em raras ocasiões observaram-se alterações
discretas de glicemia e de eletrólitos no sangue. Por outro lado, a
significação clínica destas alterações em voluntários sadios ainda não está
esclarecida.Deve-se realizar um monitoramento periódico dos pacientes de risco
(diabéticos e aqueles propensos a desequilíbrios eletrolíticos e arritmias
cardíacas).
Precauções.
Em alguns indivíduos pode
manifestar-se um prolongamento do intervalo QT de caráter moderado ou leve,
sem que tenha havido associação com arritmias cardíacas. Em pacientes idosos a
mizolastina pode provocar sonolência e distúrbios da repolarização do
miocárdio. O médico deve ser informado se o paciente é cardiopata e se está
recebendo qualquer tipo de fármaco com atividade sobre o aparelho cardiovascular
(cardiotônicos, anti-hipertensivos, antiarrítmicos, antianginosos etc.). Este
medicamento em geral não apresenta efeito sedativo (anticolinérgico) e não
modifica os efeitos produzidos pelo álcool em concentrações sanguíneas cerca de
0,7 g/l. Não obstante, como qualquer outro medicamento, não se deve fazer uso
de bebidas alcóolicas em quantidade excessiva durante o tratamento com
mizolastina. Gravidez e amamentação: não está estabelecida a segurança
do seu emprego em mulheres gestantes.A avaliação realizada em estudos com
animais de experimentação não indica efeitos deletérios diretos ou indiretos
com relação ao desenvolvimento do embrião ou do feto, no decurso da gestação,
nem sobre o desenvolvimento peri e pós-natal. Contudo, como para todos os medicamentos,
deve ser evitado seu emprego em mulheres grávidas, particularmente durante o
primeiro trimestre da gestação. Devido à falta de informações sobre os níveis
de mizolastina que podem aparecer no leite materno, não se recomenda seu
emprego durante o período de amamentação. Uso em pediatria: este
medicamento não deve ser utilizado em crianças com idade inferior a 12 anos. Efeitos
sobre a capacidade de dirigir: durante o tratamento com mizolastina, a
maioria dos pacientes pode conduzir veículos ou realizar tarefas que requeiram
concentração. Entretanto, recomenda-se comprovar a resposta de cada indivíduo
antes de dirigir ou realizar tarefas complexas.
Interações.
Se bem que a biodisponibilidade da
mizolastina seja alta, o fármaco seja metabolizado principalmente por
glicuronidação, o cetoconazol e a eritromicina administrados por via sistêmica
aumentam de forma moderada a concentração plasmática de mizolastina, estando
portanto contraindicado seu emprego simultâneo. Deve-se ter precaução quanto à
administração de mizolastina concomitante com outros inibidores potentes ou
substratos da oxidação hepática (citocromo P450 3A4). Estes fármacos podem ser,
por exemplo, cimetidina, ciclosporina e nifedipina.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à mizolastina.
Administração simultânea da mizolastina com antibióticos macrólidos ou
antifúngicos imidazólicos sistêmicos. Função hepática significativamente
comprometida. Doença cardíaca clinicamente significativa ou histórico de
arritmias sintomáticas. Pacientes que apresentem prolongamento do intervalo QT
conhecido ou suspeito ou com desequílibrio eletrolítico, particularmente
hipopotassemia. Bradicardia clinicamente significativa. Fármacos que
sabidamente prolongam o intervalo QT, como antiarrítmicos de classes I e III.