Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
A mitoxantrona é um antineoplásico que
possui efeito citotóxico sobre células proliferativas e não-proliferativas. O
fármaco reage com o DNA; intercala-se entre as cadeias do DNA e do RNA, mas
também inibe as topoisometases dos tipos I e II, o que evita a separação da
cadeia dupla do DNA e com isso a duplicação e a transcrição. A distribuição nos
tecidos após a administração de uma dose IV é rápida e extensa; em animais
(macacos) observou-se que a distribuição no olho, medula espinhal, cérebro e
líquido cefalorraquidiano é baixa. A meia-vida plasmática parece ser de 5,8
dias, enquanto que a meia-vida tissular é mais prolongada. O fármaco liga-se às
proteínas plasmáticas em 78%.A eliminação ocorre via renal (6% a 10% da dose em
5 dias) e pelo fígado (15% da dose são recuperados nas fezes 5 dias depois da
aplicação).
Indicações.
Em combinação com outros medicamentos,
no tratamento inicial da leucemia não-linfocítica aguda em adultos. Essa
categoria inclui as leucemias agudas de tipo mielógeno, promielocítico e
eritróide. Tem sido utilizada isoladamente ou como coadjuvante no tratamento do
linfoma de Hodgkin, da leucemia linfoblástica aguda, da doença de Hodgkin e do
carcinoma nasofarígeo.
Posologia.
Tratamento combinado inicial na
leucemia não-linfocítica aguda: 12 mg/m 2/dia, nos dias 1 e 3,
administrados em infusão IV; 100 mg/m 2 de citarabina para 7 dias,
administrados em infusão contínua de 24 horas nos dias 1 e 7. Tratamento de
consolidação: 12 mg/m 2/dia, nos dias 1 e 2, administrados em
infusão IV; 100 mg/m 2 de citarabina para 5 dias, administrados em
infusão contínua de 24 horas nos dias 1 e 5. Com esse tratamento aparecerá
mielossupressão grave.
Superdosagem.
Desconhecem-se antídotos contra a
superdose; em um caso de superdose ocorreu morte do paciente por leucopenia e
infecção.
Modo de usar.
Na administração, não deve ser
misturada com heparina, devido à aparição de um precipitado. Por não existirem
outros dados de compatibilidade, recomenda-se não misturar a mitoxantrona com
outros fármacos na mesma infusão.
Reações adversas.
Miocardiopatias, reações alérgicas
ocasionais, imunossupressão de rápida aparição, náuseas e vômitos,
estomatite/mucosite dentro da semana de tratamento.
Precauções.
Quando a mitoxantrona é utilizada no
tratamento da leucemia, o paciente apresentará imunossupressão grave. Deve
dispor-se de métodos de monitoramento e de suporte rapidamente acessíveis para
dar assistência ao paciente. A segurança em pacientes com insuficiência
hepática não foi estabelecida. Após a sua administração podem ocorrer falha
cardíaca congestiva e diminuição da fração de expulsão ventricular esquerda. A
mitoxantrona é mutagênica em sistemas bacterianos; não foi demonstrada
teratogenia em coelhos, mas as ratas prenhes que a receberam têm tido crias de
baixo peso. Não deve ser administrada a mulheres grávidas devido ao risco potencial
de dano fetal; as mulheres jovens devem ser advertidas disso para evitarem a
gravidez. A lactação deve ser suspensa antes de iniciar o tratamento.
Contraindicações.
Hipersensibilidade à mitoxantrona.