Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
A mitomicina é obtida de Streptomyces
caespitosus. Não é específica de nenhuma fase do ciclo celular, embora seja
mais ativa nas fases G e S da divisão celular. Atua como alquilante bifuncional
ou trifuncional, produz entrecruzamento do DNA e inibe sua síntese e, em menor
grau, também a do RNA e de proteínas. Não atravessa a barreira
hematoencefálica. Metaboliza-se no fígado, sua meia-vida inicial é de 5 a 15
minutos e terminal de 50 minutos. Elimina-se por via renal.
Indicações.
Adenocarcinoma de estômago e pâncreas,
leucemia mieloide crônica e carcinoma de células transicionais da bexiga. As
indicações aceitas dos antineoplásicos encontram-se em constante revisão, bem
como as pautas de doses e protocolos.
Posologia.
Adultos: IV, 10 a 20 mg/m 2
como dose única a cada 6 ou 8 semanas, ou 2 mg/m 2 ao dia durante 5
dias; descansa-se 2 dias e depois, 2 mg/m 2 ao dia durante mais 5
dias, repetidos a cada 6 ou 8 semanas. Em papilomas de bexiga são utilizadas
instilações tópicas com 20 a 40 mg de mitomicina 1 vez por semana, em ciclos de
8 semanas.
Reações adversas.
Muitos efeitos colaterais são
inevitáveis e representam a ação farmacológica do medicamento. Febre,
calafrios, hemorragias, hematúria, dispneia, edema, hematemese, alopecia,
leucopenia e trombocitopenia; anorexia, náuseas e vômitos.
Precauções.
Evitar as imunizações, salvo melhor
critério do médico. Seu uso não é recomendado em pacientes com distúrbios da
coagulação e trombocitopenia. Não deve ser administrado por via IM ou
subcutânea, pois pode provocar necrose local dos tecidos. Pode ser produzida
supressão gonadal, que origina amenorreia ou azoospermia (efeitos relacionados
com a dose e duração do tratamento). É recomendável evitar seu uso durante o
primeiro trimestre de gravidez e o período de lactação. Pode produzir maior
incidência de infecção microbiana, retardamento da cicatrização, hemorragia
gengival e estomatite.
Interações.
O uso simultâneo com doxorrubicina
aumenta a cardiotoxicidade. Os fármacos que produzem discrasia sanguínea,
depressores da medula óssea ou radioterapia podem aumentar os efeitos depressores
da medula óssea.
Contraindicações.
Varicela existente ou recente,
herpes-zóster. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de
alterações da coagulação, infecção, disfunção renal e depressão da medula
óssea.