Ações terapêuticas.
Anti-histamínico.
Propriedades.
É um anti-histamínico H 1
derivado da fenotiazina, com propriedades antimuscarínicas, antieméticas e
sedativas centrais. Bloqueia os efeitos espasmogênicos e congestivos da
histamina, pois compete com esta pelos receptores H 1 nas células
efetoras e evita, porém não reverte, as respostas mediadas pela histamina
isoladamente. As ações antimuscarínicas evidenciam-se principalmente por secura
bucal e o efeito antivertiginoso produzido ao atuar sobre o órgão vestibular,
enquanto que sua ação antiemética é devida à inibição produzida na zona do
gatilho quimiorreceptora bulhar. Da mesma forma que outros derivados
fenotiazínicos, provoca reações de fotossensibilidade. O efeito sedativo é
observado somente quando administra o dobro das doses recomendadas. A
mequitazina, após absorção no trato gastrintestinal, é metabolizada. Os
metabólitos e o fármaco original são eliminados principalmente por via biliar.
Indicações.
Conjuntivite, rinite, urticária,
prurido, dermatites alérgicas ou pruriginosas.
Posologia.
Adultos: oral, 5 mg duas vezes ao dia.
Superdosagem.
Os sinais de superdose são torpor,
instabilidade, secura de boca, alucinações ou crises convulsivas, sonolência
grave, dispneia, espasmos musculares, inquietação, tremor nas mãos, taquicardia
e rubor. Podem aparecer acuofênios ou zumbido nos ouvidos.
Reações adversas.
Os efeitos adversos observados
compreendem febre, hemorragias ou hematomas não habituais, cansaço ou
debilidade, fotossensibilidade, pesadelos contínuos, excitação, nervosismo,
inquietude, irritabilidade contínua e não-habitual, náuseas, vômitos e visão
turva.
Precauções.
Não se recomenda seu uso em lactantes
abaixo de 3 meses, por ausência ou deficiência de enzimas metabolizadoras e
função renal ineficaz em crianças dessa idade. Igualmente, não deve ser
administrada a crianças de 1 a 2 anos de idade, devido ao risco de produção de
apnéia obstrutiva central e sonolência. Existem evidências clínicas que
associam em geral anti-histamínicos da classe dos fenotiazínicos com a síndrome
da morte súbita do lactante. Em pacientes com idade avançada as seguintes
reações adversas podem ser mais frequentes: tonturas, sedação, confusão e
hipotensão. Aconselha-se sua administração com alimentos, água ou leite, para
minizar o desconforto gástrico. Evitar consumo de álcool ou de outros
depressores do SNC. Em pacientes desidratados ou com oligúria, recomenda-se
diminuir a dose, pois sua toxicidade pode estar potenciada nessas condições.
Recomenda-se evitar uso de máquinas ou dirigir veículos durante a terapia com
mequitazina, pois pode ocasionar sonolência.Posto que alguns anti-histamínicos
estão relacionados com anormalidades fetais, recomenda-se evitar o uso deste
fármaco durante a gravidez.
Interações.
O ipratrópio, a amantadina, outros
anti-histamínicos e antimuscarínicos em geral podem aumentar os efeitos
antimuscarínicos. O efeito estimulante das anfetaminas diminui quando
utilizadas simultaneamente com a mequitazina. O uso de antiácidos ou
antidiarreicos pode inibir a absorção da mequitazina. Este fármaco, por ser
derivado fenotiazínico, pode diminuir o limiar para as crises convulsivas,
portanto pode ser necessário reajustar a dose dos anticonvulsivantes. Os
antidepressivos tricíclicos exacerbam os efeitos antimuscarínicos. Os efeitos
antiparkinsonianos da levodopa podem ser inibidos pelo bloqueio dos receptores
dopaminérgicos cerebrais. O uso simultâneo da quinidina pode propiciar efeitos
cardíacos aditivos. Os bloqueadores beta-adrenérgicos podem aumentar a
concentração plasmática de cada medicação. O uso simultâneo de fármacos
antitireoideanos pode aumentar o risco de agranulocitose.
Contraindicações.
A relação risco/benefício deverá ser
avaliada nos pacientes com asma brônquica, retenção urinária, glaucoma de
ângulo aberto ou fechado, hipertrofia prostática sintomática, depressão da
medula óssea, enfermidade cardiovascular, insuficiência hepática, hipertensão e
antecedentes de úlcera péptica.