Ações
terapêuticas.
Antiemético.
Propriedades.
O
aprepitanto é um antagonista seletivo dos receptores de substância
P/neurocinina 1 (NK 1), possuindo entretanto uma afinidade muito
discreta por receptores serotoninérgicos ou dopaminérgicos; o fármaco previne
as náuseas e os vômitos associados com a quimioterapia emetogênica, inclusive a
platina. Atua em nível central (atravessa a barreira hematoencefálica),
ocupando os receptores encefálicos NK 1. A literatura demonstra que
o aprepitanto potencializa a ação antiemética do antagonista da serotonina
ondansetrona (anti-5-HT 3) e da dexametasona. É administrado por via
oral e sua biodisponibilidade é de cerca de 60%-65%, alcançando seu pico
plasmático (Tmáx) em torno de 4 horas após a administração. Liga-se
extensamente a proteínas plasmáticas (95%) e sofre significativo metabolismo
hepático pelas isoenzimas CYP3A4, CYP1A2 e CYP2C19, com oxidação do anel
morfolina e suas cadeias laterais. Estão identificados 7 metabólitos do
aprepitanto no plasma, porém todos com discreta atividade biológica. Sua
meia-vida oscila entre 9 e 13 horas.O principal mecanismo de eliminação é
mediante metabolismo e o fármaco não é excretado por via urinária.
Indicações.
Em
associação a outros agentes antieméticos, o aprepitanto é indicado na prevenção
das náuseas e vômitos agudos e tardios relacionados com a quimioterapia
oncológica altamente emetogênica.
Posologia.
O protocolo
terapêutico é realizado durante 3 dias associando o aprepitanto com um
corticosteroide e um antagonista de receptores 5-HT 3. Recomendam-se
125 mg por via oral 1 hora antes de iniciar a quimioterapia oncológica (dia 1)
e 80 mg por via oral em dose única de manhã nos dias 2 e 3. A ingestão do
fármaco pode ser feita em jejum ou com alimentos. Não é necessário modificar a
posologia em pacientes com insuficiência renal (inclusive aqueles submetidos a
diálise) nem com insuficiência hepática de grau leve ou moderado.
Superdosagem.
Caso
ocorra superdosagem, indica-se tratamento de suporte e sintomático. O
aprepitanto não é eliminado por hemodiálise.
Precauções.
O
aprepitanto poderia reduzir a eficácia dos contraceptivos orais; deste modo,
recomenda-se às pacientes usar outros métodos anticoncepcionais. Recomenda-se
evitar uso simultâneo de fármacos que sofrem biotransformação metabólica
através da isoenzima CYP3A4 (docetaxel, paclitaxel, ifosfamida, vinorelbina,
vinblastina, vincristina, etoposídeo etc.). O aprepitanto não deverá ser usado
por períodos de tempo prolongados ou de modo crônico. Sua inocuidade durante a
gravidez e a amamentação ou em pacientes pediátricos não está estabelecida.
Interações.
O uso
associado com varfarina, tolbutamida ou fenitoína poderia causar redução dos
níveis plasmáticos destes fármacos por alteração de sua biotransformação
metabólica. Em pacientes sob terapia anticoagulante com varfarina, o tempo de
protrombina deverá ser monitorado escrupulosamente, especialmente nos primeiros
7 a 10 dias após o início do tratamento de 3 dias com aprepitanto em cada ciclo
de quimioterapia. A associação com dexametasona causa aumento significativo da
área sob a curva do corticoide, razão pela qual recomenda-se reduzir em cerca
de 50% a dose oral de dexametasona. Em relação à metilprednisolona, sua dose
deverá ser reduzida em cerca de 25% quando administrada por via IV, e em cerca
de 50% quando por via oral. A associação com benzodiazepínicos (midazolam,
alprazolam e triazolam), que são metabolizados pelo sistema CYP3A4, pode causa
a um aumento de suas concentrações plasmáticas.Dado que o aprepitanto é um
substrato do sistema enzimático CYP3A4, especial atenção deve ser dada à
associação de fármacos que inibem a atividade desta isoenzima (itraconazol,
cetoconazol, nefazodona, ritonavir, claritromicina, nelfinavir, diltiazem),
visto que poderá haver aumento da concentração plasmática do antiemético. A
associação com fármacos indutores potentes da atividade do sistema CYP3A4
(carbamazepina, fenitoína e rifampina) poderia acarretar diminuição dos níveis
séricos de aprepitanto e consequente redução de sua eficácia terapêutica. A
associação de aprepitanto com paroxetina pode provocar redução da área sob a
curva em cerca de 25% e da concentração máxima em cerca de 20% para ambos os
fármacos.
Contraindicações.
Hipersensibilidade
ao fármaco. Não associar com terfenadina, astemizol, cisaprida ou pimozida,
pois a inibição da isoenzima 3A4 do citocromo P450 pelo aprepitanto poderia
acarretar elevação das concentrações plasmáticas destes agentes, culminando em
consequências graves ou mesmo fatais.