Ações
terapêuticas.
Sedativo-hipnótico.
Anticonvulsivante.
Propriedades.
Assim
como o restante dos barbitúricos, age como depressor não-seletivo do SNC e sua
ação parece estar relacionada com a capacidade de aumentar ou mimetizar a ação
sináptica inibitória do ácido gama-aminobutírico. Como sedativo-hipnótico,
deprime o córtex sensorial, diminui a atividade motora, altera a função
cerebral e produz sonolência, sedação e hipnose. A ação ocorre em nível do
tálamo, onde inibe a condução ascendente dos impulsos nervosos para o cérebro.
Como anticonvulsivante, inibe a transmissão monossináptica e polissináptica no
SNC e aumenta o limiar de estimulação elétrica no córtex motor. É um importante
depressor respiratório, que depende da dose administrada. Estudos em animais
demonstraram que reduz o tônus e a contratilidade do útero, uretra e bexiga,
mas não nas doses sedativas-hipnóticas utilizadas em seres humanos.O
amobarbital induz as enzimas microssomais hepáticas, modificando o metabolismo
dos barbitúricos e de outros fármacos. A absorção parenteral e retal por via
oral é variável e a velocidade aumenta quando é ingerido bem diluído ou com
estômago vazio. O amobarbital sódico é absorvido mais rapidamente que o
amobarbital ácido. Seus efeitos são observados de 20 a 60 minutos após a
administração por via oral ou retal, sendo mais rápida por via intramuscular e
quase instantânea por via endovenosa. Distribui-se rapidamente a todos os
tecidos e líquidos corporais e seu metabolismo é realizado quase exclusivamente
em nível hepático. É um barbitúrico de ação intermediária (3-6 horas) e por sua
baixa solubilidade liga-se escassamente (35%) às proteínas plasmáticas.
Indicações.
Insônia
(tratamento a curto prazo), coadjuvante da anestesia, narcoanálise, casos
convulsivos agudos como os associados a Status epilepticus, cólera,
eclâmpsia, meningite, tétano e reações crônicas à estricnina.
Posologia.
Via oral:
como sedativo-hipnótico, em adultos, administrar dose de 65 mg a 200 mg ao
deitar-se. Como sedativo, durante o parto, a dose é de 200 mg a 400 mg,
repetida em intervalos de uma a três horas, e no pré-operatório, de 200 mg uma
a duas horas antes da cirurgia. A dose pediátrica do amobarbital como hipnótico
não foi estabelecida; como sedativo pré-operatório é de 2 a 6 mg por kg de peso
corporal até um máximo de 100 mg por dose. Via intramuscular e endovenosa: como
sedativo-hipnótico, em adultos, administrar dose de 65 mg a 200 mg, e como
anticonvulsivante, de 65 mg a 500 mg por via intravenosa. A dose máxima por via
intramuscular é de 500 mg por dose e por via intravenosa de 1 g por dose. Dose
pediátrica. Hipnótico: crianças menores de 6 anos, 2 mg a 3 mg por kg de peso
corporal por dose, por via intramuscular. Crianças maiores de 6 anos, 2 mg a 3
mg por kg de peso corporal por dose, por via intramuscular ou de 65 mg a 500
mg, por via intravenosa. Sedativo: a dose pré-cirúrgica é de 65 mg a 500 mg ou
de 3 mg a 5 mg por kg de peso corporal, por via endovenosa.Anticonvulsivante:
crianças menores de 6 anos, 3 mg a 5 mg por kg de peso corporal ou 125 mg por
metro quadrado de superfície corporal por dose, qualquer que seja a via
utilizada. Crianças maiores de 6 anos, 65 mg a 500 mg por dose, por via
intravenosa.
Superdosagem.
Na
superdose aguda, observa-se depressão do sistema nervoso central e respiratório
que evolui para respiração de Cheyne Stokes, arreflexia, ligeira constrição das
pupilas, oligúria, taquicardia, queda da temperatura corporal e coma. Pode-se
produzir a síndrome típica do choque (apneia, colapso circulatório, parada
respiratória e morte). Na superdose extrema pode parar a atividade elétrica do
cérebro, o qual não indica necessariamente morte clínica, pois este efeito pode
ser reversível, exceto se existir lesão hipóxica. Outras complicações são a
pneumonia, edema pulmonar, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca
congestiva e insuficiência renal.
Reações
adversas.
Depressão
respiratória grave, apneia, laringospasmo, broncospasmo, hipertensão,
osteopatia ou raquitismo. Em pacientes geriátricos ou debilitados o amobarbital
pode provocar confusão, depressão mental e excitação não-habitual. Raramente
observam-se chagas sangrentas na boca, dor no peito, dor muscular e articular,
síndrome de Stevens-Johnson, alucinações, dermatite esfoliativa, rash
cutâneo, dor de garganta, febre, agranulocitose, trombocitopenia, inchaço das
pálpebras, opressão do peito. Com o uso prolongado observam-se dor nos ossos,
perda de peso, debilidade muscular, olhos ou pele amarelada como consequência
de lesões hepáticas.
Precauções.
Deve ser
administrado com precaução nos seguintes casos: gravidez, pois atravessa a
placenta e distribui-se nos tecidos fetais, principalmente no cérebro e fígado.
No último trimestre pode provocar dependência física, originando sintomas de
supressão no neonato, que podem estar acompanhados por crises convulsivas e
hiperirritabilidade até 4 dias após o nascimento. Durante o parto, as doses
hipnóticas podem diminuir a atividade uterina e produzir depressão respiratória
no neonato, especialmente nos prematuros. Lactação: por ser excretado no leite
materno, seu uso durante a lactação pode induzir depressão no SNC dos bebês.
Pediatria: pode provocar excitação paradoxal, alucinações. Geriatria: pode
produzir excitação, confusão ou depressão mental e um risco elevado de
hipotermia, ainda com as doses habituais.
Interações.
Paracetamol,
medicamentos que produzem dependência (especialmente os depressores do sistema
nervoso central), corticosteroides, ciclosporina, dacarbazina, glicosídeos
cardiotônicos, levotiroxina, quinidina, anestésicos hidrocarbonados
halogenados, anticoagulantes derivados da cumarina ou da indandiona,
anticonvulsivantes do grupo da hidantoína, antidepressivos tricíclicos, ácido
ascórbico, bloqueadores dos canais de cálcio, carbamazepina, inibidores da
anidrase carbônica, medicamentos que produzem depressão do sistema nervoso central,
anticoncepcionais orais que contenham estrógenos, ciclofosfamida, disopiramida,
diuréticos da alça, guanadrel, guanetidina, ácido valproico, doxiciclina,
fenoprofeno, griseofulvina, haloperidol, medicamentos que produzem hipotermia,
cetamina, folinato cálcico, loxapina, fenotiazinas, tioxantenos, maprotilina,
metilfenidato, mexiletina, inibidores da monoaminoxidase, primidona, vitamina
D, xantinas como a teofilina, aminofilina, cafeína e teofilinato de colina.
Contraindicações.
Porfiria,
anemia grave, asma, diabetes mellitus, pacientes com antecedentes de abuso ou
dependência de drogas, disfunção ou coma hepático, hiperquinesia,
hipertireoidismo, hipoadrenalismo limítrofe, depressão mental ou tendências
suicidas, disfunção renal, doenças respiratórias, doenças cardíacas e
hipertensão.