Ações terapêuticas.
Hormônio tireóideo.
Propriedades.
Liotironina ou tri-iodotironina (T
3) é uma droga com efeito tanto catabólico quanto anabólico, atuando
assim em processos normais do metabolismo, crescimento e desenvolvimento,
especialmente no SNC das crianças. As concentrações dos hormônios tireóideos
circulantes são reguladas por um sistema de retroalimentação no qual estão
implicados o hipotálamo, a hipófise anterior e a tireoide. Absorve-se completamente
por via oral, 99% se unem às proteínas e seu metabolismo é igual ao do hormônio
tireóideo endógeno. Após interrupção do tratamento crônico, a ação terapêutica
continua por 72 horas.
Indicações.
Hipotireoidismo de qualquer etiologia,
bócio simples (não-endêmico) e na tireoidite linfocítica crônica (de
Hashimoto). Carcinoma da glândula tireóide dependente de TSH. Estudos da função
tireóidea.
Posologia.
É difícil regular a dose e, devido ao
início rápido de sua ação, pode produzir efeitos cardíacos adversos em
consequência das repentinas trocas metabólicas. Os efeitos máximos no uso
continuado aparecem dentro de 24 a 72 horas. Dose para adultos -
hipotireoidismo leve: 0,025 mg ao dia, com aumento de 0,0125 a 0,0 25mg a cada
1 ou 2 semanas, até obter-se o resultado desejado; como manutenção: 0,025 a
0,05 mg/dia; mixedema: 0,0025 a 0,005 mg/dia, como manutenção: 0,025 a 0,05
mg/dia; bócio simples: 0,005 mg/dia; como manutenção: 0,05 a 0,1 mg/dia. Doses
pediátricas - cretinismo: não se aconselha o uso em crianças, pois é
questionável se a T 3 atravessa a barreira hematoencefálica.
Reações adversas.
Relacionam-se com a dose; nos
lactentes, as doses excessivas podem resultar em craniossinostose. São de
incidência rara: cefaleia grave em crianças, erupções cutâneas e urticária
(como reação alérgica). Sinal de hipertireoidismo e dose excessiva: alterações
no apetite, alterações no ciclo menstrual, diarreia, taquicardia, febre, tremor
das mãos, nervosismo, insônia, vômitos, perda de peso, sensibilidade ao calor, dispneia.
Precauções.
Possivelmente as pessoas de idade
avançada são mais sensíveis aos efeitos dos hormônios tireóideos, razão pela
qual a dose deve ser reduzida. Agir com cautela nos casos de angina pectoris e
enfermidade arterial coronária; exercícios violentos e o esgotamento podem
precipitar a angina.
Interações.
Os efeitos dos corticoides, ACTH e
anticoagulantes derivados da cumarina podem variar conforme o estado tireóideo
do paciente. Potencializa o efeito dos antidepressivos tricíclicos ou simpaticomiméticos.
A liotironina pode afetar as exigências de insulina ou de hipoglicemiantes
orais nos diabéticos. A colestiramina pode reduzir os efeitos da T 3.
Os indutores das enzimas hepáticas aumentam a degradação do hormônio tireóideo
no fígado. O uso simultâneo de cetamina pode produzir hipertensão e
taquicardia. O uso excessivo de hormônio tireóideo com somatotropina pode
acelerar a maturação da epífise.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser
avaliada na presença de insuficiência adrenocortical, doença cardiovascular,
diabetes mellitus, antecedentes de hipertireoidismo, estados de má absorção
(doença celíaca), insuficiência hipofisária e tirotoxicose.