Ações terapêuticas.
Antibiótico bactericida.
Propriedades.
O levofloxacino é um antibiótico
bactericida de amplo espectro da família das quinolonas. O mecanismo de ação
envolve a união desta droga com a girase do ácido desoxirribonucleico (DNA),
enzima responsável pela replicação, transcrição, reparação e recombinação do
DNA. O resultado final desta interação é a inibição rápida e específica da
síntese do DNA bacteriano. O levofloxacino é absorvida ao nível do trato
gastrintestinal de modo rápido e quase completo; a ingestão de alimentos não
interfere na sua absorção. Liga-se a proteínas plasmáticas, principalmente à
albumina, sofre um limitado metabolismo em seres humanos e é eliminado na forma
de droga inalterada na urina.O espectro antibacteriano inclui cepas produtoras
de betalactamase de Streptococcus faecalis, Staphylococcus epidermidis,
Staphylococcus saprophyticus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus
pneumoniae, Streptococcus pyogenes; cepas Gram-negativas como Citrobacter
freundii, Enterobacter cloacae, Escherichia coli, Haemophilus influenzae,
Haemophilus parainfluenzae, Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae,
Legionella pneumophila, Moraxella catarrhalis, Proteus mirabilis, Pseudomonas
aeruginosa. É também ativa contra Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma
pneumoniae, porém não contra Treponema pallidum.
Indicações.
Infecções do trato respiratório
superior e inferior, incluindo sinusites, exacerbação aguda da bronquite
crônica e pneumonia. Infecções da pele e tecidos moles (impetigo, abscessos,
furunculose, celulite e erisipelas). Infecções do trato urinário (pielonefrite
aguda). Osteomielite. Artrite séptica. Úlcera córnea causada por bactérias
sensíveis ao fármaco.
Posologia.
Adultos: via oral, 500 mg a cada 24
horas durante 5 a 14 dias; por infusão intravenosa lenta, 5 mg/ml. Comprimidos:
250 mg-500 mg ou 750 mg a cada 24 horas em uma tomada durante 5 a 14 dias.
Solução oral: 25 mg/ml a cada 24 horas administrados 1 hora antes ou 2 horas
após as refeições. Forma injetável: aplicar exclusivamente por via intravenosa
simples (60-90 minutos), 250-500 mg a cada 24 horas, em meio dextrose a 5% ou
solução fisiológica. Colírio (1,5%): 1-2 gotas no olho afetado cada 30 minutos
a 2 horas. Quando é utilizada a via oral, recomenda-se administrar o fármaco 2
horas antes ou 2 horas após em indivíduos que estão fazendo uso de antiácidos
contendo alumínio e magnésio, sucralfato, sais de ferro, minerais (zinco),
vitaminas ou didanosina.
Superdosagem.
Em caso de superdosagem aguda e
recente recomenda-se esvaziamento gástrico e hidratação adequada. O
levofloxacino não é eliminada de forma efetiva por meio de manobras como
hemodiálise ou diálise peritoneal.
Reações adversas.
Consistem de diarreia, náuseas,
vaginites, flatulência, dores abdominais, prurido, rash, dispepsia, insônia,
visão turva, insuficiência renal aguda, artrite, confusão, convulsões,
depressão, granulocitopenia, alucinações, hipoglicemia, reação maníaca,
pancreatite, paranoia, fotossensibilidade, colite pseudomembranosa,
rabdomiólise, transtornos do sono, tendinites, trombocitopenia, choque
anafilático, eritema multiforme e insuficiência orgânica em vários sistemas.
Precauções.
As primeiras doses de levofloxacino
podem ocasionar reações de hipersensibilidade acompanhadas de colapso
cardiovascular, hipotensão, choque, perda da consciência, formigamentos,
angioedema, obstrução de vias respiratórias, dispneia, urticária, prurido e
outras reações cutâneas. Caso haja manifestação de rash cutâneo ou
outros sinais de hipersensibilidade, a administração deve ser suspensa. Deve
evitar-se a exposição excessiva à luz do sol em função das reações de
fotossensibilidade ocasionadas por este fármaco. Recomenda-se controle
cuidadoso da glicemia nos pacientes diabéticos que façam uso concomitante de
levofloxacino e agentes hipoglicemiantes orais ou insulina. O levofloxacino não
altera a fertilidade nem a teratogenia em roedores com doses orais muito
elevadas. Como não se dispõe de estudos adequados em mulheres grávidas,
recomenda-se não administrar durante a gestação, salvo no caso em que o
benefício para a mãe justifique o risco potencial para o feto.Da mesma maneira,
recomenda-se não administrar a mulheres em período de amamentação em razão dos
possíveis efeitos adversos que pode ocasionar à criança. Estudos em animais
jovens demonstraram que o levofloxacino produz erosão nas articulações que
suportam peso e outros sinais de artropatia, razão pela qual não se recomenda
sua administração a crianças e adolescentes. O manuseio de automóveis ou
maquinarias deve ser feito com precaução em função dos efeitos neurológicos
adversos tais como sonolência e delírio provocados pelo levofloxacino. A
segurança e a eficácia do fármaco não foram estabelecidas em pacientes
pediátricos, adolescentes (idade inferior a 18 anos) e mulheres grávidas ou
durante a amamentação.
Interações.
Antiácidos que contenham cálcio,
magnésio ou alumínio, bem como também o sucralfato, cátions metálicos como o
ferro e complexos multivitamínicos que contenham zinco, visto que podem
interferir na absorção gastrintestinal do levofloxacino; estes medicamentos
devem ser administrados pelo menos duas horas antes ou após a tomada de
levofloxacino. A administração concomitante com drogas anti-inflamatórias não
esteroidais pode aumentar o risco de estimulação do sistema nervoso central e
convulsões. O levofloxacino eleva os níveis plasmáticos de teofilina e aumenta
o risco de reações adversas com esta última droga. Pode ser administrada a
pacientes que recebem probenecida ou cimetidina, apesar de estas drogas
diminuírem a eliminação e prolongarem a meia-vida do levofloxacino.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao levofloxacino ou
outras quinolonas.