Ações terapêuticas.
Modificador da resposta biológica.
Antineoplásico.
Propriedades.
De origem sintética, é uma cadeia protéica
de 165 aminoácidos produzida mediante um processo DNA-recombinante que envolve
engenharia genética em Escherichia coli. A interferona alfa-2a
recombinante possui uma molécula de lisina na posição 23 e o alfa-2b
recombinante, uma de arginina nessa posição. Seu grupo químico está relacionado
com as interferonas alfa naturais. As interferonas são produzidas pelas células
em resposta a infecções virais ou a diferentes indutores biológicos ou
sintéticos; as interferonas alfa são produzidas por leucócitos. Em geral
possuem atividade antiviral, antiproliferativa e imunomoduladora. São
absorvidas por via IM e subcutânea (80%).O metabolismo é renal; a meia-vida do
alfa-2a recombinante é de 3,7 a 8,5 horas e do alfa-2b recombinante é de 6 a 7
horas. A resposta clínica é observada após 1 a 3 meses de tratamento. A
eliminação é mínima, pois os metabólitos são reabsorvidos quase completamente.
Interferona alfa n3: é purificada do sobrenadante de cultivo de linfócitos
humanos que têm sido induzidos a produzir interferona em resposta a um vírus
aviário.
Indicações.
Interferona alfa-2a: leucemia de
células vilosas, sarcoma de Kaposi associado a AIDS, linfomas não-Hodgkin,
mieloma múltiplo, melanoma maligno, crioglubinemia, infecções herpéticas
genitais, hepatite crônica devida ao vírus C, leucemia mieloide crônica com
cromossoma Filadélfia positivo, linfoma cutâneo de células T, carcinoma de
células escamosas. Interferona alfa-2b: condiloma acuminado com lesões
perianais ou em regiões externas aos genitais, leucemia de células vilosas,
sarcoma de Kaposi associado a AIDS, linfoma não-Hodgkin, mieloma múltiplo,
melanoma maligno, crioglubinemia, infecções herpéticas genitais, hepatite
crônica devida ao vírus C, hepatite crônica devida ao vírus B com doença
hepática compensada e replicação viral, hepatite crônica por vírus D, leucemia
mieloide crônica com cromossoma Filadélfia positivo, linfoma cutâneo de células
T, carcinoma de células escamosas. Diagnóstico: tem sido utilizado como
profilaxia da infecção por rinovírus, trombocitopenia essencial e para alívio
da dor vulvar em mulheres com síndrome de vestibulite vulvar.Interferona alfa
n3: tratamento de lesões externas recorrentes ou refratárias de condiloma
acuminado (por injeção intralesional). Tem sido utilizado isoladamente ou como
coadjuvante no tratamento de câncer de mama e na varíola.
Posologia.
As doses são expressas em unidades. Se
ocorrem efeitos adversos graves deve-se reduzir a dose em 50% ou suspender o
tratamento. Interferona alfa-2a recombinante: adultos, indução IM ou
subcutânea: 3.000 MUI/dia durante 16 a 24 semanas. Manutenção: 3.000 MUI três
vezes por semana. Interferona alfa-2b recombinante: IM os subcutânea 2.000 MUI
por m 2 de superfície corporal três vezes por semana. Interferona
alfa n3: injetar 250.000 UI na base de cada lesão (condiloma acuminado), duas
vezes por semana, durante 8 semanas.
Reações adversas.
A maioria das reações adversas está
relacionada com a dose: dor no peito, arritmias supraventriculares, depressão
mental, nervosismo, febre, calafrios, mialgias, cefaleias, diarreias, anorexia,
perda de peso, náuseas ou vômitos. São de incidência menos frequente: secura na
boca, prurido, tonturas, erupção cutânea, perda parcial do cabelo.
Precauções.
Ingerir líquidos em abundância para
reduzir o risco de hipotensão. Durante a terapêutica, deve-se ter cuidado com a
ingestão de álcool ou outros depressivos do SNC. Evitar as imunizações, a menos
que o médico as indique. No caso de cefaleias, é aconselhável o uso de
paracetamol. Pacientes que apresentam leucopenia ou trombocitopenia devem ser
observados durante o tratamento, pelo provável risco de infecções. A
neurotoxicidade e a cardiotoxicidade destas drogas ficam mais evidentes em
pacientes idosos. Os efeitos depressores da medula óssea dos interferonas podem
aumentar a incidência de infecções microbianas, atraso na cicatrização e
hemorragia gengival. Ter precaução com os distúrbios na coagulação ao
administrar a interferona alfa-2a recombinante.
Interações.
Os medicamentos que produzem
discrasias sanguíneas, depressores da medula óssea e a radioterapia
potencializam os efeitos depressores dos interferonas sobre a medula óssea. O
uso simultâneo de vacinas de vírus vivos pode potencializar a reprodução dos
vírus da vacina, dado que os mecanismos normais de defesa estão suprimidos.
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser
avaliada na presença de depressão da médula óssea, enfarte de miocárdio
recente, diabetes mellitus com tendência à cetoacidose, varicela,
herpes-zóster, antecedentes de doenças convulsivas e doença hepática grave.