Ações terapêuticas.
Antineoplásico.
Propriedades.
É uma associação fosforilada de
estradiol com uma mostarda nitrogenada, como a clormetina. Seu mecanismo exato
de ação é desconhecido; no entanto, acredita-se que sua atividade antineoplásica
pode ser devida a um efeito direto do fármaco ou seus metabólitos ou ao
componente estrogênico já que apresenta uma atividade alquilante fraca ou a
outra atividade antimitótica ou a uma combinação de efeitos. Também pode estar
implicado um efeito supressor sobre o eixo hipotálamo-hipófise-gônada causado
pela redução resultante das concentrações séricas de testosterona. A absorção
no trato gastrintestinal é de aproximadamente 75% e altera-se com a ingestão de
leite, produtos lácteos e outros alimentos ricos em cálcio.Sua eliminação é
principalmente por via biliar e em menor grau por via renal. A meia-vida da
estramustina é de aproximadamente 20 horas.
Indicações.
Carcinoma prostático.
Posologia.
Dose habitual para o adulto: oral, 600
mg por m 2 de superfície corporal ao dia, em três tomadas ou 10 a 16
mg por kg de peso corporal ao dia, em três ou quatro tomadas.
Superdosagem.
O tratamento é sintomático e de
manutenção; deve incluir lavagem gástrica e monitoramento dos parâmetros
hematológicos e hepáticos durante 6 semanas como tempo mínimo.
Reações adversas.
Edema de pés ou da parte inferior das
pernas devido à retenção de líquidos, febre, calafrios, dor de garganta,
cefaleia intensa e perda repentina da coordenação, precordialgia, dor na
virilha ou nas pernas, dispneia, fala balbuciante repentina, alterações repentinas
da visão, debilidade ou intumescimento de braço e pernas, rash cutâneo,
hemorragia ou hematomas não-habituais, cansaço ou debilidade não-habitual,
diarreia, náuseas e vômitos.
Precauções.
A prova de Ames demonstrou que a
estramustina não é mutagênica, apesar de que a mostarda nitrogenada e o
estradiol separadamente sejam mutagênicos. Os pacientes submetidos a tratamento
podem sofrer supressão gonadal com amenorreia e azoospermia, relacionadas com a
duração da terapia e a dose administrada, e podem ser irreversíveis.
Paradoxalmente os pacientes impotentes por um tratamento anterior podem
recuperar a potência com o uso desse fármaco. Como os antimicóticos em geral
podem produzir alterações nas células espermáticas podem ser observadas
mutagenicidade e teratogênese. Não administrar em gestantes. A lactação deve
ser suspensa. Os idosos são mais propensos a padecer de doenças vasculares pelo
uso desse medicamento.
Interações.
Corticosteróides, suplementos de
cálcio, corticotrofina (uso terapêutico crônico), medicamentos hepatotóxicos
como os estrogênios, vacinas de vírus vivos, tabagismo.
Contraindicações.
Varíola existente ou recidivante,
herpes-zóster, doenças tromboembólicas ativas, incluindo infarto de miocárdio
recente ou ictus, tromboflebite ativa. O risco-benefício deve ser avaliado nas
seguintes alterações clínicas: asma, insuficiência cardíaca, epilepsia,
depressão mental, enxaqueca, disfunção renal, doenças metabólicas ósseas
associadas com hipercalcemia, insuficiência renal, depressão moderada a grave
da medula óssea, doença cerebrovascular, doença vascular coronária ou
tromboflebite, trombose, icterícia colestática, diabetes mellitus, doença da
vesícula biliar, disfunção hepática, hipercalcemia associada com doença
metastática da mama, úlcera péptica. Pode ser que os pacientes com intolerância
ao estradiol ou à clormetina também não tolerem esse fármaco.