Ações terapêuticas.
Antiviral específico para o HIV-1.
Propriedades.
Trata-se de inibidor seletivo,
não-nucleosídico, não-competitivo da transcriptase reversa do HIV-1. A
transcriptase reversa do HIV-2 e as DNA-polimerases humanas não são inibidas
pelo efavirenz nas faixas de concentração alcançadas pelo tratamento. É
metabolizado no fígado pela CYP3A4. É administrado por via oral e absorvido
pela mucosa do trato gastrintestinal sem sofrer interferência pela presença de
alimentos.
Indicações.
Tratamento combinado da infecção pelo
HIV-1.
Posologia.
Deve ser sempre administrado em
associação com um inibidor de protease ou um inibidor análogo nuclosídico da
transcriptase reversa. Adultos: 600 mg/dia. Crianças: a dose deve ser ajustada
em conformidade com o peso: 13 kg a 15 kg, 200 mg/dia; 20 kg a 25 kg, 300
mg/dia; 25 kg a 32,5 kg, 350 mg/dia e 32,5 kg a 40 kg, 400 mg/dia. Recomenda-se
administração à noite para melhorar a tolerância e os efeitos sobre o SNC
(cefaléia, enjôos).
Superdosagem.
Observaram-se nervosismo e contrações
musculares involuntárias. Recomenda-se administrar carvão ativado e realizar
tratamento sintomático de suporte.
Reações adversas.
Rash cutâneo, náuseas, vertigens, diarreia, cefaleia,
insônia, fadiga, alteração da concentração.
Precauções.
Deve ser administrado conjuntamente
com outros antirretrovirais que o paciente não tenha recebido previamente; caso
contrário, aumenta-se o risco de fracasso do tratamento e aparecimento de
resistência ao efavirenz. Na eventualidade de ser necessária a suspensão de
qualquer antirretroviral da combinação (por intolerância), recomenda-se a
suspensão simultânea de todos os demais antirretrovirais para reduzir o risco
de desenvolvimento de resistência; por outro lado, na retomada do tratamento,
todos os fármacos antirretrovirais também devem ser reinstituídos de forma
simultânea. O efavirenz mostrou-se teratogênico em animais: não administrar a
mulheres grávidas e adotar métodos de contracepção (métodos contraceptivos de
barreira) durante o tratamento com este fármaco. Se for iniciado tratamento com
efavirenz, deve-se suspender a amamentação. Administrar com precaução a pacientes
com doença hepática crônica. Não se esperam alterações do metabolismo do
fármaco em pacientes com doença renal. Recomenda-se monitoração das enzimas
hepáticas e do colesterol.O fármaco não foi avaliado em pacientes abaixo de 3
anos de idade. Rash cutâneo leve a moderado: apresenta-se com relativa
frequência dentro das primeiras duas semanas de administração, resolvendo-se
com a continuação da terapia ou administração de corticosteroides.
Interações.
Fármacos metabolizados pelo CYP3A4: o
efavirenz induz esta enzima e pode, portanto, acelerar a eliminção de outros
fármacos metabolizados por este citocromo. Terfenadina, astemizol, cisaprida,
midazolam, triazolam: risco de aumento da concentração e efeitos adversos
destes fármacos (arritmias, sedação, depressão respiratória) por competição em
nível da eliminação pelo CYP3A4; assim, deve-se evitar a administração
conjunta. Indinavir: redução de sua biodisponibilidade em cerca de 30% e da Cmáx
em 16%, devido a aumento da eliminação; recomenda-se aumentar a dose de
indinavir em cerca de 20%, não sendo necessário modificar a dose de efavirenz.
Ritonavir: vertigem, náuseas, parestesias, alteração das enzimas hepáticas;
recomenda-se administrar com suma precaução e monitorar as enzimas hepáticas.
Sequinavir: perda de sua eficácia devido a uma redução (< 60%) de sua
biodisponibilidade; não se recomenda a administração conjunta destes
fármacos.Claritromicina: possível perda de eficácia por redução dos níveis
plasmáticos e da biodisponibilidade do antibiótico (reduções de 35% e 50%
respectivamente); recomenda-se avaliar a situação por outro antibiótico
adequado. Anovulatórios orais. Etinilestradiol: aumento de 40% na
biodisponibilidade do componente etinilestradiol (por redução da eliminação);
administrar com precaução e utilizar um método contraceptivo de barreira, pois
observou-se teratogenia em animais por efeito do efavirenz. Tetraidrocanabiol,
canabinoides: não se observaram interações. Corticosteroides: podem ser
administrados de modo conjunto.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao efavirenz.
Administração simultânea com terfenadina, astemizol, cisaprida, midazolam,
triazolam.