Ações terapêuticas.
Suplemento nutricional.
Propriedades.
A piridoxina é convertida nos
eritrócitos em fosfato de piridoxal, que atua como coenzima em vários processos
metabólitos que afetam as proteínas, os carboidratos e os lipídios. Está
implicada na conversão do triptofano a ácido nicotínico ou serotonina. As
vitaminas são absorvidas rapidamente no trato gastrintestinal, exceto nas
síndromes de má-absorção. A piridoxina é absorvida principalmente em jejum e
não se une às proteínas. O fosfato de piridoxal une-se em sua totalidade às
proteínas plasmáticas. Metaboliza-se no fígado. Sua meia-vida é de 15 a 20 dias
e excreta-se por via renal.
Indicações.
Deficiência vitamínica por uma
nutrição inadequada ou síndrome de má-absorção. A deficiência de uma só
vitamina B é rara, dado que geralmente a deficiência é múltipla. A deficiência
de piridoxina pode provocar acidúria xanturênica, anemia sideroblástica,
problemas neurológicos, dermatite seborréica e aqueilose. Alguns recém-nascidos
apresentam uma síndrome hereditária de dependência de piridoxina e necessitam
tomá-la na primeira semana de vida, para evitar a anemia e o retardamento
mental; os sinais são de hipersensibilidade e ataques epileptiformes.
Posologia.
Adultos - suplemento nutricional,
síndrome de dependência de piridoxina: 30 a 600 mg/dia; manutenção: 50 mg ao
dia, durante toda a vida. Suplemento dietético: 10 a 20 mg/dia, durante 3
semanas, seguidos de 2 a 5 mg/dia, durante várias semanas. Deficiência induzida
por fármacos: 10 a 50 mg/dia para a causada pela penicilamina ou de 100 a 300
mg/dia para a causada por cicloserina, hidralazina ou isoniazida. Alcoolismo:
50 mg/dia, durante 2 a 4 semanas; se responder à anemia, deve-se continuar
ministrando piridoxina indefinidamente. Anemia sideroblástica hereditária: 200
a 600 mg/dia, durante 1 a 2 meses, seguidos de 30 a 50 mg/dia, durante toda a
vida, se for eficaz.
Reações adversas.
Raramente produz toxicidade em pessoas
com função renal normal. As doses de 200 mg/dia durante mais de 30 dias
provocam síndrome de dependência de piridoxina. As megadoses (2 a 6 g diários
de piridoxina) durante vários meses têm causado nefropatia sensorial grave, que
desenvolve desde caminhar instável, com intumescimento dos pés, até torpor nas
mãos; situação reversível com a suspensão da piridoxina.
Precauções.
Não usar as vitaminas como substituto
de uma dieta equilibrada. É importante não exceder a porção dietética
recomendada. Fontes dietéticas de piridoxina: carnes, bananas, batatas e
cereais integrais. A administração parenteral será indicada somente nos casos
de intolerância na via oral (náuseas, vômitos, síndrome de má-absorção).
Interações.
Os seguintes medicamentos podem atuar
como antagonistas da piridoxina e produzir anemia ou neurite periférica, ou
aumento de sua excreção urinária: cloranfenicol, cicloserina, hidralazina,
adrenocorticoides, azatioprina, clorambucila, ciclofosfamida, ciclosporina,
mercaptopurina, isoniazida ou penicilamina. Os estrogênios podem aumentar as
necessidades de piridoxina. O uso com levodopa não é recomendado, já que os
efeitos antiparkinsonianos da levodopa são revertidos com 5 mg de piridoxina
(isto não ocorre com a associação carbidopa-levodopa).
Contraindicações.
A relação risco-benefício deverá ser
avaliada na presença do mal de Parkinson.