Ações terapêuticas.
Anti-hipertensivo.
Propriedades.
Trata-se
de um agonista específico dos receptores imidazolínicos L1 situados na porção
ventrolateral da medula, que atua diminuindo a atividade simpática periférica e
a resistência vascular, sem que haja alteração da pressão da artéria pulmonar
nem o consumo cardíaco. Em comparação com outros anti-hipertensivos de ação
central, a moxonidina apresenta baixa afinidade pelos receptores 2-adrenérgicos
centrais, os quais seriam responsáveis pela secura de boca e pela sedação que
frequentemente são observadas com os anti-hipertensivos de ação central. Sua
absorção, por via oral, é de aproximadamente 90%; não sofre fenômeno de
primeira passagem (eliminação pré-sistêmica) e a ingestão de alimentos não
interfere na farmacocinética do fármaco. A sua ligação com proteínas
plasmáticas é muito reduzida. A porcentagem de fármaco metabolizado oscila
entre 10% e 20%, formando-se essencialmente 4,5-deidromoxonidina e um derivado
guanidínico originado da ruptura do anel imidazol. O efeito anti-hipertensivo
de ambos estes metabólitos é diminuto, em comparação com o fármaco.Tanto o composto
ativo como seus metabólitos são eliminados principalmente por via renal, sendo
o restante eliminado através das fezes.
Indicações.
Hipertensão
essencial ou primária.
Posologia.
Via
oral: 0,2 mg ao dia. Caso necessário, esta dose pode ser aumentada para 0,4 mg
ao dia, dividida em uma ou duas tomadas. A dose máxima é de 0,6 mg ao dia. Em
pacientes com insuficiência renal moderada (taxa de filtração glomerular
superior a 30 ml/min e inferior a 60 ml/min) não se deve superar o limite de
0,2 mg em uma tomada ou 0,4 mg ao dia.
Superdosagem.
Caso
ocorra superdose podem aparecer os seguintes sintomas: sedação, hipotensão,
distúrbios ortostáticos, bradicardia e secura de boca. Excepcionalmente, podem
ocorrer vômitos e aumentos paradoxais da pressão arterial. Recomenda-se a
adoção de medidas gerais de suporte à função circulatória.
Reações
adversas.
As
principais reações adversas compreendem secura de boca, cansaço, cefaleia,
nervosismo, distúrbios do sono e sensação de fraqueza nas pernas.
Precauções.
Em
pacientes com insuficiência renal moderada (taxa de filtração glomerular
superior a 30 ml/min e inferior a 60 ml/min), recomenda-se exercer estreita
vigilância sobre o efeito hipotensor da moxonidina, principalmente no início do
tratamento. Recomenda-se não suspender de modo brusco a administração do
fármaco.
Interações.
A
administração simultânea de outros anti-hipertensivos potencializa seu efeito
hipotensor. Caso seja necessário interromper o tratamento em combinação com um -bloqueador,
deve retirar-se em primeiro lugar o -bloqueador e depois a moxonidina. A
moxonidina pode potencializar o efeito do álcool e de fármacos sedativos e
hipnóticos.
Contraindicações.
Pacientes
com hipersensibilidade ao fármaco, arritmias graves, bradicardia grave,
insuficiência renal grave (taxa de filtração glomerular inferior a 30 ml/min,
nível de creatinina sérica acima de 160 mol/l), edema angioneurótico. Devido à
limitada experiência clínica, recomenda-se não administrar a pacientes com claudicação
intermitente, doença de Raynaud, mal de Parkinson, epilepsia, glaucoma,
depressão, gravidez, lactação e indivíduos com idade inferior a 16 anos.