Ações terapêuticas.
Imunossupressor.
Propriedades.
O basiliximabe é um anticorpo
monoclonal quimérico camundongo/humano da subclasse igGLK que posui alta
afinidade e especificidade de união com a cadeia alfa do receptor para a
interleucina-2 humano (CD25). Este receptor é expresso nos linfócitos T e
dispõe-se na membrana da célula em resposta ao estímulo antigênico do linfótico
T. O basiliximabe bloqueia o sítio de união à inteleucina-2 e, assim, inibe a
proliferção celular mediada por esta citocina. Consegue-se negativação do CD25
desde que se mantenha uma concentração sérica de basiliximabe superior a 0,2
mg/ml. Após redução sustentada da concentração sérica de basiliximabe abaixo
daquele limite, observou-se recuperação dos níveis normais de CD25 dentro de 1
a 2 semanas. A administração de basiliximabe não produz supressão da medula
óssea nem aumento dos níveis da citocina. A utilidade terapêutica do
basiliximabe pode ser ampla; não obstante, até o momento conseguiu-se provar
sua utilidade apenas na prevenção da rejeição do transplante renal de novo em
combinação com ciclosporina e corticoides.Devido a sua natureza quimérica,
existe a possibilidade de desenvolvimento de anticorpos contra a porção murina
do basiliximabe, os quais podem ou não reduzir sua ação; apesar disto,
demonstrou-se que a geração destes anticorpos é praticamente nula. Informou-se
também uma incidência muito baixa de geração de anticorpos anti-idiotipo. Em
pacientes submetidos a transplante renal, o volume de distribuição do
basiliximabe (em doses de 15 mg a 150 mg IV) é de 8,6 4,1 litros, existindo uma
parte do anticorpo livre no plasma e outra unida a linfócitos e
monócitos/macrófagos, únicas células-alvo. A meia-vida terminal do basiliximabe
é de 7,2 dias e a depuração total é de 41 ml/h 19 ml/h. Em pacientes submetidos
a transplante hepático, o volume de distribuição do basiliximabe é de 7,5 L 2,5
L; a meia vida terminal é de 4,1 2,1 dias e a depuração total é de 75 ml/h 24
ml/h. A depuração pode aumentar devido à perda de basiliximabe através do
líquido ascítico e por hemorragias pós-operatórias.Nestes pacientes, esta perda
é compensada por redução em paralelo do limiar de saturação do CD25 a 0,1 mg/ml
onde a duração do bloqueio após redução da concentração abaixo deste limite é
similar àquela observada nos pacientes com transplante renal (1 a 2 semanas).
Indicações.
Profilaxia da rejeição aguda de
transplante renal em combinação com imunossupressores convencionais
(ciclosporina-corticoides).
Posologia.
Adultos: a dose total é de 40 mg de
basiliximabe, divididos em 20 mg 2 horas antes da intevenção por via
intravenosa (infusão ou bolus), e 20 mg 4 dias depois do transplante. Segunda
dose deve ser suspensa se houver perda do enxerto. Crianças com menos de 40 kg
de peso: a dose total é de 20 mg de basiliximabe, divididos em 10 mg 2 horas
antes da intervenção por via intravenosa (infusão ou bolus), e 10 mg 4 dias
depois do transplante. Criança com mais de 40 kg de peso: a dose total é de 40
mg de basiliximabe, divididos em 20 mg 2 horas antes da intervenção por via
intravenosa (infusão ou bolus), e 20 mg 4 dias depois do transplante.
Superdosagem.
Não foram observados efeitos
especiais. Pode-se esperar um prolongamento da redução do antígeno CD25
celular.
Reações adversas.
Não foram observadas. Os únicos
efeitos esperados surgem dos riscos comuns de um tratamento imunossupressor.
Precauções.
O basiliximabe somente deve ser
prescrito por médicos habituados com o uso de imunossupessores no transplante
de órgãos. Outros imunossupressores que foram co-administrados com o
basiliximabe são a azatioprina, o micofenolato e o anticorpo OKT3 em um número
limitado de pacientes. A experiência clínica com outros imunossupressores é
limitada. Deve-se portanto avaliar o risco de uma superimunossupresssão
potencial quando administra-se basiliximabe com fármacos distintos de
ciclosporina e corticoides. Dado a falta de estudos clínicos, recomenda-se
evitar a administração de basiliximabe à mulher grávida. Recomenda-se suspender
a lactação durante 2 meses em mulheres que foram tratadas com este fármaco.
Interações.
Anticorpos murinos antilinfócitos:
podem administrar-se em um paciente previamente tratado com basiliximabe sem
que seja esperada uma anulação do efeito. Azatioprina, micofenolato e anticorpo
OKT3 foram co-administrados com basiliximabe. A experiência clínica com outros
imunossupressores é limitada. Deve-se portanto avaliar o risco de uma
superimunossupressão potencial quando administra-se basiliximabe com fármacos
distintos de ciclosporina e corticoides.
Contraindicações.
Hipersensibilidade ao fármaco.